Capítulo 46: Melhor namorada do planeta.

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Florence

Era possível se apaixonar ainda mais por uma pessoa? Porque eu estava muito mais apaixonada por Kyle naquele momento. Não sei como ele convenceu os seguranças a deixá-lo entrar lá e falar com todo o aeroporto, mas ele fez isso e ainda se declarou pra mim, de uma forma que eu nunca esperava.

—Sinto muito por aquilo. O áudio e...

—Tudo bem. —Balancei a cabeça negativamente, enquanto apertava nossos dedos entrelaçados, a medida que caminhávamos pelo aeroporto. —Eu deveria ter imaginado. Só fui pegar de surpresa e entendi tudo errado.

Kyle estava puxando minha mala e Peter estava com o urso nos ombros, parecendo não se importar com todos olhando pra ele com aquela pelúcia enorme.

—É, eu deveria imaginar que alguém escutaria aquela conversa. Mas era tarde e eu achei que todos estariam dormindo. —Kyle fez uma careta. —Mas, sinceramente, não quero falar com Lilian pra saber porque ela fez isso. Só quero fingir que ela não existe.

—Gosto dessa ideia. —Concordei, vendo ele abrir um sorriso. —Gosto muito dessa ideia.

—Onde o Theo está? —Zack indagou, quando chegamos a área dos restaurantes e cafés.

Escutamos a risada das gêmeas e andamos até a vitrine de uma sorveteria, vendo as gêmeas, Caleb, Adam e Theo com potes enormes de sorvete, conversando e rindo, na maior tranquilidade do mundo.

—Uau! —Emma soltou um suspiro pesado e balançou a cabeça afirmativamente. —Ele daria um excelente babá.

Trocamos olhares e acabamos rindo, antes de entrar na sorveteria e nos juntarmos a eles.

[...]

Ajeitei meus quadros dentro da caixa, sabendo que teria que despacha-los assim que chegasse no aeroporto. A mala de Kyle estava arrumada ao lado da minha, já que iríamos todos embora.  No início da semana, depois que voltamos do aeroporto, tive uma conversa com a senhora James, junto com Theo.

Deixamos claro o quanto o que ela havia feito foi muito maldoso e Theo praticamente implorou pra ela ir conversar com algum psicólogo, já que era a única ali que não o aceitava e ainda ficava tentando tomar as decisões por ele. Não sei ao certo se ela vai fazer isso. Mas na última semana, ela deixou nós dois em paz, assim como não tentou mais me separar de Kyle.

Minha mãe também havia ligado pra ela. Não sei ao certo o que elas conversaram, mas sei que minha mãe não estava nada feliz por ela ter quase estragado minhas férias, por conta dessa paranoia em me ver namorando com Theo.

Hoje voltamos pra casa e Theo vai voltar pra casa do pai. Mas já deixamos o convite para ele ir passar o Natal em Aspen junto com a gente esse ano, assim como ele poderia levar o pai junto.

Lilian não apareceu mais aqui. Quando voltamos, ela já havia pegado suas coisas e ido embora, já que pelo visto, Emma fez questão de ter uma conversa super educada com ela, sobre respeito e noção. Sei que eu mesmo poderia ter ido até a lanchonete que ela trabalha para falar sobre o áudio, mas não valia a pena.

Ergui minha mão, girando a aliança de namoro no meu dedo, junto com a fitinha que Kyle havia colocado no meu dedo quando viemos pra cá a primeira vez. Ele havia me dado uma aliança de verdade depois de toda aquela declaração de amor, porque queria fazer tudo ser real dessa vez. Mas eu sabia que era real.

—KitKat, estão todos esperando. —Kyle abriu a porta do quarto, arqueando as sobrancelhas ao me ver parada na frente da cama. —O que você está fazendo, hein?

—Nada. —Dei de ombros, vendo ele se aproximar, com os olhos desconfiados e um sorriso pequeno nos lábios.

—Nada, é? —Ele passou os braços ao redor da minha cintura, enquanto minhas bochechas coravam. Ainda não estava acostumada ao fato de ele ser mesmo meu namorado. —E porque você não desceu ainda? Quer passar mais algum tempo na companhia da senhora James?

—Ah, não, Deus me livre. —Exclamei, vendo ele curvar a cabeça para trás e rir, de uma forma que parecia saber que eu iria reagir dessa forma. —Estou morrendo de saudades da minha mãe e quero muito voltar pra casa.

—Eu não. Vou ter que dormir separado de você. —Murmurou, fingindo uma voz sofrida, enquanto afundava o rosto na curva do meu pescoço, me fazendo rir. —Ah, KitKat, eu amo seu perfume, sabia? Eu amo tudo em você.

—Para de falar essas coisas. —Murmurei, sentindo minhas bochechas quentes. Kyle se afastou, olhando pro meu rosto, como se avalizasse todas as minhas emoções.

—Não. Vou falar esse tipo de coisa pra sempre. Então é melhor se acostumar, ouviu? —Ele beijou minha testa e depois a ponta do meu nariz. —Como vou ser o namorado perfeito pra você, se não enumerar sempre todos os motivos pra me apaixonar por você.

—Você já fez isso. Com plateia e tudo. —Afirmei, vendo ele fazer uma careta, parecendo sem graça. —Como você chamou?

—Hm... —Ele sorriu, me dando um beijo. —10 maneiras de se apaixonar por Florence Miller, vulgo a melhor namorada do planeta. Porém... —Ele se afastou, abrindo ainda mais o sorriso. —Existem muito mais do que 10 maneiras. Mas vou ter muito tempo pela frente pra te dizer e mostrar todas elas.

—Ai, casal apaixonado. —Peter abriu a porta, olhando pra nós dois com um sorriso divertido. —Sei que namorar é muito bom. Mas temos que ir, se não quisermos perder o voo.

—Jamais! —Afirmei, pegando minha mala e o urso de pelúcia imenso, vendo Kyle rir ao me ver com ele no colo. —Vamos melhor namorado do planeta.

—Não zomba de mim. Juro que nunca mais compro KitKat pra você. —Retrucou, tentando não rir, enquanto saímos do quarto.

—Aham, eu acredito. —Murmurei, vendo ele se aproximar e morder minha bochecha, antes de descer correndo as escadas, atrás de Peter, me fazendo soltar uma risada.

Definitivamente, me apaixonar por Kyle foi a melhor coisa que aconteceu. E tenho certeza que tive muita sorte, por ele ter se apaixonado por mim de volta.



Epílogo...

10 Maneiras de se Apaixonar por Florence Miller  / Vol. 3Onde histórias criam vida. Descubra agora