Um conto de Fenrys - uma fanfic de Trono de Vidro

Capítulo 10- Fenrys

Alguns dias se passaram e a convivência com os gêmeos se tornou uma rotina. Durante o dia os quatro se reuniam, conversavam, e passavam tempo juntos e durante a noite assistiam à apresentação musical dos irmãos. E quando era apenas Karen que cantava, ajudavam seu irmão a protegê-la das investidas dos machos que estavam no lugar.

Fenrys sabia que aquilo seria passageiro, que em algumas semanas estariam de volta a Orynth. Mas ele não tinha a menor intenção de desistir. Não quando a sua relação com Karen estava indo bem. Pelo menos era no que ele acreditava.

Eram sutis, mas suas investidas eram sempre bem sucedidas. Sempre a fazia rir de algo que dizia, sempre a acompanhava em seus passeios pela cidade ou no jardim. Fazia questão de deixá-la ciente de sua admiração e fazia contato físico sempre que possível. Prendendo uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, roçando sua coxa na dela por debaixo da mesa, ou segurando sua mão sempre que tinha oportunidade.

Por mais que ele estivesse genuinamente se divertindo com tudo aquilo, sabia que não tinha tanto tempo assim. E ele não era o único que percebia isso. Naquela noite, ele e Vaughan estavam em sua mesa habitual no bar da taberna, aguardando a apresentação principal, que hoje era os gêmeos. Enquanto tomavam sua cerveja, o amigo virou para Fenrys dizendo:

- Você sabe que não tenho intenção nenhuma de te atrapalhar, nem nada. Mas não poderemos ficar aqui para sempre. Em algumas semanas o contrato deles acaba e não sabemos qual será o destino dos dois.

- Você acha que eu não sei? É só que... – Parou por um momento – Com ela não é tão simples. Eu não posso agir como eu sempre agi com outras fêmeas. Com ela é ... diferente.

- Eu sei. Ela é sua parceira.

- Não sabemos se isso é verdade.

- É claro que é. – Afirmou Vaughan – É nítido para qualquer um.

- Como assim?

- Olha, eu não tenho uma parceira, mas já vi muitos parceiros por aí. Ela sente o mesmo por você, está escrito em seu rosto. Só acho que tem as mesmas inseguranças que você tem.

Fenrys tomou um longo gole da cerveja, refletindo sobre a declaração do amigo e concluiu que seu medo de estragar tudo poderia ser um empecilho para eles ficarem juntos. Porque era isso o que ele queria no fim das contas. Ele a queria. Verdadeiramente, profundamente e genuinamente. Jamais desejara alguém como a desejava. A questão era se ela sentia o mesmo. Apenas tinha ciência de que ela correspondeu às suas investidas e nunca tentou afastá-lo.

- Você está certo. – Disse Fenrys depois de um tempo – Preciso saber quais são minhas chances e tentar conquistá-la de uma vez.

- Acho que não será uma tarefa difícil. Se estou certo, ela está louca por você – Completou o amigo – E raramente estou errado.

Fenrys sentiu uma esperança tomar conta do seu peito ao ouvir essas palavras. O amigo realmente tinha uma boa leitura das pessoas, e sempre fora muito atento aos detalhes. Talvez ele tivesse razão. Naquela noite, concluiu o feérico, ele acabaria com aquela dúvida.

Alguns minutos depois, os gêmeos subiram no palco e algumas pessoas já começaram a se aquietar, ansiosos para ouvirem sua melodia. Fenrys não enxergava nada além de Karen. Ela estava com um vestido branco, de mangas curtas e o comprimento um pouco abaixo dos joelhos. Haviam flores coloridas bordadas no corpete apertado, trazendo destaque aos seios bem acomodados no decote. Seus cabelos soltos pareciam mais brilhosos que de costume, e ele não deixou de reparar que ela havia colocado pequenos brincos de pérola nas orelhas.

O lobo ficou momentaneamente sem fôlego. Achava que não poderia haver imagem mais magnífica do que aquela na sua frente. Caralho, a quero muito. Aquele desejo parecia dominar cada parte do seu corpo. A mente, o coração, até sua pele parecia formigar para ceder a essa vontade intrínseca. Tornando-se algo tão urgente como a própria necessidade de respirar.