Era verdade então, as vezes a pessoa que mais te machucada, também pode ser a que mais se importa.
Ver Itachi daquela forma não despertou exatamente o que ela queria, queria sentir raiva, sentir que ele havia ganhado o que merecia por ter mentido e a usado por tanto tempo. Mas não, ela ficou desesperada.
Apesar de todas as dores e os machucados recentes, havia conseguido convencer Deidara daquela ideia maluca de levá-la até Itachi, eles demoraram para encontrá-lo. O prédio que antes era a Anvil estava em ruínas, o fogo estava sendo combatido por bombeiros e o que sobrou dele estava inabitável. Ainda assim, Deidara garantiu que era impossível Itachi ter morrido ali. Foi então que chegaram até a casa de Orochimaru, não havia seguranças o que era estranho e a casa estava aberta. Enquanto adentravam podiam ver os sinais claros da luta, móveis quebrados e um caos.
Continuaram andando até que se depararam com a cena no corredor, o rastro de sangue escorria pela parede e no chão o corpo de Itachi, quase inconsciente. Da maneira que pôde ela correu até ele, suas mãos se sujaram de sangue ao tentar saber se ele estava vivo e respirou aliviada ao constatar que ainda respirava.
- Ele ainda está vivo. - Deidara falou pegando o pulso dele - Há muito sangue aqui, vamos levá-lo para o hospital.
Sakura estava ansiosa, sua respiração estava descontrolada demais para processar qualquer coisa. Ela só conseguia assimilar tudo o que havia acontecido, porque Itachi havia se arriscado tanto? Ele estava a beira da morte.
Deidara se levantou e iria carregá-lo para fora mais uma visão o chamou ainda mais atenção. A poça de sangue num quarto, o sangue espalhado pelo espelho e o que restou de Orochimaru no chão, seu rosto estava irreconhecível. Sakura não tinha a intenção de ver aquilo e Deidara achou melhor que não visse mesmo. Enfim, Itachi havia conseguido o que queria quitado a dívida, mas o preço havia sido alto demais...
Ela precisava voltar para o hospital, não só por ela, estava grávida e assim que pisou no hospital foi repreendida por Yamato. Ela já tinha problemas demais para enfrentar sozinha, Itachi não poderia ser mais um deles, mas agora era. Foi internada novamente, viu os exames e sentiu certo receio em Yamato quando ele falou sobre o bebê, estava prejudicada e a situação não melhorou, apenas se agravou. Ele a fez prometer que aquilo não se repetiria, e ela também prometeu a si mesma, não poderia ser imprudente de novo.
[...]
Os dias que se passavam iam intensificando as marcas de sua doença, Sakura tentava ser forte e dizer a si mesma que a gravidez não estava potencializando suas dores mas era inegável. Entraria no sexto mês, já começava a ficar difícil esconder mas agora esse era o menor de seus problemas, Itachi já sabia. De início, ela realmente questionou se ele iria ao menos se preocupar com o fato de que teria um filho, mas agora, saber que ele arriscou a vida para protegê-los mudava o sentido das coisas. Ele se importava, e pela primeira vez não era uma mentira. E tudo o que ela mais queria, sendo tola ou não, era acreditar que Itachi poderia ser o melhor que ela merecesse.
Ela não teve notícias dele, só sabia que ele estava hospitalizado desde aquele dia. Ninguém precisava lhe contar para saber que ele estava num estado grave, meses atrás ela desejou a morte dele mas agora desejava com todas as suas forças que ele estivesse bem. O que seu irmão pensaria dela agora? Que era fraca? Ou tola demais por sentir qualquer tipo de afeição pela pessoa que - não o matou - mas ajudou em sua morte?
Ela não sabia o que fazer...
Do outro lado do hospital, os pensamentos conturbados de Itachi se iniciaram antes mesmo dele voltar a consciência. Acordou assustado, sequer conseguia se mover, avaliou as diversas faixas e curativos em seu corpo e teve a certeza de que não estava morto. Seu primeiro questionamento foi: Por que?
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Porque Rosas São Clichês
RomanceA verdade é que facilmente nos deixamos enganar por aquilo que amamos. A atração pelo que é errado... Sakura nunca aceitou que ninguém se aproximasse de verdade, os que tentaram fugiram. Nada que passava por sua vida permanecia bem, assim como as...