02 - A Chegada

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Boa noite, meus queridos! Tudo bonzinho?!

Cá estou eu, postando um cap surpresa na calada da noite, por que eu terminei de revisar e quis publicar logo.

Só uma coisinha: ao longo da fic eu vou colocar uns easter eggs relacionados à obra que inspirou essa história, quem souber pode comentar :3

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Camila

Acordei com dor de cabeça. A conversa com minha irmã me deixou praticamente a madrugada inteira pensando. Mamãe estava magoada comigo, e com razão, eu fui exageradamente agressiva com ela na nossa última discussão.

Temos opiniões totalmente divergentes com relação ao meu dom, ou maldição, dependendo do ponto de vista, mas eu não precisava ter gritado com ela também, não quando faz apenas três meses que vovó se foi. Mamãe ainda está frágil, as duas eram muito ligadas.

Eu deveria ter me segurado mais, levado em consideração as noites que ela passou em claro quando eu era criança, tentando me acalmar depois de eu ter tido uma visão ou pesadelo, chorando comigo, ou me ninando até eu pegar no sono.

Mamãe diz que eu já nasci com meu dom despertado, diferente da vovó, que só teve contato com sua mediunidade a partir dos cinco anos. Ela me conta que com meses de idade eu gargalhava sozinha no berço, ela acha que eu via alguém que brincava comigo, porque eu olhava fixamente para um ponto ao lado do meu bercinho e tentava alcançar algo invisível.

E essa coisa de ter um amigo invisível? Eu não tinha só um, tinha vários, e infelizmente não inventei nenhum deles. As crianças da creche me achavam doida, eu sofria bullying, mudei de escola um milhão de vezes.

Sei que minha mãe sofria tanto quanto eu por causa disso, mas sua resignação a ajudou a lidar, quando eu nasci ela soube que seu destino era cuidar dos médiuns da família, primeiro a vovó, agora eu, mesmo que eu tenha me afastado nos últimos tempos.

Tomei café da manhã com o que tinha na geladeira, pão velho e ovo. Melhor que nada, mas preciso fazer compras, ou eu poderia filar a boia na casa da minha mãe, se eu não estivesse brigada com ela...

Mordi com dificuldade mais um pedaço de pão, quando meu telefone tocou me fazendo revirar os olhos, pensei que fosse a Sofia de novo, mas... Opa! Chip número 2, ligação de trabalho? Mas eu não dou esse número antes de conversar com a pessoa por aplicativo de mensagem, como conseguiu? Quer saber? Dane-se, eu tô precisando muito de dinheiro! Puta merda, cuspo tudo que tá na boca ou tento engolir?! Argh, pão duro da porra! Cuspi no lixeiro com medo da pessoa desistir.

– Camila Cabello, serviços mediúnicos. – atendi.

– Oh, senhorita Cabello, que bom que atendeu! Me chamo Allyson Hernández, e... já deve imaginar porquê estou ligando, sim?

– Claro, senhorita Hernández.

– Então... Eu não acredito muito nessas coisas, mas temo que vou precisar dos seus serviços.

– Algum problema em sua residência?

– Oh, não, não! Não minha casa, mas no meu local de trabalho.

– E qual é o problema que a senhorita quer que eu resolva?

– Eu creio que seja melhor nos encontrarmos pessoalmente para discutirmos o assunto com mais calma.

– Certamente. Pode me fornecer o endereço?

– Claro. Hotel Sidesprings, rodovia...

– Espere, você disse Sidesprings?

O Dom da LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora