Oliver
Olho atentamente o metal prateado que brilha intensamente sob a luz do sótão, engolindo em seco eu deixo a caixa no chão e logo viro em direção a Mariana que está branca como uma folha de papel. Sem demora levantamento e vou em sua direção, ela olha-me assustada enquanto treme levemente.
— Oliver isso é... isso é...
— Sim gordita hermosa, é um revólver, um revólver prateado e aparentemente descarregado.
— Como sabe que está descarregada?
— O pente está separado da arma.
— Mas ainda assim ela pode estar carregada com uma ou duas balas.
— Eu acho improvável.— Mais calma Mari respira fundo e vai em direção a caixa que ainda está no chão.
— Por que meu pai teria isso?Também intrigado aproximo-me dela e volto a pegar a caixa, curioso pego a arma com minha mão livre e a outra mão estendo a caixa para minha prima que a pega. Ainda impactado analiso melhor o revólver. Em seu cabo está gravado um lírio e embaixo as letras DF, suponho que seja as iniciais do nome de meu tio, apesar de surpreso sinto uma admiração sem igual por aquele objeto pesado e prateado.
— Oliver olha isso.— Imediatamente tiro meu foco da arma em minhas mãos, e olho para Mariana que tem um papel amarelado em mãos.
— O que é? — Pergunto enquanto mantenho meus olhos no papel.
— É uma pequena carta.
— Sério?
— Sim.
— E o que diz aí?
— Vou ler.Caro capitão foi uma honra sem igual tê-lo como nosso líder durante todos esses anos. O senhor nos proporcionou a dádiva de termos uma família novamente, o senhor nos acolheu quando o mundo nos virou as costas, e por isso somos mais do que gratos capitão, hoje o senhor vai navegar por outros mares e ter outras aventuras, queremos lhe dar algo de presente algo que o fará se lembrar de nos para sempre e também servirá como um meio de lhe proteger e proteger quem você ama. Juntamos um pouco de nossas economias e compramos a La prata para o senhor, espero que goste e sempre lembre-se que toda a tripulação sempre estará aqui para o senhor, um grande abraço de sua família marítima assinado.
Tripulação de El Lírio.
— Isso está em português?
— Por incrível que pareça sim.
— Então essa arma foi um presente.
— Segundo o bilhete sim, e ainda da antiga tripulação do meu pai.
— Bom, mas isso não é exatamente uma pista.
— Você está certa, isso não é.
— Tinha algo a mais no diário do tio Daniel?
— Não, as páginas seguintes sumira, foram arrancadas.
— Estanho.
— Bem e o que faremos agora?
— No momento creio que é melhor guardarmos a arma novamente no lugar e sair daqui, você precisa voltar para cama e essa poeira toda já está deixando sua respiração cansada.
— Tem razão.Cautelosamente pego novamente a caixa de suas mãos e guardo o revólver, fecho a caixa e abaixo-me colando-a de volta embaixo da estante. Por fim levanto-me, seguro a mão de minha prima e a puxo até a saída do sótão, em um momento mais adequado peço autorização de minha tia para olhar melhor por aqui.
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Lírio De Prata
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