O Dom da Luz

15 - Nevasca

Hello, tudo bonzinho?!

Deixei vocês em suspensão um tiquinho né? Mas aqui estou de novo, pra soltar o fio. Rsrsrs

Besitos, e divirtam-se!

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Camila

O desespero dela me apertou o coração, por isso eu tinha que ser rápida e não podia deixar Lauren se aproximar, então me tranquei aqui sozinha, era o melhor para nós duas, ela não se machucaria e eu poderia fazer o que faço de melhor.

– Camila! Abre a porta, Camila! – ela batia na portinha com toda força, provavelmente com o taco de baseball, e não pararia até me tirar daqui de dentro. – Pelo amor de Deus! Camila!

“Camila, precisa de ajuda!” ouvi a voz de Carol.

“Fique onde está, Carrie! Eu dou um jeito!”

“Mas...”

“Carrie, isso é muito sério, fique aí mesmo, é uma ordem!”

Eu não tinha mais tempo, por isso tive que tomar uma atitude que geralmente me desagrada bastante, além de ser extremamente perigosa. Encarei o sótão, não havia nada além do breu, eu tinha que fazer, Lauren gritava abaixo de mim, chorava e espancava a portinha com toda força, Carol queria vir até aqui e correr perigo também!

– Desculpe, abuela... – me concentrei e juntei todas as forças que meu dom permitia à minha mente.

“Vá embora!” expulsei o espírito de uma vez, sem diálogo, sem ajuda, eu apenas o expulsei. Meu coração doeu, mas eu não tive alternativas.

Foi instantâneo. Ele gritou desesperado, a portinha se abriu e eu ainda pude ver Lauren ser arremessada contra a parede, deixando uma cadeira virada no chão. Eu fiz isso. Desci do jeito que deu, a tontura e a fraqueza dificultando meus movimentos.

– Camz... – ela estava sentada no chão, massageando a parte de trás da cabeça.

– Lo, eu tô aqui! – ajoelhei ao lado dela.

– O que... O que aconteceu? O que foi isso?! – ela me fitou com os olhos vermelhos, cheios de lágrimas. – Você está bem?! – ela tocou meu rosto.

– Estou bem, não se preocupe.

– Mas...

– Não tinha ninguém lá dentro.

– Como assim?! E o que acabou de acontecer?

– Eu... – parei de falar, minha cabeça começou a doer absurdamente. Vovó me disse para usar isso apenas em último caso, pois é perigoso demais, para quem está perto, e principalmente pra mim. Eu poderia morrer.

Tudo ficou embaçado. Eu não vi mais nada.

Lauren

Fazia muito tempo que me senti tão desnorteada e com tanto medo na minha vida, os sustos com os passos, a escada caindo, não foram nada perto do desespero de ver a escada subindo e a porta se fechando do nada, trancando Camila no sótão. Peguei uma cadeira e subi para alcançar.

Eu puxei a alça, juro por Deus que puxei com toda minha força! Mas não se movia um milímetro sequer, por isso não pensei duas vezes antes de acertar a porta com o taco de baseball, eu tinha que tirá-la dali a qualquer custo.

Eu gritava por ela enquanto acabava com a madeira, mas Camila não respondia, por isso eu acabei chorando, de pura agonia, mas não parei de golpear. E então esse frenesi foi interrompido bruscamente, quando a porta abriu e meu corpo, logo em seguida, foi arremessado para trás, me fazendo bater a cabeça na parede.