Capítulo 30: Obra de arte.

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Florence

Eu estava sonhando. Só podia ser. Kyle estava com o braço ao redor da minha cintura e a outra mão na minha nuca, me mantendo perto de si enquanto me beijava. Meu coração acelerou tanto que eu pensei que iria explodir. Haviam borboletas sobrevoando a boca do meu estômago, se espalhando por todo meu corpo a medida que nossos lábios deslizavam um pelo outro.

Passei meus braços ao redor dos seus ombros, sentindo os cabelos úmidos se enrolarem nos meus dedos. Ele abaixou a mão que estava na minha nuca e circulou minha cintura com as duas agora, me puxando até que nossos corpos estivessem colados.

Soltei um suspiro de surpresa quando senti meu corpo afundar na água. Kyle sorriu entre o beijo, não deixando que eu me separasse dele, antes de voltar a me beijar de novo. Afundamos na água, grudados um no outro. Kyle se afastou depois de algum segundos e eu abri os olhos, vendo ele sorrir pra mim, com os cabelos castanhos claros flutuando pela água e a sombra de uma pequena covinha em um lado da bochecha.

Ele me puxou para outro beijo, enquanto voltávamos para cima, tirando a cabeça da água para voltar a respirar. Me afastei dele, jogando meus cabelos molhados pra trás, vendo ele fazer o mesmo. Meu rosto corou consideravelmente quando ele sorriu pra mim de novo.

—Tudo bem? —Perguntou, se aproximando de mim e tocando meu rosto de forma carinhosa. —Você não disse "não", então eu imaginei que podia te beijar.

—Está tudo bem. —Abri um sorriso sem graça. Estava tudo mais do que bem. Kyle abriu um sorriso muito grande, que fez seus olhos ficarem cerrados e o rosto iluminado.

—Que bom, KitKat. Porque eu acho que vou sentir vontade de te beijar sempre. —Afirmou, fazendo meu coração se aquecer e fogos de artifício explodirem dentro de mim, com a onda de felicidade que varreu meu corpo.

Eu e Kyle nós encaramos por alguns segundos. E como se fosse automático, ele segurou minha cintura e eu o seu rosto, aproximando nossos rostos e colando nossos lábios de novo.

[...]

Não voltei para o quarto com as garotas. Mas acho que elas nem notaram isso. Kyle e eu ficamos grudados o tempo todo, dormindo abraçados como na noite que ele ficou mal. Já havíamos dormido juntos as outras noites. Mas aquela foi diferente, porque quando ele me abraçava, eu sabia que era porque desejava isso. Quando beijava meu rosto, era um carinho genuíno, diferente de quando ainda éramos apenas amigos.

Eu dormi como uma pedra ao lado dele. Mas acordei cedo demais. Antes de todo mundo. Fiquei alguns minutos observando Kyle dormir ao meu lado, até resolver me levantar e ir para o jardim pintar. Precisava pensar sobre nossos beijos na piscina na noite anterior. As vezes eu ainda achava que estava sonhando.

Me sentei na grama, olhando para a tela em branco na minha frente. Estava mais inspirada para pintar do que em qualquer outro dia. Coloquei os fones no ouvido e deixei que a música começasse a tocar. Então peguei o pincel, com um sorriso imenso no rosto e comecei a pintar.

Não sei quanto tempo fiquei ali. O clima estava agradável e eu estava feliz demais. Esse era o efeito Kyle Carson, tenho certeza. E como se soubesse que passei a manhã toda pensando nele, ele apareceu, se sentando na grama atrás de mim. Muito, muito perto. Deixando seu peito tocar minhas costas, enquanto me abraçava pela cintura.

—Acordei e você não estava na cama. —Murmurou, puxando meu cabelo pro lado e dando um beijo no meu pescoço, que me fez ficar arrepiada e abrir um sorriso também.

—Acordei cedo e não consegui voltar a dormir. Então vim pintar. —Afirmei, dando de ombros. Kyle pegou um dos fones e colocou no próprio ouvido, ouvindo a música junto comigo. Olhei por cima do ombro, vendo seus olhos analisando meu rosto com um sorriso pequeno. Ele aproximou o rosto do meu, colando ainda mais minhas costas no seu corpo, até beijar meus lábios de forma breve.

—Vou te fazer companhia então. —Afirmou, e eu assenti, mordendo o lábio e me voltando para a tela, ciente de que não conseguiria mais pintar com ele ali, grudado em mim e com as mãos ao redor da minha cintura.

—E as crianças?

—Caleb e Adam ainda estavam dormindo. Eu chequei antes de sair. As meninas ainda estão trancadas no quarto. Então devem estar dormindo também. —Esclareceu, deixando outro beijo no meu pescoço. —Está tudo sobre controle por enquanto.

—Hm... Kyle? —Ele escorou a cabeça no meu ombro e eu virei o rosto, encontrado-o sorrindo de forma travessa. —Você está me desconcentrando.

—Estou, é? —Ele arqueou as sobrancelhas, com um sorriso de quem sabia exatamente o que estava fazendo. —Não tenho culpa de você ter um cheiro tão bom. —Ele beijou meu pescoço outra vez, me apertando entre seus braços até eu rir. —Você quer que eu tire minhas mãos de você, KitKat?

—Não. —Mordi o lábio, tentando conter o sorriso imenso que queria sair de mim. Ele riu, beijando minha bochecha várias vezes. Me virei, querendo ficar de frente pra ele. Mas Kyle acabou tombando pra trás, deitando na grama, me puxando junto.

Escorrei meus braços no chão ao lado do corpo dele, enquanto ele me abraçava, me deixando deitava em cima dele. Kyle tinha um sorriso brilhante no rosto, que fazia meu coração acelerar. Ele era bonito demais. Carinhoso demais. Definitivamente, eu era muito apaixonada por ele.

Mordi o lábio, arqueando as sobrancelhas e levei o pincel sujo de tinta azul até o rosto dele. Kyle fez uma careta quando deslizei o pincel na sua testa, bem encima da sobrancelha direita. Abri um sorriso e desenhei uma nuvem ali, enquanto ele ajeitava meus cabelos, tirando eles de frente do meu rosto.

—Vou te transformar em uma obra de arte. —Afirmei, e ele riu, deixando que eu sujasse completamente seu rosto de tinta. Olhei para o lado e vi ele puxando um potinho de tinta vermelha. Ele colocou o dedo indicador na mesma e então voltou para o meu rosto, fazendo um desenho de um coração na minha bochecha e depois na outra.

Kyle abriu um sorriso assim que terminou, parecendo feliz com o próprio trabalho. Soltei o pincel na grama e deixei minhas mãos em seu peito, escorando meu queixo ali, enquanto observava o rosto dele. Kyle estava deslizando as mãos pelos meus cabelos. Provavelmente deixando manchas de tinta vermelha pelo mesmo.

—Linda. —Sussurrou, trazendo os dedos até meu queixo. —Completamente linda. —Abri um sorriso, com minhas bochechas vermelhas e deixei que ele se aproximasse e me beijasse de novo.



Continua...

10 Maneiras de se Apaixonar por Florence Miller  / Vol. 3Onde histórias criam vida. Descubra agora