Capitulo trinta e cinco

18 5 2
                                    

Luiz Marcelo

Assim que saí da casa de Aretha, fui para a empresa precisava distrair a cabeça, pensar em outras coisas.

Chegando lá praticamente todos já sabiam do milagre que era a minha volta, entrei e fui atrás de Luciano, por sorte não encontrei Frederico pois estava em uma reunião com os representantes dos australianos que estavam querendo fechar negócios.

Fui a sala de Luciano que me recebeu com um abraço.

- Irmão é tão maravilhoso te ver aqui.

- Obrigado cara, mais vim apenas conversar por agora não vou voltar trabalhar, tenho que resolver coisas e irei precisar voltar na Argentina para buscar minha esposa.

- Sua o que? Pera aí irmão tô perdido agora.

- Sim o Alejandro que era eu no caso se casou com a mulher que o salvou.

- Ah você tá me deixando mais confuso ainda.

Rimos e contei a ele toda a história.

- Cara tô tentando entender, no avião foi encontrado três amostras de DNA dos corpos incinerados, como isso pode ser se você está aqui?

- Tinha um rapaz no aeroporto quando chegamos, ele precisava ir para Buenos Aires pois a esposa ia dar a luz e ele não estava conseguindo voo, então ofereci uma carona.

- E qual era o nome dele você se lembra?

- Sim, Vagner Fonseca.

-  Porra!

Luciano bateu na mesa.

- O que foi?

- Aretha falou sobre esse homem, a esposa dele um tempo depois deu uma entrevista falando que o marido estava desaparecido, que a última informação que ele a deu foi que havia conseguido uma carona.

- Aretha?

- Sim ela viu a entrevista e veio aqui falando que possivelmente esse homem poderia ter ido com você, mais no laudo do legista foi comprovado o seu DNA, o do piloto e do copiloto.

- Mais como foi confirmado o meu DNA se eu estou vivo?

- Olha não quero causar intriga e nem por coisas na sua cabeça, mas a policia levantou a hipótese que poderia ter sido um acidente criminoso.

- Como criminoso? Quem faria uma coisa dessas? Eu nunca fiz inimizades Luciano.

- Você sabe melhor que ninguém que a empresa tem muita cautela com os aviões e a cada saída e cada chegada eles passam pelo processo de revisão e manutenção.

- Sim isso eu sei, mais não consigo imaginar quem poderia fazer isso, a empresa sempre teve boas relações até mesmo com a concorrência.

-Irmão, a única pessoa que me vem na cabeça é o Frederico, desculpa falar isso assim.

- Ele não faria isso jamais, nós somos irmãos e ele não é um assassino.

- Cara, você morreu e ele fez de tudo pra ficar com a sua mulher, sua filha, seu emprego.

- Não cara isso não é possível.

- Pensa Luiz, ele tem a vida que era sua, até se veste como você ele é obcecado pela Aretha, ele passou todos esses anos a rondando fazendo de tudo pra ficar com ela e conseguiu, casou com ela, cria a sua filha como se fosse filha dele.

- Mais isso é muito sério cara, você acha mesmo que ele tentaria me matar só pra ficar com a Aretha?

- Sempre pensei isso.

Naquela hora minha cabeça fervia, fazia total sentido por isso ele ficou tão irado em saber que eu estava vivo, ele tentou me matar e ficar com a minha vida.

- Vou até a polícia, irei pedir para abrir uma investigação.

- Mais irmão, tem certeza disso?

- É o mais correto a fazer, se ele tentou mesmo me matar vamos descobrir.

Levantei me despedi de Luciano e sai, precisava me acalmar dirigi por São Paulo sem destino por algumas horas, me veio na cabeça a vontade de ir até nosso antigo apartamento, olhei no porta luvas do carro que era onde eu havia guardado a chaves antes de viajar e por incrível que pareça estava lá, fui até lá.

Quando entrei estava tudo do mesmo jeito, entrei no quarto que antes era o de hóspedes e depois foi reformado para ser de Luiza, não contive a emoção pensando que eu poderia ter acompanhado tudo, a gravidez de Aretha, o nascimento de Luiza, seu primeiro dentinho nascendo, seus primeiros passos, as primeiras palavras e tudo isso foi tirado de mim.

Sai dali e fui até o nosso antigo quarto lembranças dos nossos momentos me veio a mente, aproveitamos tão pouco tempo o nosso cantinho.

Me deitei na cama, o travesseiro tinha o cheiro de Aretha o abracei pensando estar abraçado nela, acabei pegando no sono acordei já estava anoitecendo.

Fui para casa, vi que o carro de Aretha estava estacionado na porta, entrei e escutei a voz dela conversando vindo do escritório, parei na porta e fiquei escutando pois ela estava chorando, queria saber qual era o assunto, se ela estava contando a minha mãe sobre nossa discussão de mais cedo, mais não era.

- Ele estava louco, ele rasgou meu vestido, tapou minha boca e começou a passar a mão em mim de um jeito estranho, ele iria abusar de mim dona Safira, eu tive tanto medo.

- Aquele desgraçado fez isso com você?

Ela se virou e olhou para mim assustada.

- Eu vou mata-lo! 

Sai de lá com ódio Aretha e minha mãe estavam atrás de mim.

- Luiz não, volta não vai lá por favor.

- Filho não faça uma loucura.

- Eu vou mostrar pra ele o que ele merece.

Aretha segurou meu braço, me virei para olhá-la e aquele olhar de medo me destruiu.

- Não vai, você vai acabar fazendo algo que irá se arrepender.

- Eu não vou aceitar ele fazer isso com você.

Vi as marcas em seu pescoço, e aquilo me fez ficar pior ainda meu coração se quebrou.

- Você não merece isso Aretha. 

Não me segurei e comeceia chorar, eu a amo tanto não posso deixar mais nada de mal acontecer a ela.

- Me perdoa por ter te falado aquelas coisas mais cedo.

- Tudo bem, me perdoa pelo tapa.

Dei um beijo em sua testa, mais o que eu mais queria era abraçá-lae beijá-la dizer que tudo irá ficar bem, mais antes preciso lidar com aquele desgraçado.

- Agora vou acertar as contas com aquele covarde, tenho quase certeza que ele armou o acidente para tentar me matar.

Acabei falando sobre minha desconfiança, vi que falei de mais serrei os punhos e sai.

DO AMOR AO CAOSOnde histórias criam vida. Descubra agora