Um conto de Fenrys - uma fanfic de Trono de Vidro

Capítulo 5- Karen

Ela tentou, veemente, não olhar para ele. Sabia que o havia surpreendido e não queria mostrar que aquilo a divertia. Era muito difícil não olhá-lo. Parecia que um imã atraía seus olhos para aquele rosto perfeito.

Karen o havia visto naquela manhã, enquanto chegara no andar de baixo para o café da manhã, mas preferiu não demonstrar interesse. Mesmo quando ela tinha certeza de que ele ouvia seus batimentos cardíacos estrondosos quando estavam próximo. Não que fosse exatamente um problema. Ela sabia que esse interesse era mútuo.

Mas alguma coisa a prendia. Era difícil simplesmente demonstrar tudo o que sentia. Mas ali estava ele. Ele a havia encontrado, mesmo com seus esforços em se manter o mais invisível possível até que seu irmão retornasse.

Karen não podia mentir para si mesma. No momento em que o cheiro amadeirado entrou em suas narinas, ela sentiu um regozijo inexplicável. E o fato de terem conversado tão tranquilamente, como na noite anterior, a surpreendeu novamente.

Estar na presença do feérico de novo foi um misto de sensações, e ela ainda estava aprendendo a lidar com todas elas. Sentia-se apreensiva por conta do passado, e ao mesmo tempo esquecia-se dele. Sentia vontade de estar perto de Fenrys e sua pele formigava, ansiando por sentir qualquer contato. E tinha o desejo. Aquele desejo estranho e ao mesmo tempo familiar que tinha pelo macho. E não ajudava o fato de Karen ter adorado o flerte espontâneo e inesperado que compartilharam.

A verdade é que, a ex-comandante tinha certeza de que não aguentaria muito tempo antes de ceder a essa atração, embora soubesse que, por algum motivo que ela ainda não estava preparada para pensar, com ele seria diferente de tudo e todos.

Aguardando em posição, enquanto esperavam o início da disputa, ela sentiu um aroma inebriante e fechou os olhos. Chuva de verão.

- Eu disse que você ia continuar me surpreendendo. – Disse o dono daquele cheiro ao seu ouvido.

- Você se surpreende facilmente, lobo.

Ele soltou uma risada rouca, que lançou um arrepio por sua espinha:

- Se eu soubesse, teria trazido minhas roupas de batalha, também. – Acrescentou, quando se colocou ao lado da guerreira e a olhou nos olhos.

Karen percorreu o olhar pelo corpo dele e notou uma faixa branca com o número oito escrito. Seus olhos subiram rapidamente para os de Fenrys, que apenas sorriu de lado e deu de ombros.

Totalmente ciente de que não deveria fazer isso, mas indo contra a todos os seus instintos ela se pegou perguntando:

- O que vamos apostar?

Ele arregalou os olhos por um instante e deu um sorriso tão largo para a feérica, que teve que se esforçar para segurar um suspiro. Merda de sorriso.

- O que você quer, Sta. Bittencourt?

Ela pensou por um instante e o condutor da competição começou a dizer:

- As regras são simples. Não podem pular nenhum obstáculo, devem passar por todos os alvos que aparecerem. Podem tentar interceptar seus oponentes, mas não quero nenhuma morte na minha arena. E o mais importante, não podem assumir sua forma animal. – Acrescentou tomando sua posição. – Que vença o melhor.

- Se eu ganhar, você vai bancar tudo o que eu e meu irmão quisermos gastar no festival. – Disse ela, já pensando no poço sem fundo que era o estômago de Kaysen.

- É isso? Esperava mais de você.

- E qual será sua aposta, então? Macho ambicioso.

O sorriso de Fenrys era tão malicioso, que fez Karen quase voltar atrás com sua proposta. Ele se aproximou, de forma que seus rostos estivessem a centímetros um do outro e sussurrou: