Capítulo 10

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Iai? Voltei! Como vocês estão?


Espero que gostem desse capítulo.

Depois de muitos dias a neve havia se tornado apenas algo derretido por cima das árvores e flores e eu a apreciei dissolver lentamente como se nunca houvesse ali brutalizando e castigando os seres por menores que fossem com o seu frio atroz.

Mesmo na varanda eu sequer sentia uma brisa gelada, cheguei a pensar nas inúmeras vezes que tínhamos que nos encolher dentro das próprias roupas porque o cobertor não era o suficiente e em como meus dentes trincavam de frio cuja minha única opção era encolher até virar uma bola e tentar ignorar o ar gelado e cortante consumindo o quarto.

Imaginei como meus irmãos deveriam estar agora, não sabia nem se o tempo era igual para nós, se eu estava muito a frente ou eles que estavam... Estavam comendo bem? Provavelmente sim, deixei dinheiro suficiente até para as próximas vida, estavam... Sentindo minha falta?

Tentei afastar esses pensamentos os lançando para o fundo da memória, meu banho não demorou tanto, mas a caminhada até a parte de fora foi como se estivesse arrastando tijolos nas pernas. Quando encontrei a sala, não havia ninguém, ninguém além de mim mesmo e as sombras da manhã.

Havia dias que eu não tinha notícias sobre Jeongguk, mesmo assim me ocupei e tentar estudar sozinho na biblioteca.

Ele tinha razão, arrumar uma ocupação era a melhor das opções ou viver numa casa praticamente vazia podia se tornar um inferno.

Mas para o meu primeiro espanto do dia, lá estava ele, atravessando a soleira, soberano e solene com um leve repuxar de lábio no canto da boca.

— Olha quem resolveu aparecer. — foi um sibilo contra a orla do copo de suco de amora, ele me estudou de baixo para cima com olhos puxados e predatórios onde neles não havia nada mais do que o epítome da tranquilidade pura, chegava a ser intimidador.

— Para a sua infelicidade, suponho. — foi a primeira vez em dias que eu estava naquela mansão vazia e solitária que ele estava se sentando a mesma para tomar o café da manhã.

Seu rosto incrivelmente treinado estava relaxado e descontraído mesmo que as sobrancelhas estivessem sempre juntas.

— Supôs certo, obrigada. — mas ele não se deu o trabalho de tirar sua atenção do prato de café da manhã.

A casa parecia ter grande alegria em alimenta-lo, fora uma tigela de arroz e algas secas, outra tigela de sopa de frango apimentada, suco de abacaxi e de bônus duas fatias generosas de bolo de chocolate. Olhei para aquilo tudo com grande desejo e talvez ela tenha caprichado nos pratos de Jeongguk por pura vingança.

— Acho que a casa está com raiva de mim. — murmurei emburrado, encarando o café da manhã a minha frente que não era o meu.

— Por que?

— Não sei. — respondi mordiscando o sanduíche.

— Ela só fica brava quando as coisas não saem como ela quer que saiam. — Jeon murmurou, a boca cheia e lhe lancei uma careta.

— O que eu fiz? — perguntei, realmente sem entender onde havia sido meu erro decorrente aqueles dias em que morava ali.

Dias... Meses. Eu já estava a meses morando na mansão e mal havia notado o tempo passar.

— Se você não sabe, eu sei muito menos. — me direcionou um olhar tranquilo.

Suspirei cansado repassando inúmeras vezes os recentes dias. Até...

Asas de Corvo | TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora