Capa por: swanysus
Graphic: R E A L I Z E˗ˏˋ ♡ ˎˊ˗
Aqui estou eu, de volta, depois de quase dois anos.
Perdão por todo esse tempo em hiatos meus amores, não foi por culpa minha, aconteceram muitas coisas e a pior delas foi entrar na vida adulta e perceber que... É difícil.
Mas eu nunca esqueci de Asas de Corvo, ela sempre esteve nos meus pensamentos e com a decisão de eu ia terminar ela por bem ou por mal.
Fiquei sem celular por um bom tempo e isso foi um dos maiores fatores para que eu entrasse em hiatus, mas entre o caos e a desordem eu renasci e estou aqui novamente.
E para quem caiu aqui de paraquedas e está se perguntando porque tem um só capítulo quando a história já estava bem estendida... Eu estava relendo a história antes de começar a escrever o capítulo 25 e percebi que tem alguns abismos entre um capítulo e outro, sem contar os erros de digitações e eu gostaria de corrigir isso, então, juntando o útil ao agradável me veio a ideia de reescrever a história.
Mas não se desesperem, não vai mudar literalmente nada na história, apenas irei acrescentar quando achar necessário e corrigir erros, isso vai me ajudar a relembrar e a vocês também.
É isso, espero que aproveitem o prólogo, próxima sexta dia (09) será lançando o primeiro capítulo. ❤️
Não deixem de votar e comentar muito.
E com muita honra apresento a vocês...
𝒜𝓈𝓪𝓈 𝒹𝑒 𝒞𝑜𝓇𝓋𝑜 .♥️
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“ Ouvi o barulho característico do sino de aço pendurado na porta, usávamos como aviso sempre que alguém a abria, mas desta vez era como todas as outras vezes apenas o vento zombando de mim, já havia um tempo que não recebíamos clientes e estava acontecendo cada vez com mais frequência desde que guerra se acometeu na vila, estava levando nossa família a falência e eu podia ver nos olhos do meu pai o desespero da fome e da dor de não ter o que colocar na boca dos filhos mais novos.
A sino tilintou novamente, pelo costume permaneci de cabeça baixa, limpando o chão do estabelecimento até ouvir um pigarro baixo, o cheiro doce floral se misturou ao cheiro de produtos de limpeza e então percebi as vestimentas e a pose elegante, recebi um olhar doce e ela sorriu para mim assim que entrou pela porta e sentou-se na bancada a frente.
Imaginei sua posição no nosso conjunto de divisões nas classes sociais dentro da vila, e era nítido o quão abaixo dela eu estava, era muito bem visto pelo vestido requintado e rico de detalhes, de bordados muito bem trabalhados e de tecidos que sequer podiam ser tocados por alguém nesta vila.
Talvez por isso eu tenha me obrigado a lhe receber com um pouco mais de simpatia do que normalmente eu usava. Tudo questão de sobrevivência.
— Bom dia, meu querido. — ela falou, a voz tão suave quanto seu rosto. — O que você tem à me oferecer?
Suspirei levemente trêmulo, devido a baixa de clientes não tínhamos dinheiro para a reposição dos ingredientes, e as diversidades de opções nos nossos cardápios tiveram que ser retiradas a longo prazo, então oque tinhamos a oferecer não era nada além de algumas fatias de bolo e pães.
— B-bom... Temos algumas fatias de bolo e-e pães frescos. — respondi sincero, em algum lugar do meu peito surgiu aquele velho medo do cliente virar as costas outra vez, por talvez não esperar aquele tipo de recepção ou simplesmente não haver a sua opção favorita de comida.
Ela permaneceu em silêncio, seu olhar queimando meu rosto enquanto eu não me atrevia a olha-la de volta, não tive oportunidade de observar suas expressões até receber de repente:
— Hum, você cozinha, querido? — afirmei com veemência, quase desesperado.
Ela me lançou um sorriso largo que curvava um pouco dos seus grandes olhos negros, retribuí inconscientemente incentivado pela sensação de estranheza reconfortante que ela me induzia.
— Bolo de nata, eu quero bolo de nata. — não esperei mais duas palavras.
Corri para os fundos, preparar a massa doce de nata para o bolo que sairia fresco e quentinho, por um segundo, pensei que aquele cliente, a senhora de vestido caro e rosto bonito não fosse real e que a falta de alimento e a carência de companhia havia me feito delirar dentro da padaria, mas assim que saí com o bolo recém assados e a senhora continuava sentada na bancada grandiosamente, percebi como um soco bruto no estômago que sim, era real, tão real quanto as notas que ela retirava da carteira elegante e que sim, eu iria finalmente receber alguma quantia em dinheiro aquele dia.
Quase chorei de emoção quando ela estendeu a mão de dedos longos e pálidos para a bolsa e tirar de lá generosas cédulas sedutoras de dinheiro, acompanhei cada movimento com atenção esperando-a contar o necessário, mas aquele acervo ignorante em sua mão rapidamente foram estendidas para mim, todas as notas brilhantes e novas apontadas para mim, o dinheiro todo para mim.
Escancarei a boca, me afastando alguns passos, assustado.
— São só algumas moedas, senhora. — mas ela sorriu como se esperasse exatamente aquela reação, mas também como se estivesse satisfeita em eu tê-la feito.
Ela estendeu a mão agarrando a minha, enfiou todas as cédula entre meus dedos, ela era forte mas delicada ao mesmo tempo, uma aura de gentileza a rodeou naquele momento, seus dedos conseguiam ser mais longos que os meus e pintados de vermelho eles tocaram levemente minha mandíbulas.
— Eu sei rapaz, tome, estou lhe dando. — pisquei, abri e fechei a boca, desviei os olhos e voltei a abrir e fechar a boca feito um grande idiota.
— E-eu não... Eu não devo-.
— Apenas receba, tenho mais de onde este montinho veio. — então ela praticamente abandonou o dinheiro em minhas mãos e se foi, deixando a sobra do seu sorriso e o seu perfume para trás.”
Eu nunca havia esquecido aquela mulher, mesmo que os anos houvessem se passado como fumaça ao vento, passei exatos cinco anos a espera de vê-la novamente e talvez agradecer como uma pessoa normal a salvação que ela havia sido na época, apesar de ainda estarmos em situações financeiras péssimas.
Descobri algum tempo depois que ela sequer morava na vila, o que explicava as roupas e a classe, o que dificultou ainda mais meu reencontro e por algum motivo ela nunca mais retornou a padaria para o bolo ou pães, oque me levou a questionar que não era exatamente aquilo que ela procurava.
Mas algo me dizia que não seria a última vez eu a veria.
Após longos cinco sofridos anos de minha vida, confirmando minhas suspeitas, ela reapareceu como se o tempo não houvesse a alcançado, o rosto não havia mudado nada, assustadoramente idêntico a quando eu tinha quinze anos.
Ela entrou pela porta dentro de um vestido vermelho vinho, segurava renda nos ombros e luvas nas mãos, a mesma aura dourada ao seu redor, camuflando o cheiro de flor.
Ela não parecia sequer ser deste mundo.
Mas naquele dia, finalmente entendi o motivo de sua visita inesperada e que nela morava intenções, no véu de seda do destino ela havia sido arrastada por alguma força divina até mim.
Beirando o abismo da morte e encurralado, eu não tive escolhas, não podia escapar do que ele guardava para mim.
♥️
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Asas de Corvo | Taekook
FanfictionFANTASIA || MAGIA || KOOKTAE Onde Kim Taehyung, vivendo em condições precárias com o pai falido, tenta viver a vida vendendo pães. Mas sua vida foi prostrada aos pés do destino, curvado e vendado para aquilo que nunca conseguiria adivinhar, Taehyun...