Porque Rosas São Clichês

Capítulo 14 - O Medo Em Suas Mãos

Sakura passou dias no hospital, Itachi havia acatado com êxito o que ela havia pedido. Ele sumiu.

Ela tentava imaginar o que se passava na mente dele, raiva, ódio ou simplesmente nada? Sequer ela estava conseguindo lidar com todas as emoções existentes em seu peito, não podia lidar com a dos outros. O que o fez odiar tanto ela para machucá-la desse jeito?

Agora, no entanto, ela se sentia melhor e era horrível saber que ele era o causador disso. Não podia negar a ajuda dele, e o motivo era o que a atormentava, o que a deixava mal todas as vezes que tentava fingir que tudo o que estava acontecendo não era real. Ela não podia recusar a ajuda de Itachi, por que agora não estava mais sozinha...

Ela estava grávida.

Como conseguiria ter um filho? Ela não tinha forças nem para ela, como iria trabalhar? Sustentar aquela criança se nem ao menos casa ela possuía. Ou o pior que seus pensamentos poderia gerar: ela aguentaria gerar outra vida? Seu corpo aguentaria?

Estava desesperada e sem saídas.

Seu único pedido, ou súplica, foi para que Yamato não contasse a Itachi, não ainda. Ela não queria o peso da reação dele, o que alguém como ele iria pensar sobre ter um filho? Se quando ela mesma que passou tantos dias por ele foi dilacerada por apenas confiar nele.

Yamato prometeu sigilo mas até o momento em que isso não a prejudicasse, já que ele deixou claro que trabalhava para Itachi.

Após sair do hospital ela voltou para a casa de Chiyo e dessa vez teve uma surpresa, o filho que ela vivia tentando arrastar para ela, estava de volta. Sasori era gentil, talvez ele pensasse que ela estava usufruindo dos bens da mãe dele mas em nenhum momento ele transparece tal coisa.

Com o passar dos dias o sentimento de empatia entre os dois aumentava e Sakura sentia o peso de estar ainda mais inútil em tudo o que fazia. Há dois dias ela havia tido uma crise horrível, passou vinte e quatro horas sem conseguir colocar os pés no chão sem que sentisse os ossos trincando como vidro.

Já havia chorado tanto que não tinha mais lágrimas para tal, mesmo enviando currículos online lugar nenhum desejava ter uma funcionária como ela. Estava ficando sem saídas conforme os dias passavam e o peso de mais uma mentira se tornava incômodo, Chiyo tentava a todo custo não deixar que isso afetasse Sakura mas era inevitável.

O relacionamento deles era baseado numa mentira e agora até mesmo ela estava mentindo, talvez isto fosse contagiante, e uma coisa era certa: Itachi havia contagiado cada célula dela.

- Como foi a consulta hoje..? — Chiyo perguntou assim que chegou em casa, já era noite e ela costumava sair para caminhar.

- Foi bem, nada de diferente.

- Entrou no quinto mês, Sakura. — ela afirmou — Não acha que já está na hora..? — Sakura a olhou sem evidenciar toda sua angústia — Ele é o pai, não importa o que houve entre vocês... a criança não tem culpa. Vocês devem se reconciliar!

Chiyo sempre foi intrometida, mas na posição em que ela estava não podia reclamar muito. Mas aquele assunto, era complicado demais.

- Chiyo, tudo isso é delicado demais. Mas não se preocupe, eu não irei esconder isso dele pra sempre.

- Até por que sua barriga está começando a aparecer, menina. — a velha sorriu enquanto se retirava — Bom, então boa noite.. essa velha precisa dormir, amanhã vamos voltar novamente no hospital dar uma olhadinha nesse bebê. — ela sorriu — Eu no quinto mês de gestação já estava muito gorda, acho que você não está se alimentando direito...

Ela saiu do quarto ainda resmungando, Sakura sorriu com a preocupação e se ajeitou na cama para dormir, a chuva lá fora começava a se iniciar e talvez ela pudesse ter uma noite tranquila de sono após tanto tempo, apesar de não ser muito otimista em relação a isto. Pensou um pouco sobre o que disse a Chiyo sobre Itachi, ela não iria reconsiderar, não por ela e sim pela criança.