𝐄𝐢𝐠𝐡𝐭

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E lá estava ele de novo naquela noite, forçando o riso, fingindo sorrisos

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E lá estava ele de novo naquela noite, forçando o riso, fingindo sorrisos.

O homem sem sombra, passa por todos eles, risos falsos, sorrisos escondidos, ele existiu mesmo? 

Ah sim, ele existiu. Através do lirismo que seus olhos o carregavam, brilham cada vez que ele faz algo inócuo, ele existiu através dos murmúrios de exaltação, dos elogios que lisonjeavam suas roupas, suas joias. 

Ele existia através de suas vozes que silenciavam cada vez que ele falava uma palavra, ele respirava enquanto eles cortavam seus suspiros de adoração na frente dele.

E isso é desprezível. 

Miserável.

Ele ouve as pessoas dizerem todos os dias que existimos através daqueles que nos amam, assim viveremos até dois metros abaixo.

Mas ele existia apenas aos olhos daqueles que o admiravam, ou tinham inveja dele, uma vez morto, seu nome pereceria com ele. 

E isso porque ninguém o amava, infelizmente a admiração o era nada como o amor.

Então Hajime Kokonoi era aquele homem, o homem sem sombra. De pé em uma sala cheia de amor, esvaziada. 

Nunca entendendo como outros humanos fizeram isso. 

Sozinho em uma sala lotada. Atraente, mas invisível. 

Insensível à vida, às pessoas, à dor, às contusões. 

Apenas dinheiro, apenas malditos cartões black, mas eles seguravam a luz. 

Escravo de quê mesmo? Oh sim. Escravo do vazio. Escravo de nada, escravo da apatia. Buraco negro e cartas pretas. 

E ainda assim ele não esperou por nada. 

Então não vem nada. 

Para fazê-lo se sentir mais vazio. Mais pesado que uma corda, mais alto que zumbidos tristes. Para esse vazio ele era apenas um portador, Envolto com o vento do silêncio no meio desta gala muito barulhenta 

O vazio preenchia o espaço, mas era oco. Oh, como emerge do silêncio e se desvanece nele. 

Esse vazio era apenas um fantasma. Um fantasma criado pela perda de algo familiar.

Ela, o fantasma... 

Sua perda foi o próprio vazio. 

Ela era o anjo cuidando dele 

Sua vida não deve ser nada além de santa

O vazio costumava ser um lugar seguro e estável, a única coisa que ecoava era sua voz. Estava acostumado com a estagnação, a sopa sem vida da monotonia. 

Ideias mal pingando como se ele tivesse uma lobotomia. Nada familiar, paredes ausentes se aproximando, liberdade e espaço entrelaçados, tática de sobrevivência que funcionou por tanto tempo... 

𝐀𝐏𝐑𝐈𝐋 𝐆𝐈𝐑𝐋 - 𝖪𝗈𝗄𝗈𝗇𝗈𝗂 𝗁𝖺𝗃𝗂𝗆𝖾 Onde histórias criam vida. Descubra agora