Sim ou Não

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de todas as torturas que já havia sofrido ali, nunca havia visto Marcel desse jeito, com sangue nos olhos.

havia três garrafas no pé da mesa, duas com embalagens de gasolina e uma de barro revestida por símbolos desenhados com um traço fino de branco e vermelho.

de costas para mim, Marcel começa a afiar a faca em suas mãos, passando ela em uma pedra que havia na mesa.

Marcel: você se esqueceu que ainda é humana.- ri consigo mesmo.- Peter, vai se preparando aí, você sabe que a gente tá atolado de trabalho, vamos acabar logo com isso.

só percebi a presença dele por que Marcel falou, mas em que momento ele chegou ali?

S/n: pera pera pera.

Marcel consentiu.

S/n: pelo amor de Deus, alguém me explica o por que estou nessa situação? por que pelo o que eu me bem lembro, eu aceitei ser escrava dela, ela ameaçou lizzie e eu consenti, então por que caralhos eu ainda tô aqui?

eles se olharam, se perguntando quem responderia aquilo e se realmente responderia.

esse tempo inteiro eu havia me esquecido desse dia, estava com o pensamento de que estava me segurando pra não me entregar, mas tudo veio mais claro agora, como se eu tive simplesmente perdido a memória desse momento.

eu já me entreguei, o que mais eles querem?

Peter: por favor, Marcel, eu cuido disso, pode nos dar privacidade?

Marcel: não sei não, você parece meio molenga.

Peter: lembra que eu passei pelos mesmos testes que você pra eu estar aqui, então por favor, me respeite.

Marcel: ok, tá certo, mas se em 20 minutos você não terminar o serviço, eu mesmo termino.

Peter: certo.

Marcel sai da sala puxando aquela enferrujada porta. Peter pega uma cadeira e se senta a minha frente.

Peter: beleza, por onde eu começo... Já sei, vamos começar reformulando, você percebe que eu sou um aliado em comum a você e sua mãe, certo?

S/n: você nos ajudou em algumas coisas, mas só vejo como menos mal, vc ainda é o cara sentado do outro lado da cadeira em uma sala de tortura.

Peter: Porra, será que essas torturas passivas mexeram tanto assim com você? vamos lá essiene, seja inteligente, me observe.

vejo um homem, magro, branco, cabelo preto grande e bagunçado, que usa um óculos quadrado, que tem tatuagens, símbolos? tem uma pulseira artesanal com uma lua de raízes esculpida.

S/n: você é bruxo?

Peter: BINGO, tá vendo? não é tão difícil, essas torturazinhas passivas fazer efeito mesmo hein? ou você só é burra, por que isso é o mesmo que identificar um gay, é bem fácil na verdade.

S/n: acho que você tá gastando tempo, desculpa, mas se for de acontecer algo que seja com você e não com ele.

Peter cruza as pernas e coloca o formulário que estava segurando em seu colo.

Peter: como que prossegue assim agr, merda, enfim, oh, vou falar tudo de uma vez e você diz se não entendeu algo, certo?

S/n: desembucha.

Peter: você é uma bruxa muito rara, muito mesmo, nem todos conseguem completar o ritual corretamente. A última vez que vimos uma bruxa como vc foi há 6 anos atrás, e a penúltima apenas em registros antigos.

Peter respira fundo.

Peter: acorrentar uma bruxa desse calibre, precisamos de um feitiço, símbolos e ordem específica, temos esse feitiço, eu farei e vocé tera sua resposta, se aceita ou não, essa resposta será definitiva, esse é o receio da empresa, que você diga não.

S/n: mas eu ja havia aceitado.

Peter: mas você com aquelas provocações, ela temeu que você voltasse atrás, se a resposta for não, teremos que te matar, pois não terá utilidade nenhuma para nós.

S/n: certo.

Peter: ainda não terminei, então a proposta que eu tenho é... diga não e morra ou diga sim e eu te ofereço tudo que tem pra você evoluir, eu vi sua capacidade, você ainda é extremamente iniciante, deixa eu te auxiliar em segredo e aí sim, quebramos a corrente e saímos daqui.

S/n: o que você ganha com isso?

Peter: conhecimento.

eu já ouvi essa história antes, já sei como termina, eu me fudendo, mas terei que concordar, por que me digam, como irei cuidar da minha irmã se eu estiver morta?

S/n: aceito.

Marcel abre a porta com toda força sem formalidade alguma, como um animal com raiva.

Marcel: eai, ela aceita?

Peter: sim.

um sorriso apareceu em seu rosto imediatamente.

Marcel: isso vai merecer um aumento...- fala esfregando uma mão na outra.

Peter: pega o vaso de barro.

com um pedaço pequeno de madeira polido, ele o mergulha no líquido que estava dentro da vasilha de barro e começa a escrever símbolos em mim, iguais aos dele, havia apenas um diferente, na minha coxa esquerda.

Peter: isso vai doer um pouco... "domina, hanc incarcerationem suscipe propter nostram misericordiam, hanc immundam naturae, o magna naturae mater, parce nostris liberis et fructibus silvae nostrae, ex te vivimus et moriemur pro te, sic mama, in. nomen tuum, in carcerem, inquis obscurum, accipis sacrificium?"

S/n: imo.

não entendi o por que de ter respondido em latim, mas saiu com extrema naturalidade.

assim que respondo "sim", os símbolos começam a brilhar e a queimar muito, me fazendo gritar imensamente pelo quarto.

5 segundos que pareceram horas, umas das dores mais horríveis que senti, como um ácido corroendo a pele.

quando volto a mim, vejo Marcel com um sorriso estampado no rosto.

Marcel: conseguimos!!!

Peter: é, realmente conseguimos.

desamarrada e carregada no colo, eles me levam de volta para meu quarto e me colocam na minha cama, assim que saem eu tento me levantar e não consigo, tento falar e nada sai, estou acabada, da pra ver perfeitamente as queimaduras sob minha pele, talvez fiquem cicatrizes.

mas uma coisa corroi meus pensamentos...
Por que que o símbolo da coxa não queimou? faz parte do plano de Peter? devo comentar com ele? e se isso me der alguma vantagem?

Por hora, esperarei ver o que ele dirá.

continua...

deixa uma estrelinha aí, meu filhotinho de leviatã. <3

se alguém se preocupar com o "feitiço", estou passando para dizer que é apenas ficção, algo que eu com o auxílio do Google tradutor criei.

é isso, beijinhos♡.


supernatural: Lua de Sangue Onde histórias criam vida. Descubra agora