🏆 Eleita como uma das melhores histórias de 2022 pelos Embaixadores do Wattpad🏆
Ayla de posse de um objeto de poder e sem conhecer o pai, atrai seres perigosos e considera seus poderes paranormais como meros transtornos mentais até conhecer Beatri...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O bip assinalava os batimentos cardíacos, assim como a bomba de oxigênio, expandindo-se e contraindo, simulando o som e ritmo da respiração, mantinha os pulmões funcionando. Reclinado na poltrona, esgotado, Gar abria e fechava os olhos, refrescado pela brisa que invadia o quarto pela janela entreaberta. A paisagem monótona e árida da região rural e infindáveis campos desolados reduzidos a capim e pequenos arbustos não eram atrativos o suficiente para mantê-lo acordado. O bip acelerou e a cama vibrou num estrépito violento, Beatrice convulsionava outra vez.
Atento e prestativo, saltou para o lado de Bia, regulou o equipamento de soro e as gotas se aceleraram dentro da câmara de gotejamento. Gar suspirou, tomou a mão azulada verificando a injeção cravada numa das esquisitas veias negras, e encostou a cabeça na dela, sibilando como uma mãe para acalmar ao filho, ajustou a máscara de oxigênio e focou o monitor cardíaco antes de retornar a sibilar, carinhoso.
A enfermeira irrompeu no ambiente, apressada. Colocou a bandeja metálica na mesa de cabeceira e aplicou a injeção através da mangueira de soro. Beatrice acalmou de imediato, o bip desacelerou gradualmente e após beijar a testa gris, Gar afagou o cabelo dela.
— Boa menina.
A enfermeira monitorou os sinais vitais e concordou em acompanhá-la no momento em que Andras o chamou. A contemplou, preocupado, e se retirou. Caminharam pelo corredor ladeado por animais empalhados. A porta se abriu, atravessaram a sala morna e aconchegante e relaxaram em poltronas próximas a lareira.
— O que Igor disse? – Andras indagou ao entregar um copo de uísque para Gar.
— Se Beatrice sobreviver será um milagre. — As horríveis estatuetas de ferro sobre a lareira lembravam suportes de plantas. — A cirurgia e transfusão não garantem nada, ainda está viva porque repeliu as armas de seu corpo e se regenera com excepcional velocidade.
— Se Faure morrer as coisas sairão do controle.
— Ao menos ficará com o colar dela. E nós ficaremos com as mãos limpas. — Elevou-se, enérgico, e virou todos os bonecos horríveis deixando-os de face para a parede. — Devia jogar essas merdas fora.
— Gosto deles.
— Horríveis! — Bebericou o uísque e contemplou o fogo.
— Seria bom se fosse assim simples, ficarmos com o colar e livres de Faure. Todavia, o jogo mudou. Se os Nigba pediram aos LeBlanc para enganá-la e fazê-la abrir o portal para trazer um demônio como Ayla disse, isso muda tudo. Primeiro porque sabem o que Faure é, assim como sabem do colar. E em segundo devemos saber quem é o demônio que trouxeram para esse mundo, e por que se envolveram com isso. Por que querem matar Faure? E o pior, cara, como é que tudo isso aconteceu sem que ficássemos sabendo?
— Todo mundo quer se livrar de Beatrice.
— Não todo mundo. Tem muita gente quieta, quieta demais. É tolice pensar que Faure está sozinha. Não, Gar, ela não está. O estranho é ninguém se manifestar com tudo o que está acontecendo desde a morte de Olin.