O Dom da Luz

20 - Vivo

Hello pessoas! Voltamos com as nossas heroínas!

Esse cap continua exatamente de onde parou o 18, depois que Lauren desmaiou na cozinha.

Está um pouco mais curto, mas tem muitas emoções e revelações pelo caminho.

Besitos, boa leitura!

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Camila

Eu a levei de volta para a sala. O perigo que passei com Lauren segurando aquele taco de baseball me deixou tremendo dos pés à cabeça. O maldito não tem somente controle sobre os pensamentos dela, mas também sobre suas ações.

Minha abuela o classificaria como um obsessor, mas ele nem precisa entrar no corpo dela para influencia-la, apenas sua presença maligna já é o suficiente. Clay é mais forte e mais cruel do que eu pensei. Ou, quem sabe, a vinda de Lauren para esse hotel o tenha deixado mais poderoso, estou apostando mais nessa possibilidade.

A sorte dela é que o demônio é tão sádico que enfraqueceu demais o corpo de Lauren, e ela não tem mais tanta força para fazer o que ele quer. Eu sei que essas saídas dela, na nevasca, e depois até o lago congelado, foi por influência dele. Também desconfio dos episódios de alergia.

Ele queria enfraquece-la, deixa-la vulnerável, para conseguir influencia-la mais facilmente, pois uma pessoa doente tem, não só o corpo, mas também a mente enfraquecidos. É mais fácil uma pessoa doente ser permeada de pensamentos pessimistas e de tristeza, do que uma pessoa saudável, ainda mais se essa doença tem origem desconhecida, como as alergias de Lauren.

Minha avó me explicou quando eu era criança ainda. Eles começam assim, deixando a pessoa doente, ou com raiva, trabalham para que os seus pensamentos sejam os piores possíveis. Mas acho que o maldito Clay não mediu as forças, ele acabou exagerando e essa foi a nossa salvação, até agora.

Lauren deitou no sofá e eu sentei ao seu lado, minhas lágrimas escorreram pelo meu rosto sem que eu percebesse. Ela está tão fraca, tão confusa e perdida, até emagreceu um pouco, eu preciso continuar tentando algum contato pelo rádio, não podemos mais ficar, acho que esse lugar está além das minhas forças, tem dor, sofrimento e injustiça demais aqui.

Eu gostaria de descobrir a entrada do subsolo, mas, infelizmente não consegui mais falar com o Lehmann, ele deve lembrar onde fica, agora que suas lembranças voltaram. Talvez eu possa aliviar um pouco a negatividade daqui, não sei, me sinto mais forte, é uma sensação intensa.

Quando expulsei o espírito que tentava machucar Carol, meu corpo inteiro ficou quente, um formigamento me tomou por inteiro. Eu já fiz antes, erguer móveis, piscar as luzes, abrir portas apenas com a minha mediunidade, mas eu sempre ficava exausta depois, uma vez cheguei a dormir por quase quatorze horas seguidas.

Mas desta vez foi diferente, parecia que eu não tinha feito nada demais, foi como o esforço de erguer um copo d’água, mas não sei se consigo fazer de novo. Eu só vi o maldito machucando a Carrie e uma força fora dos meus padrões me tomou. Uma coisa é certa, eu amo essa menina, e amo a mãe dela, não posso deixar que nada de ruim lhes aconteça.

Deixei Lauren dormindo e fui até a cozinha arrumar as coisas que deixei lá quando Danny me chamou, sai correndo tão aflita que acabei derrubando alguns legumes no chão. Organizei tudo e terminei de fazer nossa comida.

Mas entre uma coisa e outra eu voltava à sala para olha-la, não posso deixa-la sozinha por muito tempo, ela já deu provas de que isso é muito perigoso. Laur parecia cada vez mais exausta, abatida, não podemos continuar nesse lugar. Se o helicóptero não vier vamos ter que dar nosso jeito.