Dia da desistência

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acordo com meu corpo pesado, fraco, mole. estou acorrentada em uma cadeira, não é possível, esse povo parece que tem fetiche em me acorrentar.

tinhas fios, colados em minha testa, me conectando para... mamãe?

era minha mãe, bem ali na minha frente, na mesma condição que eu, e com os fios conectando nos duas e um aparelho.

Sara: shiii...- me olha com um olhar de aflição.

Marcel: essa demorou, PETER seu turno agora.

S/n: turno? a quanto tempo estamos aqui?

Marcel: 18 horas, talvez, ou mais.

S/n: 18 horas? se se passou 15 minutos foi muito.

Marcel: legal o efeito, né?

Peter: ta de bom humor?

Marcel: é claro meu amigo, meu turno acabou.

Peter: insuportável- diz baixo.- trouxe comida, comam.

S/n: como vou saber se não tem veneno aí?

Peter: vai ter que descobrir sozinha, mas me diz vocês, tanto tempo separadas, acho que tá na hora de por a conversa em dia não acham?

S/n: você era quietinho há 18 minutos atrás.

Peter: horas, há 18 horas atrás.

S/n: horas então...

Peter: bebi muito café para aguentar esse turno, tô elétrico.

S/n: pelo menos tira esses fios da gente, e traz um remédio por que isso dói muito.

Peter: não estão na posição de pedir nada.

ele veio, tirou os fios e colocou sutilmente um comprimido nos pratos meu e de minha mãe, me olhou e olhou para cima, sigo seu olhar e vejo pequenos microfones colados junto as câmeras.

Peter: me admira, vocês não falarem um piu uma pra outra, e nem ouse dizer "piu"

Sara: não tenho nada a falar com ela- diz comendo a comida como um animal.

Peter respira fundo.

Peter: gostou da experiência?

S/n: vai a merda.

Peter: por que não fazemos assim, vou ali pegar um suquinho enquanto vcs põe o papo em dia.

ele sai da sala, assobiando alguma música.

S/n: você tá bem?

Sara: ta brincando?

S/n: por que estaria?

Sara: olha minha condição, eu pareço estar bem?

seu cabelo estava bagunçado e aparentemente sujo, o jeito que comia só trazia ainda mais esse ar de animal selvagem, há quanto tempo você tá aqui mãe?

S/n: Há quanto tempo está aqui?

ela me olha com uma cara de confusa mas volta logo após para sua comida.

S/n: não vai me responder?

ela nem se quer me olha, tudo que chama atenção dela naquele momento é a comida.

*30 minutos depois*

Peter: já que vocês vão ficar em silêncio é melhor irem para seus quartos- solta um suspiro pesado- vamos sarinha? eu te levo aquele leitinho quente com canela que você tanto gosta- a dengou como um bebê.

ela acena concordando com uma carinha de feliz, mas que porra tá acontecendo aqui?

ele a leva, se passa um tempo e ele volta para me levar também. eu ainda me sinto zonza, ele vai com um ar de seriedade o caminho todo, abre minhas correntes e me joga no quarto, por algum motivo não consigo usar magia, devem ter sigilos por aqui.

com certeza é isso, lembro de ter estudado sobre isso naqueles livros velhos do bunker, se eu conseguir danificar, nem que seja um pouco o sigilo...eu me liberto, se eu ao menos soubesse onde eles estão...

o quarto era todo branco, cama branca, paredes, chão, tudo absolutamente branco, é a tortura branca, sempre me imaginei como me sairia se passa-se por algo assim, eu tenho que me concentrar no que realmente está acontecendo.

a luz era sempre acesa, demorou para que meus olhos se acostumassem para eu finalmente dormir, na verdade eu apaguei de cansaço.

                                      ...

os dia eram repetitivos, sempre uma tortura passiva diferente e sempre acompanhada de minha mãe, que não falava absolutamente nada para mim, isso sim parecia uma tortura para mim, uma pessoa que eu amo tanto e depois de tanto tempo longe, não falar comigo.Devo ressaltar que Peter sempre me ajudava em pequenas coisas, como remédio e comida boa.

sempre, ao final dos dias, quando já estava na hora de dormir eles
colocavam um áudio com mensagens subliminares, eu não entendia, aquilo não me afetava, eu acho, sempre fico rindo da estupidez que é.

com quarto branco eu me acostumei.

mas senhores, eu lhes apresento o dia de hoje, o dia em que eu começo a pensar que não sou tão forte assim, que talvez eu deva ceder ao que tanto eles me pedem, ser escrava deles...

                                        ...

-Dia da desistência-

pela entrada de ar da porta eu ouvia a voz de darcy ecoando no corredor até chegar a mim.

Darcy: FAZEM MESES QUE VOCÊS ESTÃO NESSA MERDA OU VOCÊS FAÇAM ELA SE ENTREGAR AGORA OU OS DOIS ESTÃO NO OLHO DA RUA E JA SABEM O QUE ACONTECE SE~~~~~~~~

não entendi bem oq ela falou no final.

Peter/Marcel: sim, senhora!!!

Darcy: vocês tem até o final do dia, estão me entendendo?

Peter/Marcel: sim, senhora!

escuto passos pesados vindo em direção ao meu quarto, Marcel abre a porta com maior brutalidade e raiva, me pega e me leva pra um quarto terrível, sujo, enferrujado, frio.


havia goteiras nos canos do teto, água pra todo lado, chão de ferro que estava claramente velho, a minha frente havia uma mesa de alumínio repleta de facas, tesouras e objetos de tortura.

estava eu amarrada com cordas em uma espécie de maca de hospital, e só consigo pensar que tenho que resistir a isso, só mais um momento, só mais uma tortura, você aguenta essiene, você aguenta.

S/n: você vai brincar comigo Marc- *tapa*

Marcel bate na minha cara antes que eu termine a frase.

Marcel: escuta bem o que eu vou te falar sua vadia do caralho, eu tô cansado de você, só quero que abra a boca agora se for pra se render pra gente, tá me entendendo, sua puta?

de todas as torturas que já havia sofrido ali, nunca havia visto Marcel desse jeito, com sangue nos olhos.

continua...

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