Capítulo TREZE

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FAYE

Fiquei um pouco surpresa quando vi Hanna na cozinha com Diana. Elas já pareciam se conhecer, então o serviço fluiu rapidamente. Kyan pela primeira vez não apareceu. Suspeitei que tivesse algo a ver com a ausência dos biscoitos recém assados de Charlie. Alguns clientes também pareciam decepcionados por não terem uma fornada. Ri comigo mesma ao lembrar a cara de Diana quando mencionei sobre.

–Charlie está melhor?--perguntei para Hanna, quando estávamos fechando para o dia.

–Não passei lá antes de vir, meu irmão provavelmente exagerou.--ela bufou, colocando uma cadeira sobre a mesa.--Mas estou pensando em ir lá agora, quer me acompanhar?

–Você acha que tudo bem?

–Claro, por que não seria?--Hanna riu.--E você Di, quer ir?

–Vai ter que ficar para uma próxima.--Diana disse.--Estou com as crianças hoje.

–Temos que marcar uma noite de garotas.--Hanna insistiu.--Posso arranjar uma babá para você.

–Eu agradeço, querida.--Diana sorriu, com o gesto.--Marque com antecedência e irei.

–Combinado!--Hanna concordou.--Bem, terminamos por hoje. Vamos?

Foi estranho voltar à comunidade em que Hanna, e agora Charlie moravam. Todos pareciam curiosos com nossa chegada, ou com a minha na verdade. Tentei ignorar os olhares, mas se tornou um pouco difícil quando algumas pessoas paravam para encarar. Me aproximei de Hanna, me sentindo intimidada. Eles ainda me pareciam uma espécie de culto. Mas tudo era extremamente normal à primeira vista.

–Tem certeza que está tudo bem eu estar aqui?--sussurrei.

–Sim, ignore eles.--Hanna lançou um olhar feio para duas mulheres.--Eles estão curiosos por que te viram com Kor da última vez.

–Ah.

–Já estamos chegando na casa de Roan e Charlie. Preferimos não usar carros por aqui. Temos muitas crianças correndo.--ela explicou. Deixamos meu carro na entrada da comunidade quando chegamos.

–Tudo bem, não me importo de andar.

Chegamos na casa de Charlie depois de uma caminhada de quinze minutos. Hanna entrou sem bater, jogando a bolsa no sofá e eu a segui encontrando uma Charlie na cozinha, com aparência cansada, mas sorridente.

–Hey.--Charlie nos cumprimentou. Hanna a abraçou e elas pareciam velhas conhecidas. Quase irmãs.--Faye.--Charlie me chamou e eu me aproximei, sem jeito, até ela me envolver em um abraço caloroso.--Você está aqui, bom!

–Hanna me chamou.

–Estava precisando da companhia.--ela suspirou, se virando para o fogão e mexendo algo de uma panela grande.--Estou fazendo um ensopado. Fiquem para o jantar.

–Oh, claro. Se não for incomodar.--concordei.--Mas você está esperando um exército?--questionei ao ver a quantidade de comida que ela estava fazendo. Charlie riu, revirando os olhos.

–Espere e verá.

Eu vi.

Na verdade, mal acreditei quando anoiteceu e as pessoas começaram a chegar. Alguns vinham brevemente, deixando sobremesas para Roan e Charlie e ela os agradecia com um pote de ensopado que já havia deixado preparado para a ocasião. Percebi que era algo que ela devia fazer muitas vezes, porque tudo era quase ensaiado. Eles a tratavam muito bem, com preocupação e admiração no olhar. Ela era amada ali. Ajudei com a mesa e fiz os sucos, enquanto Hanna ajudava Charlie com as visitas. Às sete em ponto, Roan entrou pela porta, seus olhos procurando Charlie, numa expressão concentrada e mal humorada.

O Coração de KorOnde histórias criam vida. Descubra agora