Um conto de Fenrys - uma fanfic de Trono de Vidro

Capítulo 17- Fenrys

Embora se considerasse um macho divertido e carismático, Fenrys sempre levou a sério suas promessas. E como havia dito para sua linda parceira, os quatro caminharam para fora da fortaleza, são e salvos, enquanto a cabeça do maldito contrabandista estava em sua mão.

Seria motivo de orgulho, caso as razões pela qual aquela batalha tinha acontecido não fossem tão superficiais. Um homem transtornado e obcecado por uma feérica e cego por sua necessidade de vingança.

Enquanto Vaughan ajudava Kaysen a subir no seu cavalo, Fenrys viu sua parceira dar um abraço no jovem Laurent.

- Tem certeza de que consegue lidar com esses homens? – Disse ela – Muitos podem ser perigosos.

- Eu posso não ser o mestre no combate, mas meus pais me deram muito mais do que seu negócio de transporte. – Completou o jovem – Eles me deram inteligência administrativa. E se caso algum homem achar que pode me atacar de alguma forma, ainda tenho muitos empregados e parceiros fiéis à minha família. Vou ficar bem.

- Obrigada pela ajuda, rapaz. – Falou o lobo, segurando a cintura da parceira – Serei eternamente grato por ajudar a salvar meus amigos e acabar com essa confusão.

- Não precisa me agradecer. Já estava na hora de alguém pôr um fim nas loucuras do meu tio.

Fazendo uma careta, o garoto pegou a cabeça do tio da mão do feérico e entregou a um de seus empregados.

Fenrys subiu em uma égua preta, se sentando atrás de Karen, enquanto Vaughan cavalgava à frente de todos. Os quatro acenaram para o jovem comerciante, e seguiram seu rumo.

Enquanto trotavam, sem pressa, de volta para a taberna, Karen relaxou o corpo e encostou no peito de Fenrys. Ele pensou que essa sensação era uma das melhores do mundo, fazendo com que lembrasse que poderia ter perdido isso para sempre.

- Nunca mais faça isso! – Disse, fazendo sua parceira olha-lo – Nunca mais saia sozinha para enfrentar um inimigo, sem saber ao certo o que irá encontrar.

- Eu sei que ficou preocupado, mas seria tarde demais se não tivesse atravessado aquelas portas e distraído Victor o suficiente para que chegassem.

- Pode até ser, mas isso não muda o fato de eu ter pensado que poderia te perder.

Ela tirou a mão do feérico de uma das rédeas e beijou os nós dos seus dedos. O gesto carinhoso fez o coração do macho explodir de felicidade.

- Eu sei... Me desculpe por isso.

Após alguns minutos de silêncio, foi ela a primeira a quebrá-lo:

- Ainda não acredito que ele fez tudo aquilo por causa de uma obsessão por mim. Se eu soubesse que ele iria enlouquecer de vez, teria sido mais cuidadosa.

- Você precisa parar de se culpar. Por mais que eu odeie o fato dele ter tocado em você, ainda sim você não fez nada demais. Não tinha como saber que ele era tão perturbado.

- Eu sabia. – Falou Kaysen, levantando a mão direita – Sempre soube. Mas pra variar, ninguém nunca me escuta.

Fenrys sorriu para o feérico recém resgatado, genuinamente feliz por ele estar bem:

- Quase senti falta de suas baboseiras.

- Ah, cunhadinho... – Piscou – Esse grupo não seria nada sem meu charme.

Sua parceira ergueu a cabeça e lançou um olhar para o lobo, sussurrando, para que apenas ele pudesse ouvir:

- Gostei do "cunhadinho".

—

Quando finalmente voltaram para a taberna, já tinha amanhecido e o Sr. e a Sra. Johnson ajudaram os gêmeos a se restabelecerem em seu quarto. Eles pareceram não ligar para a ausência dos dois na apresentação, alegando que um novo grupo estava na cidade que substituíra os dois na noite anterior e naquela.

Fenrys ficou grato por essa folga a Karen e Kaysen, pois o estresse físico e emocional que ambos passaram foi muito grande. Ele só queria que a parceira pudesse descansar.

Karen se despediu de todos dizendo que iria se banhar e dormir até a hora do jantar, afirmando que comemorariam naquela noite vendo a apresentação do outro grupo. Isso fez com que ele se lembrasse do primeiro encontro dos dois.

- Eu já volto. – Comunicou ao amigo que ajudava Kaysen com seus ferimentos.

Fenrys subiu depressa para seu quarto e pegou o pacote. Estava planejando entregar em um momento especial, e acreditou que seria a ocasião perfeita. Seguindo para o quarto dos gêmeos, ele encostou o ouvido na porta e esperou. Como não escutou nada, imaginou que Karen estivesse no banho, girou a maçaneta e entrou.