Capitulo treze

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Aretha

Acordei um pouco zonza, estava em uma cama demorei um pouco para reconhecer o lugar era o quarto de Luiz na mansão Montserrat.

- Porque me trouxe para cá Kiko? Perguntei a Frederico enquanto tentava levantar.

- Acalme-se, você passou por um pequeno choque. Disse o Doutor Wilson que era meu chefe e também médico da família.

- Eu quero ver meu noivo. Disse me escorando em uma cômoda perto da cama enquanto tentava caminhar.

Olhei para Fred que estava com os olhos perdidos tentando não olhar nos meus.

- Frederico quero saber de Luiz, cadê ele? 

- Venha vamos descer para sala, estão todos lá em baixo seus pais e Flavia estão aqui também.

Frederico me apoiou então descemos, quando apontei em frente a escada, dona Safira me olhou e desabou em um choro profundo de dor.

Meu pai subiu as escadas correndo e ajudou Fred a me apoiar, descemos e minha mãe veio me abraçar.

- Filha, meu amor eu sinto muito.

Nessa hora vendo o desespero de dona Safira e o consolo de minha mãe já deduzi por si só que o pior tinha acontecido.

O barulho de vozes vindo da TV me chamou a atenção.

- E segundo o resgate não houve sobreviventes. Dizia uma repórter na TV.

- No avião estava o piloto Samuel Teixeira, o copiloto Anderson Barcelos e o neto do empresário Giuseppe Montserrat fundador dos frigoríficos MontFrigo,  Luiz Marcelo Montserrat de 27 anos que era o chefe de operações nas empresas. Dizia outro repórter.

- Ainda não a informações do que teria causado o acidente, já que todos os aviões monomotores da empresa passam por rigorosas revisões a cada voo.

Nessa hora eu estava paralisada, não conseguia me mover meu interior gritava, se batia, mais eu não respondia a nada, era como se escutar aquelas palavras da repórter "NÃO HOUVE SOBREVIVENTES" tivesse me congelado.

Ali perdida em meus pensamentos levei um pequeno susto, quando a mão de Flavia pegou em meu braço me arrancando daquele transe e me trazendo para a vida real, olhei em volta todos choravam, Dona Safira abraçada em seu Alberto, minha mãe abraçada em meu pai e Fred agachado num canto com a cabeça enterrada nas mãos.

Flavia me puxou até o sofá para que eu sentasse, eu não conseguia expressar nada nenhuma reação, eu queria chorar, gritar, questionar o que estava acontecendo mais eu não conseguia, não tinha controle nem dos meus olhos que estavam vazios.

Quando do nada a lembrança de sua cabeça encostada em minha barriga na noite anterior enquanto ele me despia, e as suas palavras de despedida "EU TE AMO, AMO VOCÊS DOIS LOGO ESTAREI AQUI DO SEU LADO" e só ai que minha ficha caiu, ele não voltaria mais, o homem que eu amo, o pai do meu filho estava morto!


DO AMOR AO CAOSOnde histórias criam vida. Descubra agora