Capítulo 4

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IAGO HÉRNANDEZ

— Você acha que pode simplesmente aparecer e envergonhar nossa família assim? — Sebastian tinha sua voz carregada de indignação.

— Não é minha intenção desonrar ninguém. Fiz isso para proteger Giordana — respondi, deixando meu tom firme, mas respeitoso. Antes que eu pudesse perceber, os homens Savóia começaram a se mover em minha direção, e imediatamente meus soldados espanhóis sacaram suas armas, formando uma barreira protetora ao meu redor.

— Vocês não vão tocá-lo! — o chefe da segurança disse, erguendo sua arma em direção aos italianos.

O salão estava agora em um frenesi, com homens de ambos os lados apontando armas uns para os outros. O som metálico dos gatilhos sendo puxados enchia o ambiente, criando um clima quase sufocante. Giordana, desesperada para controlar a situação, levantou as mãos, tentando acalmar os ânimos exaltados.

— Por favor, isso não precisa acontecer. Vamos todos nos acalmar! — ela pediu, sua voz trêmula de emoção. Mario agarrou o braço de Giordana, tentando afastá-la do perigo iminente.

— Giordana, você precisa sair daqui. Isso não é seguro — ele disse com preocupação evidente. Mas ela puxou o braço de volta, determinada a não ser afastada.

— Não! Eu vou ficar aqui — afirmou, sua voz carregada de determinação. Eu me vi em um impasse, com o salão à beira de um conflito armado. Meu coração batia forte, mas eu sabia que precisava manter a calma.

Foi nesse momento que dona Belle, interveio. Sua presença silenciosa até então havia sido quase esquecida, mas quando ela ergueu a voz, foi como se o tempo tivesse parado.

— Abaixem as armas, todos vocês! — sua ordem ressoou pela sala, clara e inconfundível. Ninguém se moveu. As armas ainda estavam erguidas, os homens rígidos como estátuas. Dona Belle avançou, sua expressão firme e autoritária — Eu disse: abaixem as armas! Isso é uma casa de família, não um campo de batalha.

Aos poucos, relutantemente, os homens começaram a recuar. Um por um, eles baixaram suas armas, até que finalmente o salão estava novamente em silêncio, embora a tensão ainda fosse palpável.

— O jantar acabou. Iago, Giordana, vocês vão ficar. Precisamos conversar — Belle declarou, olhando diretamente para nós. O restante, fora!

O salão se esvaziou lentamente, Mathias ainda me encarou uma ultima vez antes de sair. O único a permanecer foi Sebastian e Armando, que por serem o chefe e subchefe da máfia italiana, não iriam a lugar algum. Ela nos levou para o escritório do seu marido, onde o ambiente era silencioso, mas ainda assim carregado de uma expectativa silenciosa.

— Expliquem-se — disse Belle, seus olhos fixos em nós. Seu marido estava ao seu lado, com uma clara expressão de indignação nos olhos. Troquei um olhar com Giordana antes de falar.

— A gravidez ocorreu de forma rápida, não tivemos tempo para pensar nas consequências, eu me responsabilizo pelo o que aconteceu — digo, sendo avaliado por Giordana e os demais da sala.

— É evidente que a culpa é inteiramente sua, Hérnandez. O que aconteceu hoje e no passado, foi consequência de uma grande irresponsabilidade sua e falta de respeito com a nossa família, que lhe apoiou muito. Cazzo, vocês nem se conheciam!— Mário diz, batendo seu punho na mesa de madeira, atraindo a atenção da sua esposa.

— Não, papai. Eu e Iago namoramos quando éramos pequenos, mas atualmente voltamos à nos envolver e... acabou acontecendo. — disse Giordana, recebendo outra batida de punho na mesa como resposta.

— Diga que é mentira! Cazzo! Eu não posso acreditar nisso Giordana Louise Savóia! — seu tom de voz é firme, mas no momento só estou impressionado que ela tem nome composto, e pela rapidez que esse homem falou.

A Inabalável- Nova Era 6 - Conto Onde histórias criam vida. Descubra agora