Capítulo 15 - Sede Por Sangue

12 2 0
                                    


Itachi estava perdido. Tanto quanto obstinado. Já fazia dias desde que observava o corpo inconsciente de Sakura deitado sob aquela maca, vestindo aquela roupa de hospital que lhe dava agonia. Segundo os médicos ela estava bem, estavam monitorando o bebê e ele também se encontrava bem apesar de tudo, mas ela não acordava.

Era angustiante a sensação de não sentir o calor dela quando a tocava, não saber como vai ser a reação dela ao acordar e destilar os mil motivos por ela o odiar e que tudo aquilo foi culpa dele. Mas pela primeira vez as coisas seriam diferentes, ele não deixaria ela sozinha, ela poderia dizer que o odiava por horas e ele não seria capaz de deixá-la de novo. Correr o risco de perder Sakura para sempre era inaceitável.

Todas as vezes em que o médico vinha lhe dar notícias dela seu peito apertava, independente, boa ou ruim, ele sentia como se qualquer coisa errada que poderia acontecer ele seria o culpado, e não teria coragem para assumir o erro novamente... ele não fazia ideia do que faria caso acontecesse.

E foi com esse pensamento que ele pegou o celular, chamando a única pessoa que ele confiava para fazer o que ele queria. Esperou que Deidara chegasse impacientemente, talvez foram os minutos mais angustiantes que ele já havia passado, por que em seu íntimo o desejo insano de sujar as mãos de sangue havia voltado. Havia sido Deidara a quem confiou a segurança de Taiko nos últimos dias, o agente ainda se encontrava sob o encalço de Orochimaru e isso o deixava apreensivo, porque estava usando Deidara correndo o risco de que a cobra descobrisse alguma coisa, estava colocando a segurança de Deidara em risco também.

Ele estava a meses sem olhar os olhos verdes de Sakura, zelando por sua segurança e de repente alguém invade e veta tudo o que ele já tinha feito. Ele não permitiria.

- Uchiha, onde está indo? — Deidara perguntou vendo que ele iria se retirar. Itachi o encarou, há meses Deidara não via aquele olhar escuro, sem vida, nos olhos de seu líder e temeu o pior dele — Você não está apto.

- Apto? — repetiu.

- Orochimaru nunca está sozinho, sempre preparado pra qualquer ataque. Se fizer isto com a pouco sanidade que eu estou vendo, será suicídio! — o alertou.

- Ninguém mexe com o que é meu.

Deidara o viu se retirar, jamais conseguiria impedi-lo. Ele então caminhou pelo cômodo onde se encontrava a garota inconsciente, pensando em como Itachi pôde ter jogado tudo por conta dela. De uma menina. Era ridículo pensar que ele tinha tudo, uma vida incrível e jogou tudo pelo ralo...

Não pelo fato de querer ter um caso com alguém, mas sim pelo fato de que qualquer um sabia que Orochimaru gostava de usar artimanhas letais contra as pessoas que seus soldados criavam laços, apenas para transformá-los em robôs. Cães de briga. E agora Itachi entraria numa guerra quase impossível de ser vencida.

[...]

Itachi encarava a noite através do vidro, do último andar em seu edifício. Tudo estava escuro por ali, mas ele sabia que já estava sendo invadido apesar do silêncio. Em seu corpo o colete a prova de balas, em seu pulso seu tão letal relógio, e as armas no coldre além de espalhadas por sua sala e pele edifício que estaria no chão em poucos minutos.

Respirou fundo, buscando a paciência que sempre o acompanhava nas missões, mas que agora, havia erradicado e dado espaço à um desejo insaciável de matar a pessoa que o desafiou da maneira mais baixo possível. Tentar tirar a vida de uma criança, e da pessoa que ele mais amava.

Fechou os olhos e contou os segundos, quando voltou a abri-los as íris refletiram a escuridão da noite, inexpressivos e frios. Estava pronto. Saiu de sua sala andando lentamente, a cada sala e porta que se passava ele mirava a arma buscando por um alvo, e toda vez que encontrava um agente disparava a bala de maneira certeira, dois no peito e outro na cabeça. Os agentes mais próximos ouviam o ruído e se aproximavam tendo o azar de ter o mesmo destino, enquanto os que ainda estavam pouco distantes não o escutava devido o silenciador e modo sorrateiro com que ele se aproximava.

Porque Rosas São Clichês Onde histórias criam vida. Descubra agora