Capítulo 28

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- Elijah, você é o último capitão vivo nessa cidade, a decisão é sua - Ane olhava fixamente nos olhos de Maia, enquanto ouvia seu coração calmo e sua respiração lenta, o que a fez acreditar que ela realmente viera em paz, mas A Bastilha Perdida havia tido uma infinidade de lutas e mortes por causa dos vampiros, e Maia era mais uma das líderes da Corte, então Ane preferiu deixar a decisão para Elijah.

Os homens que vieram com Maia no barco estavam tranquilos e não aparentavam portar armas. Maia como sempre vestia botas pretas, calças largas e uma blusa branca, a deixando confortável, e Altair e Irina, embora não dissessem nada, estavam visivelmente felizes e aliviados em ver uma velha conhecida e aparentemente nova aliada.

- Vocês confiam nela? - O rosto de Elijah estava endurecido e agora ele estava ao lado de Ane, e embora seus homens houvessem abaixado as armas, ainda as empunhavam por medo.

- Não, eu não confio nela - Ane disse surpreendendo Altair e Irina que quiseram protestar, mas foram interrompidos por um olhar furioso dela, que na sequencia voltou a encarar os olhos da Construtora - Maia se realmente veio em paz, se importaria de mandar seus homens de volta ao barco e ser conduzida até a cidade como prisioneira? Não me entenda mal por favor, mas até que se prove o contrário, você é o inimigo.

- Ane isso é um absurdo - Altair a interrompeu e a olhava de forma séria e amedrontadora - Maia visivelmente não representa ameaça.

- Sei que não a conhece Ane, mas dentre todos os líderes da Corte, Maia é certamente a mais pacifica e confiável, mais até que nós - Irina disse se direcionando a si mesma, Altair e Calaham.

- Como assim você não me conhece? - Maia se aproximou e olhava os olhos de Ane fixamente, assim como Ane fazia com ela, e finalmente percebeu a diferença, levando a mão a boca espantada - Você não é ela não é? Me perdoe, mas levei um tempo para entender porque seus olhos me incomodavam tanto.

- Isso não importa agora. Se o que Altair e Irina dizem for verdade, você aceitará meus termos e será conduzida a cidade por Elijah e seus homens - Ane dirigiu aos amigos um olhar que dizia claramente que não a interrompessem novamente, ao que assentiram, embora não concordassem com ela. Maia sorriu.

- Voltem para o barco e aguardem lá. Em breve Calaham irá até vocês para autorizar que tragam o barco para o porto - Maia dizia a seus homens sem desviar os olhos dos olhos de Ane, e eles apenas a obedeceram e partiram do porto lentamente - Satisfeita?

- Calaham, pegue nossos homens e certifique-se de que ninguém daquele barco irá se aproximar até autorizarmos - Ane sorria de forma maliciosa enquanto permanecia encarando Maia - Elijah peça a alguns homens que fiquem com Calaham, assim vocês se sentirão mais seguros com relação a nós - ela finalmente desviou o olhar de Maia e olhou para ele - a prisioneira é sua.

Calaham olhou para Irina incrédulo aguardando que ela dissesse algo, mas ela apenas manteve os olhos em Ane.

- Obedeçam sua capitã - ela disse por fim, fazendo com que Calaham organizasse seus homens espalhando-os pelo porto em vigia, acompanhados de alguns homens de Elijah, enquanto os outros se dirigiam com Maia até a cidade.

Altair e Irina caminhavam na frente, visivelmente irritados com a decisão de Ane, mas não disseram mais nada até estarem lá dentro. Maia foi conduzida, ficando no centro do grupo, e no final Ane e Elijah caminhavam.

- Obrigado por isso - Elijah disse sem olhar para ela, enquanto caminhava ao seu lado.

- Seu coração está acelerado, sua boca seca e suas mãos estão suando. O que há de errado Elijah?

- Eu acho que prefiro não saber como você sabe tudo isso, eu não entenderia de qualquer maneira - ele sorriu de forma nervosa - não há nada de errado, é que eu não sei o que fazer com ela, e sinceramente não sei se posso confiar em vocês - ele fez uma pausa olhando para o chão e depois olhou para Ane que o encarava - eu não sou um líder Ane, sou só o capitão de um navio que acabou sobrevivendo porque não estava lá dentro na hora- ele disse apontando para a imensa rocha suspensa no mar enquanto lágrimas corriam por seu rosto - essas cinzas que não param de cair, são os corpos queimados lá dentro.

As Crônicas de Luz e Sombra - AneOnde histórias criam vida. Descubra agora