3 - Desafio aceito

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O cabelo preso em um rabo de cavalo alto ricocheteava de um lado a outro. Nos ouvidos um fone onde tocava uma música animada e que ela balbuciava a letra baixinho. O clima estava agradável e o sol mal tinha começado a dar as caras ainda, mas isso não impedia Chichi de fazer a sua corrida matinal, muito pelo contrário, ela gostava de acordar cedinho para correr, geralmente antes mesmo do sol nascer, era o melhor momento para se exercitar, ela achava, pois assim já iria para o trabalho cheia de energia.

Ela então olhou para o relógio se certificando do horário e concluiu que ainda dava tempo de correr mais um ou dois quilômetros antes de encerrar.

No entanto, ao passar por um homem magricela que estava encostado despreocupadamente sobre uma árvore enquanto olhava o celular, ela parou. Então ela olhou bem ao sujeito e estreitou os olhos, o reconhecendo.

Sim, era ele.

Aquele desgraçado!

Ela franziu o cenho e bufou irritada conforme tirava os fones de ouvido e marchava forte na direção dele.

– EI, VOCÊ! – Ela gritou chamando a atenção dele que olhou espantado para ela.

Ele tentou rapidamente pegar a bicicleta que estava ao lado e sair dali, mas Chichi foi muito mais rápida que o mesmo nem viu o soco se aproximando do seu rosto, apenas sentiu o impacto e escutou um "crec" e, antes que pudesse levar as mãos ao nariz, ela o segurou pelo braço o torcendo atrás das costas.

– Agora você vai ver só, seu tarado! – Ela ralhou conforme o segurava firme. – Quem você pensa que é para ficar andando por aí passando a mão nas mulheres? Eu devia quebrar esse seu braço para você aprender a nunca mais fazer isso.

– Hey, ou, tá maluca, é? Eu nem te conheço!

– Mas eu te conheço e eu sei que você anda por aí passando a mão nas mulheres daqui. Seu sem vergonha, tarado!

– Ai, ai, ai, tá machucando, me solta!!! – Gritou o homem.

Algumas pessoas já tinham parado para observar a cena, mas Chichi pouco se importava. Ele tinha passado a mão nela há alguns dias, mas na ocasião, ela não conseguira fazer nada, ele fugira de bicicleta imediatamente. Num outro dia escutara de outras mulheres sobre um homem de bicicleta que ficava por ali no parque passando a mão nas mulheres e ela soube de imediato de quem se tratava.

– Me soltaaaa! Eu vou te processar, sua doida!

– Eu é que vou te processar por assédio, seu tarado!

Naquele momento, Goku, que passeava por ali com um cachorro labrador, parou para ver o que estava acontecendo e se surpreendeu ao reconhecer a mulher que estava imobilizando o homem. Ele riu não acreditando na coincidência, não frequentava aquele parque e por acaso dava de cara com aquela moça. Ele decidiu se aproximar.

– Ai, ai, ai, ai! – gritava o homem que ela segurava.

– Precisa de ajuda aí, moça? – Perguntou Goku enquanto o cachorro farejava os pés do homem e de Chichi.

– Não! – Ela respondeu séria e Goku percebeu que ela nem estava fazendo tanta força assim para manter o homem imobilizado.

– Ei, eu é que preciso de ajuda! Tira essa mulher daqui!!!

– Cala a boca, seu tarado! – Bradou ela, o cenho franzido só deixava sua expressão mais atraente na visão de Goku. – Vou quebrar o seu braço!!!

– Tá bom, tá bom, me desculpe, eu não vou mais fazer isso. Eu prometo!!! – O homem chorou e Chichi aplicou mais força. – Ai, ai, ai, é verdade! Eu prometo!

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