Um conto de Fenrys - uma fanfic de Trono de Vidro

Capítulo 13- Fenrys

Fenrys estava, pelo menos, cinco minutos atrás de Karen, mesmo em sua forma de lobo. Ela corria numa velocidade tão surreal que ele estava se esforçando apenas para continuar correndo, porque não havia a mínima possibilidade de alcança-la, principalmente quando ela estava em sua forma animal.

E ele nem sabia o motivo de estar correndo. Depois do momento inesquecível que tiveram, Karen apenas disse que tinha algo errado com o irmão, e saiu em disparada de volta para a taberna. O guerreiro passou o caminho todo tentando lembrar da última vez que vira o gêmeo de sua parceira, mas não havia demonstrado nenhum problema na noite anterior quando eles terminaram sua habitual apresentação.

Mas o feérico sabia da ligação dos poderes dos dois, e que se Karen havia sentido algo, é porque as coisas não estavam nada bem.

Quando finalmente chegou à taberna, viu Vaughan, que estava com a respiração pesada. Antes mesmo de Fenrys voltar a forma feérica, o amigo começou a falar:

- O que está acontecendo?

Fenrys começou a subir os degraus da frente do estabelecimento correndo, pensando que cinco minutos de diferença entre ele e sua parceira poderiam ser fatais.

- Eu não sei. – Falou, já se dirigindo às escadas para os dormitórios – Karen saiu correndo e apenas disse que havia algo de errado com o irmão.

- Eu sabia. Não o encontrei em lugar nenhum, e a última vez que o vi foi na apresentação de ontem. Achei que tivesse sumido com a loira da outra noite.

Naquele momento, Fenrys avistou a feérica e correu para alcançá-la.

- Ei! Você estava com Kaysen ontem à noite?

A fêmea estava pálida com os olhos arregalados quando respondeu:

- Não. Depois da apresentação dele, combinamos de passear com os cachorros, mas como falei para ela, fiquei o aguardando em frente a taberna, mas ele nunca apareceu.

Fenrys concluiu que sua parceira já havia interrogado a fêmea quando chegou, mas mesmo assim pensou em insistir um pouco:

- Tem certeza de que não viu nada estranho? Não ouviu nada enquanto o aguardava.

- Tenho. – Confirmou balançando a cabeça – Fui até o canil atrás dele alguns minutos depois, mas os cachorros ainda estavam presos e não havia sinal de Kaysen. Concluí que tivesse mudado de ideia e voltei para dentro.

Isso não pode ser bom. Concluindo que ela não traria mais informações relevantes, ele acenou com a cabeça em agradecimento, e se dirigiu ao quarto dos gêmeos, com o amigo logo atrás.

Quando chegaram perto, Fenrys notou que a porta do quarto deles estava entreaberta. Ao entrar, viu que estava vazio e, antes que entrasse em desespero, seu amigo disse logo atrás:

- O canil! – E os dois dispararam para o local.

Quando chegaram, podiam ouvir os cachorros latindo agitados, mas Karen não estava na parte da frente. Ela se encontrava de costas para a entrada, de frente a parede oposta.

Ao se aproximar de sua parceira, notou que a mesma não olhava para a parede, apenas, e sim para o que estava escrito nela.

Com uma tinta escura, que por um breve momento ele pensou ser sangue, havia um grande V, desenhado, com um círculo em volta. Fenrys nunca vira algo do tipo, mas teve a sensação de que Karen sabia, pois ele viu o ódio que fervilhava em seus olhos, enquanto olhava para o símbolo.

O lobo olhou para o amigo, que entendeu que alguma coisa urgente estava acontecendo e que precisavam fazer alguma coisa. Fenrys voltou os olhos para o rosto tenso da feérica ao seu lado e questionou: