Por conta do cansaço, todos dormiram até o anoitecer, acordando apenas porque Albert os chamara para jantar. Com algumas vasilhas Dylan sorridente servia todos, cervo assado e um caldo de aves que ele trouxe de sua armadilha pela tarde.
--- Obrigado! --- Dizia cada um ao pegar sua porção.
Koda, você quase não dormiu, está bem? --- Perguntou Dylan quando terminava de servir todos.
--- Não sinto mais dor, e ontem eu fui o que mais dormiu. --- Respondeu ele.
Sentados em círculo eles tentavam manter um diálogo franco entre si, tentando não revelar a magia para o gentil rapaz. Apesar de ser estranho sua vivência em uma floresta com silêncio permanente.
A frente de Koda dava para o abismo, um bom pedaço do céu podia ser visto pela lacuna feita pelas copas das árvores. Diferente da noite anterior, o tempo estava mais visível e o banho reluzente das estrelas passeava aos olhos de Koda.
--- Você disse que não está exatamente sozinho, mas até agora não vi outra pessoa por aqui. --- Afirmou Koda.
--- Verdade! ---Respondeu sorridente o rapaz. --- Meu patrão não gosta de aparecer, mas ele não sabe que estão aqui, quando ele sai para caçar algo ele passa dias fora ele foi ontem!
--- Se ele chegar não vai achar ruim nos encontrar aqui? --- Perguntou Abert.
--- Quando ele chega não vem diretamente aqui e meu cachorro está com ele, ele é barulhento. Mas não se preocupem, vocês são meus convidados de honra.
A cada três minutos Nathan olhava para a porta, na sensação de realmente ter visto alguém antes de dormir. Se vira para Dylan e pergunta:
--- Por acaso mora mais alguém aqui perto?
--- Ninguém além de mim mora nessa floresta. --- Respondeu Dylan.
O silêncio novamente toma conta do ambiente fazendo com que todos terminem rapidamente suas refeições. Dyuana termina e vai até sua mochila e tira um frasco verde e bebe seu remédio.
Nathan vê de longe, mas não planeja perguntar o objetivo do remédio. Albert por sua vez também vê, mas se contenta em apenas ver e logo todos vão deitar, Dylan apaga as tochas acesas deixando apenas uma na parte baixa da sala.
•••
No meio da noite Nathan acorda assustado, sem fazer barulho ele se levanta e fica de pé a um metro do abismo olhando a queda d'água iluminada por uma lua quase amarela.
E o silêncio constante é interrompido por um galho quebrado na direção em que vieram. Nathan se concentra e observa atento na esperança de não ter sido nada. Logo em seguida dois pontos vermelhos são vistos a uma boa distância, claramente eram olhos de uma criatura grande.
A criatura olha de longe sem ser identificada por Nathan e depois some no meio da escuridão. Com exceção do barulho da queda de água da cachoeira, o resto era absurdamente silencioso, podendo se ouvir tudo que fizesse barulho naquele lugar.
Nathan se lembra de seu grimório e aproveita o momento para tentar o trazer para si, se concentrando ele leva seu pensamento para seu objetivo, sua aura sem muitos problemas se manifesta. Depois ele subitamente ergue a mão direita, com a intenção de pegar algo. Seu grimório se materializa a centímetros flutuando sobre sua mão, aparecendo como se sempre estivesse ali. Nathan abre seus olhos e vê o livro levitando sobre sua mão quando de repente.
--- É bonito não é? --- A voz de Dylan tira Nathan de seus devaneios.
Ele leva um susto e quase deixa o grimório cair no abismo, o segurando por um triz.
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Manifestum: Magia em curso
FantasiaMagia não se explica, seu conceito é realmente uma dádiva de infinitas traduções e inteiramente mergulhada em mistérios. Nathan, em plenos nove anos, descobre uma trilha que agrediu todas as suas escolhas, agora tendo em posse um misterioso artefato...