𝐃𝐎𝐂𝐄, au pejão

trinta

NARRADORA point of view
São Paulo, Brasil

Após algumas semanas desde aquela noite no apartamento de João, os amigos decidiram fazer uma viagem para a praia.

Pedro caminhava lentamente pela areia de cor clara que, apesar de molhada, estava macia. Era mais um daqueles fim de tarde e fez um trato consigo mesmo: sempre iria a praia observar o pôr do sol. Riu sozinho ao lembrar da vez que Malu o xingava enquanto ele fazia a garota apaludir o sol. Começou a fazer isso logo após de seu término com João. A praia era pouco frequentada - sabe-se lá o porquê. - então estava constantemente vazia. Era boa de qualquer jeito, com João ou sozinho.

Ouviu passos atrás de si, e assim que virou, encontrou João ali. Ele andou até Pedro com um sorriso desajeitado do rosto, fazendo o garoto rir.

- E ai, gatinho. - cumprimentou o amigo, se é que possa chamá-lo assim.

Após todo o rolê de Pedro ajudar João e ele se moderar nas bebidas, iniciaram um projeto de amizade colorida. Se pegavam quando queriam, sumiam quando bem entendiam... Aquilo era péssimo!

Óbvio quê acalmava tanto Pedro, quanto João. Sentir os beijos e ouvir os apelidos todos de novo era perfeito. Mas serem um caso indefinido era tão ruim. Tinham total liberdade para ficarem com outras pessoas, mas não tinham nem um pouco de vontade disso.

Eram tão um do outro.

- Oi, senhorzinho. - disse recebendo um empurrão fraco de João, acompanhado de uma risada. Deu aquele apelido para o garoto pelo simples fato de ser um ano mais velho que Pedro.

- A gente pode sentar?

- Claro, claro.

Sentaram-se de frente para o mar, observando o sol que estava em um tom fortemente alaranjado. Estavam da mesma maneira que faziam quando namoravam, quando queriam fugir dos problemas.

João olhava para Pedro com aquele óculos de sol - que era totalmente inútil pois o sol nem sequer estava forte, mas que deixava o garoto extremamente bonito. - com um sorriso apaixonado. Pedro notou o seu olhar, o observando rapidamente e riu, logo voltando seu olhar nas ondas que se quebravam.

- O que foi? O que quer me dizer?

- Gatinho, o que somos? - a pergunta fez o sorriso de Pedro sumir instantaneamente, agora tinha uma expressão de confusão.

- Como assim?

- É que, a gente sabe que se gosta. Nós estamos ficando sério ou isso é só um passatempo? - João perguntou.

- Eu não sei... - disse Pedro. - mas eu pensei, sabe? Pensei bastante em tudo o que vivemos e tudo mais. Não deveria ter agido daquela forma com você, terminar sem ao menos escutar seu lado. E ainda tem os seus fãs, eu sempre soube que seria odiado na internet caso nos assumissemos, mas nunca imaginei que seria naquela proporção, você sabe, eu tive que desativar minhas redes sociais. - Pedro olhou para João, este que assentiu. - Não sei se tenho emocional para aquilo de novo.

Pedro queria muito reatar, muito mesmo. Mas sabia que não podia só fazer, só ele sabe o quão abalado ficou com aqueles comentários dizendo coisas como "se mata" ou o xingando com os piores insultos.

- Eu te entendo, de verdade mesmo. - João diz em meio a um suspiro. - por isso esperei os nossos amigos se afastarem, queria dizer isso a sós - respirou fundo. - é melhor a gente parar de ficar.

Se João tivesse chutado a barriga de Pedro doeria menos. O mais novo ficou com a pele visivelmente pálida, sentindo uma vontade imensa de chorar. Aquilo doía demais.

- Tudo bem. - foi a única coisa que conseguiu dizer, se levantando pronto para ir conversar com Malu. Mas sentiu João segurar seu pulso.

- Espera, deixa eu terminar.

Seus olhos estavam lacrimejando e sabia que não demoraria muito para chorar. Claro, João tinha o total direito de fazer o que bem entendesse com a relação de ambos, mas por que deixou que escalasse tanto?

Respirou fundo e olhou para cima, em uma tentativa de impedir as lágrimas de caírem. Sentou sobre a areia novamente, mesmo não querendo ouvir.

- Eu quis dizer que a gente deve parar com essa relação mesmo depois de todos os conselhos de Camilla e Malu, mas aí eu pensei e... - tentou segurar o discurso, mesmo vendo os olhos de Pedro cheios d'água. - e eu percebi que não quero mais essa relação de ficante contigo.

- Acho que entendi...

Pedro o encarava com atenção, querendo apenas que aquilo acabasse para poder chorar até seu corpo secar por inteiro. Sentiu uma lágrima queimar sua bochecha, João não aguentou e o puxou para um abraço apertado, que não foi correspondido. João coloca a mão no bolso de sua bermuda, tirando uma caixinha dali.

- Acho que eu posso ser seu - desvencilhou o abraço, esticando a caixinha para Pedro, este que tinha uma expressão genuína de choque. - Gatinho, namora comigo?

oii gente, como vocês estão?
seguinte, o próximo capítulo vai ser um post no instagram, onde o jão irá assumir o relacionamento e tudo mais. eu queria muito a participação de vocês nele, então quem puder estar fazendo comentários parabenizando eles (ex. eu estou tão feliz pelo jão), irá me ajudar muito!! eu irei colocar o user de vocês lá também.

quem quiser participar, é só escrever mensagens aqui que irei colocar lá!

att: maria :)