Karen estava perturbada. Estava odiando ter que matar aqueles homens por causa da loucura de Victor. Sabia como ele era insano, mas não esperava que colocasse a vida de tantos homens em jogo, só para conseguir uma vingança infundada. Ela estava cansada, mentalmente cansada. Mas, infelizmente, ainda não tinha acabado.
Estivera uma vez no posto sete, nos meses em que trabalhou para o mercenário, então sabia onde provavelmente o irmão estaria. Quando desceu o primeiro lance de escadas, viu dois homens correrem em sua direção. Ela disparou em direção e, quando chegou ao alcance de suas armas, se abaixou desviando dos golpes de ambos e usou suas espadas para cortar-lhes nas pernas. Enquanto os homens agonizavam no chão, mais três apareceram. A feérica guardou as espadas e disparou três facas, atingindo a barriga de cada um. Deixando o grupo para trás, continuou seu caminho.
Quando finalmente chegou ao seu destino, a porta preta já estava desprotegida. Karen não pensou duas vezes. Levantou a perna direita e chutou com toda a força a porta, que se abriu com o impacto.
Seu coração parou por um instante diante do que seus olhos viram. Kaysen estava com uma mordaça de ferro na boca, seus braços esticados ao lado do corpo, presos por correntes também de ferro que vinham das paredes laterais. Seu rosto estava sangrando e machucado, um olho praticamente fechado por causa do inchaço, mas isso não impediu o feérico de reagir ao ver a irmã.
Infelizmente, este momento rendeu uns segundos de distração, e quando Karen entrou na sala, sentiu algo vindo em sua direção. Conseguiu desviar um pouco do metal, mas não o suficiente, sendo atingida na cabeça. Ela caiu, e o agressor aproveitou o momento para golpear uma segunda vez.
A feérica conseguiu ouvir os gritos sufocados do irmão, enquanto ainda permanecia no chão. Como pôde ser tão descuidada Karen? O que papai diria disso?
Lutando para se colocar de pé e tentando recuperar seu equilíbrio, ela se voltou para o irmão, que respirava pesadamente. Mas não era o olhar de ódio e preocupação que estava em Kaysen que prendeu a atenção de Karen, e sim do homem parado atrás dele com uma faca em sua garganta. Victor.
Mesmo com a visão um pouco turva, viu que o homem não tinha mudado muito. Ainda era bonito, forte, alto, com os cabelos escuros como os do sobrinho. Mas algo estava diferente em seus olhos verdes. Uma insanidade que não estava ali na última vez que ela o vira.
- Até que você demorou pra vir, – disparou o homem – estava achando que tinha desistido do irmãozinho patético aqui.
Victor estava bem posicionado atrás de Kaysen. Sabendo que Karen poderia lançar uma adaga em sua cabeça antes que ele pudesse piscar, não poderia arriscar expor seu corpo.
- O seu showzinho lá fora foi comovente. – Continuou – Quase me convenceu de que se importa com aqueles homens ao invés de tentar incendiá-los quando acha conveniente.
- Não fomos responsáveis por aquilo, Victor. – Karen falou sem mover um músculo – Saímos aquela noite porque estávamos cansados de suas mentiras, e não ganharíamos nada tentando matá-los.
O homem soltou uma risada alta, como se ela tivesse lhe contado a coisa mais absurda, antes de cuspir:
- Você acha que sou idiota? Vocês sempre foram sensíveis demais, principalmente você Sta. Bittencourt. Não souberam lidar com a lista e quiseram me dar uma lição. Parabéns, o posto três já era, junto com sete dos meus melhores cavalos.
Karen pôde ver a faca no pescoço do irmão ser mais pressionada, e temeu pela vida do gêmeo. Falando, ele precisa continuar falando até que Fenrys consiga chegar até mim.
- Se tivéssemos alguma intenção de matá-lo antes de irmos embora, não acha que teria sido muito mais fácil fazer isso enquanto dormia? – E então acrescentou – Sabemos que tudo isso não é por causa do incêndio.
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Um conto de Fenrys - uma fanfic de Trono de Vidro
FantasyEssa história é para aqueles que leram Trono de Vidro e torceram para que Fenrys tivesse sua história contada. É um presente meu para um dos personagens mais carismáticos e importantes para toda a saga. Fenrys merece uma história de amor, então cri...