39 - Sonho ou Realidade

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Ayla tossiu, a cabeça doía, ao redor arbustos e árvores estavam em chamas

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Ayla tossiu, a cabeça doía, ao redor arbustos e árvores estavam em chamas. De quatro, fez grande esforço para se erguer, os braços tremiam como se houvesse uma montanha em suas costas. Lembrou-se das asas. Eram elas que pesavam? Levou a mão às costas, caiu e bateu a boca no chão. Não havia asa alguma. Houve a explosão. Lembrava-se da explosão, possível ter ficado inconsciente e sonhado.

O farfalhar das asas enormes. E o horror. Em pé, com os seios nus, o cabelo comprido de aspecto selvagem caía sobre o torso leitoso, as asas brancas e cintilantes de Beatrice moviam-se lentas. Atônitos, Gar, Elias, Andras e Saul a contemplavam. Beatrice, eufórica, alçou voo e deu piruetas no ar. Pousou, defrontou os homens outra vez e avançou em passos firmes. Tocou o peito de Gar.

— Asmodeus. – Em seguida tocou Andras. — Lúcifer. – Pousou a mão sobre o ombro de Elias. — Belial. E Saul Madalena. — Voltou-se para ela. — Ayla, como eu faço para esconder essas malditas asas?

— Deseje — respondeu, mal-humorada.

— Asas brancas — disse Elias, debochado. — Que meigo.

— Como Lúcifer. — Riu Gar.

Andras fez leve reverência para Bia. — Samael. — E fitou Ayla ao questionar. — O que vai ser, meu anjo?

— Como você sabe quem são eles, Bia? — perguntou Ayla.

— Ao olhar para eles vejo um símbolo avermelhado com hieróglifos acima da cabeça, do mesmo modo que há na sua, mas com letras de fogo, assim sei exatamente quem são.

— E por que eu não vejo?

— Porque Faure é a única com esse poder.

Beatrice alçou voo e se envolveu numa divertida brincadeira de malabares, elevava-se, dava rasantes e piruetas, ora sobrevoava as poucas árvores ao redor, ora movia-se para longe, para além do morro grande e comprido adiante, o qual se estendia como uma língua negra contra o céu iluminado pela cidade distante.

Não, não queria que fosse real. Não queria ter de lutar contra Andras. Desejava despertar do sonho com toda a força de seu ser. Se tudo o que Gabriel disse fosse verdade, corria grande risco de vida. Bia rodopiava e gargalhava, o que afastava a sensação de realidade, pois se fosse real, era a mais triste e tenebrosa das situações vividas até ali. Tocou o rosto dele ao que a ajudou se levantar e a pele de Andras se avermelhou como se alérgico a ela. Retirou a mão em seguida, angustiada.

— Você sabia. Sempre soube. Por que não me disse? — A voz de Ayla estava embargada.

Andras moveu os lábios, todavia o farfalhar de asas e folhas misturado aos gritos de Beatrice o calou. Berrava por socorro, abanava as asas imensas dentro da copa frondosa do carvalho poucos metros de distância da casa, produzindo uma chuva de folhas e galhos. E, súbito, controlou-se e as asas desapareceram. Espatifou e gemeu. Ficou imóvel e silenciosa por um momento, como se tivesse quebrado a coluna.

E o Verbo Se Fez Carne  ⚠️Completo⚠️Onde histórias criam vida. Descubra agora