"Quando alguém está apaixonado, começa por enganar-se a si mesmo e acaba por enganar os outros. É o que o mundo chama romance!"
🌸
Sakura Haruno
Nova York, EUA
O som da campainha era o tintilar de um pequeno sino velho que ficava pendurado em cima da porta. E o barulho que ele fazia significava que um cliente havia chegado. E nas segundas-feiras em particular havia um movimento maior, talvez eram os maridos ou namorados tentando se desculpar por algo ocorrido no fim de semana, tentar descobrir para onde as flores iriam era seu hobbie na floricultura, adorava escutar os motivos pelos quais outra pessoa estava sendo presenteada. Na maioria das vezes eram datas comemorativas mas no dia a dia pouquíssimas pessoas passavam por ali comprar algumas rosas ou tulipas.
- Tenha um bom dia, Sra Chiyo! - saudou uma senhora que passava por ali semanalmente repor as flores dos inúmeros vasos de sua casa, Sakura já a conhecia quase de modo parentesco.
As pessoas costumavam pedir bastante por seus arranjos, a garota possuía uma delicadeza para com as flores inigualável, ainda que fosse um talento irreconhecível. Talvez escondia seus sentimentos atrás de cada pétala, ou gostava de se cortar nos espinhos das rosas. Ficar sozinha naquela pequena floricultura não era um problema para ela, deixou de ser a muito tempo. Desde a morte de seus pais que serviam na Síria à seis anos, deixando ela e seu irmão Takashi Haruno, que mesmo com a insistência dela para que o irmão mais velho não se alistasse para o exército como seus pais, ele foi, e Sakura estava há meses sem notícias dele.
Não havia como não esperar o pior...
Mas seus pensamentos jamais eram negativos.
Kizashi Haruno e Mebuki eram agentes do governo, Sakura nunca soube quais eram as missões que eles recebiam, já que trabalhavam na área mais secreta do estado, mas sabia que não eram missões necessariamente boas. E ela sabia que um rastro de sangue os acompanhou até que estivessem mortos pelas mesmas pessoas que tentaram atacar. As operações em Kandahar já duravam meses e seu irmão dava notícias raramente, o que ela sabia era que ele fazia parte do esquadrão de elite, os "cães de guerra" do país.
Apesar de desejar notícias de seu irmão o quanto antes Sakura tinha outras preocupações, por mais que ela tentasse fugir delas a todo custo. Ela não precisava arcar com o aluguel da floricultura, aquela era uma pequena lojinha no centro de Nova York, num ponto um pouco distinto - e quando dissemos Nova York não pense tão rapidamente na parte glamourosa da cidade, ela ficava um pouco mais reclusa - no segundo andar ficava uma biblioteca e o dono costumava dizer que o cheiro das flores atraíam os clientes e por isso ele não se importava em cobrar o aluguel, mas ela ainda possuía muitos gastos no qual a venda daquelas flores não chegava nem perto de suprir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Porque Rosas São Clichês
Roman d'amourA verdade é que facilmente nos deixamos enganar por aquilo que amamos. A atração pelo que é errado... Sakura nunca aceitou que ninguém se aproximasse de verdade, os que tentaram fugiram. Nada que passava por sua vida permanecia bem, assim como as...