Capítulo 19

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Boa leitura!

Verônica Exousia 🌅

Morto. Essa palavra me assombrou esses dois dias depois do fatídico acontecimento, meu irmão estava morto. E eu nunca estive tão convicta e obstinada.

Dilan conversou com o Alfa da alcateia e nós ficamos na área dos guerreiros guardiões, para termos mais privacidade.

O luto dói, mas eu já estou na aceitação, sempre pensei que ele estivesse morto, mas mesmo assim queria ter tido mais tempo.

Dizendo assim até parece que superei e enfrentei tudo muito bem, mas menos de 24 horas atrás eu estava tremendo pela perda de sangue que eu mesma causei após cair em um poço tão fundo, e usar linhas próprias garras para me ferir.

Voltei novamente a estaca zero, onde uso ironia e sarcasmo para fugir dos meus tormentos, mas dessa vez pelo menos já tenho experiência, que avanço.

Agora estou em uma cobertura "privada" e Dilan está me lançando um olhar preocupado.

Ele continua me apoiando firmemente, um parceiro compreensível e acolhedor.

- Você é a assassina da arena, loba escarlate, e mesmo assim está desleixada hoje. - Disse e em seguida chutou meus pés me fazendo cair de costas no chão.

- Sinto muito filhote, mas minhas técnicas são exclusivas Para matar, e não para perder tempo lutando, e eu estou fraca pela perda de sangue. - Desdenhei Me levantando.

- Filhote? Sou bem mais velho que você - Levantou uma sobrancelha, divertido

- E se você não tivesse tentado de dar uma de suicida, isso não teria acontecido, LOBINHA.

Fingir que está tudo bem, era muito bem-vindo, um escape da dura realidade, e fazer piada sobre isso foi o jeito magnifico que encontramos de lidar com isso.

Tem um vazio em mim, uma lástima sombria e silenciosa, que está sempre ali, e esses Momentos divertidos e afetuosos, são tudo que preciso, e meu companheiro me proporciona isso.

Começamos a lutar de novo, e eu me concentrava em cada golpe, desviar, abaixar, chutar, socar e pular, uma harmonia tênue que exigia mestria.

Como esperado o supremo, era muito habilidoso em luta corporal, e a velocidade aumentava cada mais.

Em um momento de descuido eu o derrubei e me posicionei para estrangular, com um sorriso afiado na face. Que foi igualmente retribuído.

- Acho incrível o fato de estarmos ignorado a existência do alfa a 2 dias, ele não vai se ofender ou algo assim? - Indaguei levantando e estendo a mão para ele que, no que lhe concerne, aceitou prontamente.

- Ele entende que foi um momento delicado, e vamos nos encontrar com ele daqui a pouco, no treino geral dos guardiões, e você irá participar das lutas enquanto eu observo.

- Mas por que você não pode lutar? - Protestei

- Sua Majestade é muitíssimo sofisticado para lutar com os plebeus?

- Engraçadinha, eu não tenho um controle ótimo com minha dominância em batalha, você quase não percebe, pois é uma das fêmeas mais dominantes que Já conheci, é ocupado o topo da lista atualmente já que as outras morreram.

Engoli em seco. mortas, essa maldita palavra.

- Então por que o restante da alcateia não está se contorcendo em agonia?

Ele andou em passos calmos até uma extremidade e bateu na parede, e eu percebi serem feitas da árvore que continha a ceiva de dragão, que anulava a dominância ou qualquer poder licantropo.

- Todos precisam treinar com segurança, a violência e poder exercidos em uma batalha podem ser catastróficos.

- Mas isso não enfraqueceria os próprios lobos se chegassem aos inimigos?

- A dominância só funciona em lobos, e se um lobo tem contato direto com isso, ele irá sofrer, então só pode ser usado para construções no geral, e não como armadura.

Treinamos sozinhos por um tempo, até chegar a hora de treinar com a guarda da alcateia.

Então caminhamos ao local onde aconteciam o treinamento.

Vi no rosto dos guerreiros, admiração, e fiquei com inveja, porque sinto que não consigo despertar este tipo de sentimento em alguém.

Ficamos em um canto, enquanto o capitão dava as instruções de como iria funcionar.

Dilan não lutaria, mas eu, sim, e seria uma luta sem dominância ou transformação, apenas habilidades físicas.

Haveria uma chave com quatro participantes cada, o vencedor lutaria comigo. Esses eventos aconteceriam logo após iniciarem os exercícios de aquecimento e alongamento.

O Alfa da alcateia nos olhava de soslaio, e depois de um tempo se aproximou junto ao capitão.

- Vocês não se comunicaram por dois dias. - O Alfa começou tentando parecer solene, o que obviamente não deu muito certo.

- Minha companheira precisava de tempo, o irmão morreu, não entenda as coisas de maneira errônea.

O Alfa assentiu, e ficamos parados esperando os lobos acabarem. Havia uma disposição de dez ringues, espalhados com u.a distância considerável entre si. Cada chave iria lutar em um deles.

Descobri que a guarda da alcateia era composta pelos 40 melhores guerreiros, de cada uma, e pelo menos cinco deles tinham habilidades de cura.

Depois de 1 hora de luta, e 1 hora de descanso, os desafiantes já estavam prontos e eufóricos.

Muitos me olhavam com desafio e desdém, as mulheres eram minoria ali, haviam cera de 15 máximo.

- Desafiante número um, se aproxime do ringue. - Bradou o capitão.

Um homem alto e esguio se aproximou com um sorriso viperino estampado em seu semblante autoritário.

Entramos no ringue, que era até que espaçoso, esperando o sinal para começar. Sempre provocações, ou comentários baixos.

Manti os pés rentes ao tatame, para impedir que ao dar passos altos fosse derrubada, minha postura limitava as áreas que ele poderia acertar, seguiu o exemplo e o mesmo e atacou.

Ele era muito rápido, percebi, em questão de milésimos já estava em minha frente buscando acertar meu estômago, eu desviei, girei e tentei acertá-lo com uma cotovelada no maxilar, mas ele recuou imediatamente.

Continuamos neste ritmo por 5 minutos, afinal era uma demonstração, e afim aprendi todos seus movimentos, e investi, consegui acertá-lo várias vezes, peguei-lhe pelo ombro e o desequilibrei, e o levei ao chão.

Fiz uma imobilização, e comecei a estrangular, ele no que lhe concerne quando estava quase desmaiando e não conseguia se soltar, deu dois tapas em meu braço. Eu o larguei, encantei triunfante. Estendi a mão para ajudá-lo, e ele aceitou.

- Reconheço a futura Luna como uma guerreira de valor, será uma honra lutar ao seu lado em batalha. - Disse o combatente, com brilho nos olhos. E isso me deixou feliz, tanto quanto era possível dada a atual situação.

- Agradeço, será uma honra para mim também, ter combatentes leais, habilidosos e corajosos ao meu lado. Ele saiu do ringue, e o próximo entrou, e assim foram por outras oito vezes.

Continua...

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