PEDRO TÓFANI point of view
São Paulo – Brasil.Eu e João decidimos sair com nossos amigos, pois com a correria da faculdade mais as músicas e o álbum do mais velho, mal tínhamos tempo para nos divertir. Decidimos ir a um restaurante comum ali, então o caminho não seria tão longe. Fomos eu, João, Renan, Malu e Camilla em direção ao estabelecimento, junto de conversas e as brincadeiras bobas de sempre. Logo chegamos no restaurante, indo para dentro.
Sentamos em uma mesa, João entre Renan e eu, e Malu estava ao lado de Camilla.
— Bem, vamos pedir a entrada. O que vocês querem? – Malu diz, pegando o cardápio. — Que tal pedirmos uma porção de fritas?
Todos da mesa concordamos, logo escolhemos uma bebida — a qual eu, João e Malu optamos por um capifruta, enquanto Camilla e Renan um cozumel — . Os pedidos foram feitos e chegaram bem rápido, comíamos devagar enquanto conversávamos sobre tudo.
— O que vocês vão fazer depois daqui? – Camilla pergunta tomando um gole de sua bebida.
— Eu vou juntar umas coisas loucas que escrevi e fazer uma música, estou ansioso para o meu álbum... – João diz brincando com uma batata antes de comer. Seu sorriso é contagiante, fazendo com que todos na mesa sorrissem junto e eu acariciasse sua coxa.
— Eu vou dormir até a minha próxima reencarnação. – Renan diz, fazendo-nos rir.
— Acho que vou sair, não sei. – Malu diz.
— Com o Lucas, né? Hmm... – falo fazendo a loira soltar uma gargalhada.
Continuamos conversando, até que eu olho em volta e reparo que havia um grupo de sete pessoas, aparentemente da nossa idade, e uma menina em especifico não parava de nos observar. Percebo que João também olha naquela direção, e logo fica um pouco tenso.
Decido perguntar se está tudo bem, até que...
— João Vitor?! – a garota diz. — Caramba, quanto tempo!
— Ah, oi... – ele diz. — Gente, essa é a Sofia. Sofia, esses são Renan, Malu, Camilla e Pedro, meu namorado.
— Oi, muito prazer! – ela diz. — Nossa Joãozinho, o tempo te fez bem, não é? Uma pena estar namorando, achei que teríamos uma recaída... – a garota gargalha.
— Uma recaída? – Malu questiona.
— Oh, sim! Eu e João ficamos por um bom tempo, éramos da mesma escola, sabe? Mas ai ele foi pra faculdade e nos separamos. – espera, o quê?
Olho-a e noto que João fica intensamente sem graça. Sei que isso faz um bom tempo, mas por que ele nunca me contou?
A garota é bem atiradinha, puxando assunto sobre coisas que claramente não são da conta dela. Não estou a fim de conversar com ela, mas Sofia não se toca e eu não quero ser mal educado, então apenas concordo com a cabeça e dou um sorriso falso. Eu só quero que ela vá embora, é pedir muito? Vez e outra olho para Malu, seu olhar é tenso, como se tivéssemos uma telepatia.
Após minutos de conversa entre Sofia, Camilla e João — que pareceram uma eternidade — o grupo de seis pessoas chamam a tal Sofia, e eu agradeço internamente por isso.
— Amei te ver de novo! – ela diz. — Vamos marcar um encontro qualquer dia? Sabe, só eu e você...
Respiro fundo tentando não surtar. Olho para João, mas logo desvio para Malu, que sussurrava um "calma, respira fundo".
Ele vai falar não, ele vai falar não, ele vai falar não...
— Vamo sim, claro... – ele diz. Camilla que bebia seu cozumel começa a tossir, se engasgando com a bebida, Malu dá algumas batidas em suas costas. Sofia a encara assustada e João lhe mostra um sorriso amarelo.
Eu não sou ciumento, nunca fui, mesmo vendo milhares de mensagens de pessoas dizendo coisas peculiares ao João, eu não sou um doente. Mas, sério? Custava o que ele dar uma desculpa?!
— Certo, a gente se vê então! Te mando uma mensagem, famosinho. – ela diz e volta para os seus amigos.
Após ouvir aquelas palavras saindo da boca de João, meu sangue sobe para a cabeça, acho que nunca senti tanta raiva em toda a minha vida. Assim que a garota sai, eu me levanto, pronto pra ir embora.
— Pedro, espera ai... – Malu me diz, se levantando também.
— Eu vou pra casa, gente. – falo olhando para o pessoal e evitando qualquer contato com João. — Me desculpem. – deposito o dinheiro de minha conta para Malu e saio do restaurante. Após isso, ouço os passos apressados de João atrás de mim, mas o ignoro totalmente.
— Pedro! – ouço João correndo atrás de mim, ignoro e continuaria andando se não fosse as mãos do garoto segurando meu braço. Eu já estava do lado do carro.
— Que porra é essa, João? – falo irritado.
Ele deve estar zoando com a minha cara, quer me deixar indignado de alguma forma, pois não tem sentido algum ele ter feito isso.
— Eu falei da boca pra fora, só queria que ela fosse embora logo. – João diz e segura em minha mão. Tento soltá-la, mas ele a aperta e se aproxima mais. — Me desculpa, por favor. Eu não vou ficar com ela.
— Ah, não vai não, imagina... – digo em um tom de ironia, ainda que desconfiado.
— Para com isso – João diz olhando em meus olhos. — Vamos conversar, vai...
— João, eu vou para casa. Por favor, me solta.
Eu estava estressado o suficiente e poderia falar merda para ele, então decidi ir embora, pois não queria ser impulsivo. João soltou o meu braço, mas seu olhar era como uma suplica para que eu ficasse. Entrei no carro e dirigi para casa.
Voltei para casa e chequei meu celular. Tinha algumas mensagens de Malu perguntando se eu estava bem, outras de Renan falando sobre a mesma coisa, e uma mensagem de João perguntando se podíamos conversar, sendo que essa apenas me deixou mais irritado.
Mas que merda!
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𝐃𝐎𝐂𝐄, au pejão
Фанфикonde joão vitor não se controla nas bebidas e acaba falando mais do que deveria em sua rede social. dec. 12th / jan. 16th © writeepejao, 2022