🏆 Eleita como uma das melhores histórias de 2022 pelos Embaixadores do Wattpad🏆
Ayla de posse de um objeto de poder e sem conhecer o pai, atrai seres perigosos e considera seus poderes paranormais como meros transtornos mentais até conhecer Beatri...
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Despertador maldito e insistente, merda de bip repetitivo e monótono, Beatrice daria qualquer coisa por um cigarro e uma garrafa de conhaque para retirar a secura e o gosto amargo e metálico do palato. As pálpebras pesadas como chumbos não a obedeciam e alguém batia os pés irritantemente no chão. Caralho, como doía! Os movimentos não eram só difíceis, também dolorosos, as juntas careciam de lubrificação, assim assinalavam os vários estalos. Ou os ossos estavam quebrando? A dor similar ao quebrar de ossos, rasgando os músculos e a pele.
— Santo Deus!
Ayla. Sem dúvida Ayla. Não reconheceu somente pela voz, e sim por ser a única pessoa com quem andava que mantinha expressão tão brega. E as mãos agarrando-a, feriam, como se vestissem luvas de espinhos. Estava cega? Por que não conseguia abrir os olhos?
— Bia, você está bem? Fala comigo! Nik, chame o médico, rápido!
A cidade charmosa, as Banshees, o Nephilim, Débora e Lena retornavam aos poucos à mente. A luminosidade azul invadindo sua cabeça no momento em que a perfuraram com a lâmina dos anjos, a dor alucinante. De propósito, a morte de Olin foi de propósito. Quis gritar de puro ódio. Olin morto por nada. A vida dele em troca de um demônio desconhecido. Não, não deixaria barato. Não passaria em branco. Outra mão, mais firme e maior do que a anterior, no entanto, tão espinhenta quanto. E a luz branca queimou a retina e fez doer a cabeça. A outra pálpebra forçosamente aberta e similar incômodo. Não, não estava cega.
— Eu sobrevivi ou esse é algum tipo de inferno? Alguém pode me dar um cigarro e conhaque? Estou com sede.
Infernal como se todos os ossos estivessem esfarelando, Nik e Ayla a abraçavam simultaneamente, não que os vissem, as vozes os denunciavam, exclamações alegres, o balbuciar do médico incrédulo, picadas de agulha. Picadas de agulha?
— Mas, que diabos! Quando vou conseguir abrir os olhos?
— Está inchada, Senhorita Faure. Faremos alguns exames para ter certeza de sua condição e se estiver bem, se movimentará e desinchará mais rapidamente.
— Não preciso de merda de exame nenhum. Estou ótima.
Tentou se levantar, contudo milhares de mãos a empurraram de volta para cama. O afago cálido de Ayla e a borda fria do copo nos lábios. Água. Mas, que diabos, água não matava sede. Rendeu-se a refrescância, devolver a umidade à boca era prazeroso embora indigesto, pesou feito rocha no estômago e nauseou.
— Está há pouco mais de duas semanas sem ingerir coisa alguma, logo a náusea passará — disse o médico, ao ouvir os ruídos guturais, entretanto não vomitou, recostou-se.
— Onde estou?
— Estamos numa das casas de Andras — respondeu Ayla, e pela leve inclinação, julgou que a moça se sentou na cama ao seu lado.