38 - Anjos e Demônios

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Beatrice não podia esperar mais

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Beatrice não podia esperar mais. Levi ainda a procurava e no outro cômodo Gar, Andras e Elias discutiam o próximo destino. Não queria se afastar mais de Santa Fé. Sirius Pavlov estava na cidade e precisava encontrá-lo, saber os motivos pelos quais se esconderam, conhecer Abraxas. Acreditava em Matteo porque Pietro e Samy confiavam nele.

Não abandonara o desejo de vingança. E deuses como queria que Bel não estivesse envolvida com a morte de Olin! Não obstante a ideia incomodava, a amada era ciumenta o suficiente para desejar a morte dele, assim como a entregou para Kael. O mundo de Beatrice ruía, Gar crescia como carvalho forte, estruturava a vida dela com suas raízes profundas, sustentava o firmamento com a copa frondosa. E Gar podia ser tudo, menos o pilar de sua própria vida. Porque fez o mesmo com Olin e quando a árvore caiu, todo o universo desabou em sua cabeça.

Gar se zangaria, tomar o objeto mágico de alguém, mais do que desrespeitoso, consistia em motivo plausível para causar grandes conflitos e intermináveis problemas. Contudo, era a única chance de encontrar-se com o pai. O momento oportuno, pois Andras e Gar discutiam, incapazes de concordarem sobre o destino.

A mala de Gar estava encostada na parede branca e insípida ao lado do gaveteiro. Avançou e debruçou-se sobre ela, atenta aos sons da casa, apertou o puxador do zíper entre os dedos, cuidadosa, evitando todo e qualquer ruído. As vozes masculinas reverberavam na casa e mesclavam entre exclamações, sussurros e risadas. Tremia, ansiosa, porém, precisava ser rápida, melhor ser pega depois do que antes de usar o objeto mágico. Gar a odiaria! Ah se odiaria! A caixa de amendoeira esculpida e cravejada de pedras e símbolos descerrou-se revelando a peça enrolada no tecido negro e aveludado. Conferiu e era o Bastão.

O tomou em mãos, enfiou a caixa de madeira dentro da mala de qualquer maneira e saltou pela janela do quarto. Em proximidade ao colar, o diamante na ponta da baqueta vibrava e iluminava, emanando energia, e a possibilidade de que Gar a sentisse era imensa. Abrir o portal perto da casa seria um erro, no entanto, longe poderia ser perigoso com Levi a perseguindo.

Trotou no mesmo local. Para onde ir? Não conhecia a área. Atrás de si a casa de madeira, ao redor as árvores esparsas como sombras negras sob o brilho pálido da lua cheia. Caralho! Decida-se logo, Bia, você não tem tempo. Se Gar notar sua ausência virá atrás de você como guepardo. Qualquer merda de lugar serve. Ameaçou correr, todavia alguém a agarrou pelo pulso.

— Aonde vai?

As pernas bambearam, o coração acelerado fez a voz soar trêmula.

— Mas que diabos, Ayla! Quase me matou do coração.

— Não pretende trazer outro Saul do inferno não, não é?

Beatrice sibilou fazendo o sinal de silêncio.

— Vou me encontrar com meu pai. — Desatou-se da mão de Ayla e tornou a andar.

— Como assim se encontrar com seu pai? — Ayla a acompanhou.

E o Verbo Se Fez Carne  ⚠️Completo⚠️Onde histórias criam vida. Descubra agora