Cap. II - Pai e Filho

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Capítulo II

No dia seguinte o clima não parecia muito amigável entre os dois. Um olhar, uma colherada da sopa de legumes goela a baixo, era visível a tensão entre Nathan e seu pai. O jovem tinha muitas perguntas a fazer, isso era uma certeza indiscutível, mas no momento, a pergunta que rodeava sua mente, foi a mesma que ele jogou ao ar como pedra, cortando o pesado clima do almoço frio:

--- Minha mãe está viva?

Thomas levemente pegou sua xícara de café, um estranho costume de família, bebeu vagarosamente e olhou para o quadro na parede ao lado. Era a foto da mãe de Nathan com os cabelos jogados sobre o rosto de lado com ele, ainda pequeno, em seu colo. Em seguida fixou seus olhos em Nathan.

Era um olhar frio e inseguro, como se na sua mente ele repetisse para si mesmo que tinha perdido seu filho amado, nada do que falasse ou fizesse o faria voltar a ser o seu pequeno e desprotegido Nathan.

--- Ela teve que ir embora, --- Disse Thomas calmamente. --- tudo o que sua mãe mais temia era que você descobrisse sobre magia, eu fiquei responsável por isso...

--- Por isso o quê? --- Falou Nathan interrompendo ele. ---- Ficou responsável por mentir para mim? No modo geral ou apenas na parte em que eu não deveria saber que ela tá por aí em algum lugar no mundo?

--- Não entenda errado Nathan, sua mãe o protegeu, ela queria ficar, mas não funciona assim. É um mundo completamente diferente do que você vive. --- Disse Thomas tentando se explicar.

--- Pai, eu não vivo em mundo nenhum, não saímos para nada, não vou à escola, não tenho amigos e nem sei o que são programas de televisão, só sei disso porque era umas das frases em latim. Não conheço nenhum mundo além dessas árvores, você que não entende.

Nathan tinha razão em cada palavra, vivia isolado do mundo, vivia escondido de tudo.

--- Então é por isso que você nunca falou dela? Tentaram esconder um mundo de mim enquanto eu vivi a minha infância confinado aqui? Eu imaginei mil e uma formas de como ela morreu? Situações, datas de aniversário, eu sofri com tudo isso. --- Questionava Nathan sem tempo para rodeios.

--- Ela se importava com você, por isso ela teve que ir, do que adianta ter essa barba na cara e ainda ser uma criança mimada?

--- Se ela foi embora quer dizer que ela não se importou comigo. E se sou mimado a culpa deva ser de quem me criou não acha? --- Elevou a voz para seu pai.

Thomas então ergue a mão na direção de Nathan e sussurra algumas palavras
bem baixinhas enquanto fechava os olhos. De repente, seus olhos emanavam uma aura azul e suas mãos também. Ao lado de Nathan formou-se a mulher do quadro em forma luzente, também em azul, o pequeno Nathan mago no colo de Eleonor.

Nathan levantou-se assustado, olhou para o pai, respirou fundo, andou na direção do holograma da mãe, tentava tocá-la, suas mãos passavam direito por seu rosto. Ela se virou para Thomas e saiu uma projeção dele mesmo, só que bem mais novo, ele estava com os olhos lacrimejantes, sentou o pequeno Nathan na mesa.

--- Olha aqui para a mamãe, ei Nathan, --- Ela Suspirou. --- um dia seu pai vai lhe mostrar isso, talvez não seja um dos melhores dias, esse provavelmente será um dia triste para ele, pois você não terá muitas escolhas.

Nathan olhava atentamente o rosto translúcido da mãe.

--- Eu te amei desde o dia em que eu soube da sua existência, queria o ver crescer e ir à escola, estar ao seu lado em cada conquista. Mas a mamãe não pode deixar certas pessoas chegarem aqui em casa, eles podem... ferir você. --- Lágrimas caíam no rosto de Eleonor.

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