Se eu pudesse dizer em palavras o quanto meus pulmões estão suplicando por ar, vocês não vão entender, não tenho palavras para decifrar a tamanha falta de ar que estou sentindo nesse momento. Tentem imaginar vocês sendo enforcados lentamente e aos poucos a sua respiração começa a ficar pesada e você entra em desespero para conseguir ar mas não é possível pois tem alguém com a mão no seu pescoço, aí seus pulmões começam a doer, seu corpo começa a fraquejar , sua visão fica escura conforme vai perdendo sua força e morrer é a única coisa que se passa na sua mente.Bom.
É isso que estou sentindo. Treinar com o general de Outono é realmente um grande desafio. Sabia quais eram a intenção para tal treinamento mas não conseguia sair do lugar. Conforme nos aproximamos , respirar fica cada vez mais impossível, é como se fosse um cone, a boca é espaçosa mas no decorrer dele o espaço vai diminuindo se tornando quase impossível de uma mãe de criança conseguir tocá-lo.
Por mais algumas horas ficamos nessa luta. Posso dizer que mais apanhei do que ganhei, meu corpo súplica por descanso e um banho demorado para que pudesse descansar mas minhas expectativas de esse treinamento acabar cedo foram para o espaço.
Por cinco horas de treinamento intenso, dores do corpo , principalmente no pulmão, o general de Outono me libera. Junto todas as minhas forças e levanto do chão pela a última vez. Olho para ele que está limpando o pó que ficou em suas vestes por conta de alguns socos e chutes que consegui por um milagre dá nele.
— Vá até a enfermeira. Talvez você desmaie ao andar muito até seus aposentos - ao terminar de limpar sua roupa ele olha para mim — Nossas aulas serão poucas, então trate de treinar muito nessa sala para ter uma respiração de se invejar - concordo com a cabeça — Saia daqui. Seu rosto me dá dos nervos.
Idiota...
Saio um pouco manca da sala de treinamento e vou até a enfermaria que não fica tão longe da sala que estava. Ando em passos lentos e dolorosos, sentia a minha pressão cair e minha visão começar a escurecer novamente, me encostei na parede e esperei um pouco até estar vinte por cento bem.
Vamos lá! Você consegue.
— Emil? - abro meus olhos e encaro o dono da voz. Suspirei aliviada por vê Merlinda com uma cesta na mão. Seus olhos castanho claro me olham com curiosidade — Está bem?
— Na verdade não - continuei encostada na parede — Acabei de sair do treinamento do general de Outono. Ele me disse para passar na enfermaria - Merlinda suspira e passa sua mão pelo seus cabelos cacheados.
— Você não será o primeiro. A enfermaria está cheia por ele fazer esses treinamentos pesado. Um garoto jovem quase morreu por treinar com ele pela a primeira vez - ela bufa irritada — Esse homem não tem o senso! Se fosse mais forte poderia dar umas surras em sua cara - aperta com força o cabo da cesta.
— É só treinar. Não tem segredo para ser mais forte - começo a andar e Merlinda me acompanha em passos calmos — Mesmo mantendo meu segredo isso não me torna um homem por ser forte e sim porque sou quem sou – ela me olha curiosa.
— Não entendi.
— Quero dizer que não precisa se rebaixar por ser mulher. Somos bem mais fortes do que os homens - murmuro e ela dá risada — Mesmo você sendo uma mulher, pode se tornar muito mais forte do que qualquer guarda e soldados que estão aqui - seus olhos parecem brilhar com minha fala — Nunca mais diga que se fosse mais forte poderia dar uma surra em alguém. Se está com raiva, apenas descontea em alguém que realmente mereça - do uma pisca para ela e a mesma parece ficar mais aliviada.
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Princesa Perdida
FantasyPrimeiro Livro ⚜ Sem preocupações , sem problemas e sem responsabilidades, essa é a vida que Emaliá leva. Uma garota que se veste como um homem. Ela não se preocupa com o dia de amanhã vivendo tranquilamente nos dois mundos que ela adora, o humano...