JOÃO VITOR point of view
São Paulo - Brasil.Estacionei um pouco distante da casa dos pais de Pedro. O mesmo havia pedido isso para que seu pai não o enchesse de perguntas. Mando uma mensagem dizendo onde estava, então não demora muito para que ele apareça.
- Oi! - Pedro exclama ao entrar no carro, me dando um sorriso. - Me desculpa a demora.
- Tudo bem. - sorrio de volta, dando partida no carro. - Como você tá? - pergunto.
- To bem, valeu. - ele responde.
- Bem, nós vamos para Avenida São João, certo? - ele assentiu.
- Certo, eu preciso caminhar um pouco mesmo. - Pedro brincou.
- Somos dois. - respondo. - Você deve estar estranhando eu ter te chamado do nada, não é? - pergunto nervoso.
- Definitivamente! - ele solta uma risada anasalada. - Mas, eu até que agradeço por você ter me tirado de casa... - Pedro diz, e já percebo que tem algo a ver com seu pai.
Decido não aprofundar muito no assunto e ligo a rádio, que logo começa a tocar uma canção desconhecida por mim: Faz Parte Do Meu Show. Olho a tela e vejo que é uma canção do tal Cazuza, vejo Pedro animadinho cantarolando algumas partes.
- Você gosta do Cazuza? - pergunto.
- Bem, eu cresci ouvindo as músicas dele, então posso dizer que sim? - ele diz. - Eu realmente admiro ele.
- E qual é a sua música favorita?
- Ah, são tantas... - ele parece pensar. - Mas Exagerado está no topo, acho que é a canção mais bonita dele.
(...)
Depois de algumas boas conversas, finalmente chegamos na Avenida SJ - que por obra divina, não estava lotada - e então saímos do carro e começamos a caminhar para um banco vago. Me sentia nervoso e ansioso, mas a voz doce de Pedro me acalmava de uma forma inexplicável, poderia escutá-lo falar por horas e horas.
- E então, qual é o proposito desse encontro? - ele me pergunta quando nos sentamos.
- Eu preciso conversar com você.
- Sobre?
Respiro fundo.
- Nós.
- Nós? Uh, ok. Pode falar, então. - Pedro fala.
- Bem, desde aquela festa, eu senti coisas em você além do que deveria. A gente dançando naquela festa de gente rica, juntos, tri bêbados. O nosso "quase beijo", nossa aproximação em tão pouco tempo... Sei lá, acho que não estou sabendo separar as coisas.
- Onde você quer chegar com isso?
- Pedro, eu estou gostando de você. - solto de uma vez, vendo-o fazer uma expressão de surpresa - Sabe... eu me acomodei tanto ao fato dos nosso amigos brincarem conosco com aquelas piadas de nos apoiar, e logo eu percebi que era realmente isso que eu queria, que eu quero... Eu não dei a devida importância sobre aquilo - respirei fundo. - eu sei que nós nos conhecemos a pouquíssimo tempo, mas eu realmente preciso saber o que você acha sobre, porque isso já está me consumindo de um jeito intenso, e eu sei que não existe chance de ser reciproco e...
- É reciproco.
- Oi?
- Eu sinto o mesmo, Jão. - ele diz e eu sinto minha respiração cortar - Eu também gosto de você, em tão pouco tempo você conseguiu fazer com que eu me sentisse especial e ignorar todo o preconceito e ódio que meu pai depositou em mim esse tempo. - suspira.
- Você... está falando sério? - minha voz saiu baixa.
- Eu nunca falei tão sério em toda minha vida. - ele me responde.
- Eu.. nem sei o que dizer... - falo realmente a verdade.
Foi quando me pegando de surpresa, Pedro selou os nossos lábios de maneira carinhosa e suave, para conseguirmos captar todas as sensações possíveis, inclusive a felicidade de sentirmos a mesma coisa. Acaricio o cabelo de sua nuca enquanto Pedro segura em meu rosto e faz um carinho em meu braço. Até que eu rompo o beijo, dando um último selinho.
- Tá, mas... - falo com dúvidas - O que vamos fazer em relação a isso? - aponto para nós.
- Eu não sei, mas quero dar uma chance pra gente. Você quer?
- Eu quero!
E assim a noite chegou, com abraços, beijos e caricias. Estava ficando tarde, então decidi levá-lo para casa. Nos despedimos com um selinho e logo fui para casa, eu estava realizado, mal acreditava que ele sentia o mesmo que eu.
O relógio marcava meia noite e cinquenta, eu tinha aula as dez da manhã, mas estava em êxtase e ansioso, então decidi cantar. Peguei meu celular, comecei a grava minha voz e toquei os acordes de New Rules.
Terminei de gravar uma e pouco da manhã, e decidi ir dormir, pois teria aula cedo. Deitei na cama totalmente realizado e agradecido por tudo o que aconteceu.
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𝐃𝐎𝐂𝐄, au pejão
Fanficonde joão vitor não se controla nas bebidas e acaba falando mais do que deveria em sua rede social. dec. 12th / jan. 16th © writeepejao, 2022