capítulo 4

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Verônica Exousia🌙

Recebi a notícia que o supremo estiver fora para um encontro emblemático com os outros 2 governantes, o do Reino humano e a do Reino dos bruxos. Acredito que para discutir uma trégua com os humanos, sempre tão problemáticos.

Já se passaram 5 dias, hoje eu recebia alta. Não tinha um lugar para ficar, mas daria meu jeito como venho dado a todos esses anos, afinal ninguém tem obrigação de cuidar de mim,  as pessoas que deveriam fazer isso estão mortas, ainda me lembro do dia em que eles foram mortos, me lembro do horror e do desespero que senti, e medo.

Sempre o medo, o pavor me cercava desde pequena, eu vi a morte deles em câmera lenta, a brutalidade e crueldade era palpável, o sangue dos meus pais foi o sangue que pigmentou meu pelo pela primeira vez, foi quando recebi o apelido de loba escarlate, um dia vestirei esse nome com o manjar vermelho de todos que me fizeram sofrer.

Fui tirada de meus pensamentos melancólicos com o som de passos no corredor, e em pouco tempo um homem alto entrou, ela era muito bonito, sua pele era negra como chocolate, assim como seus olhos de ébano, seus cabelos enrolados eram rentes a sua cabeça, e ele tinha um belo sorriso branco muito bem alinhado, poderia dizer ser um dos mais bonitos que vi até agora, considerando minha recém-liberdade.

— Bom dia, Verônica certo? — o jovem médico cumprimentou gentilmente ao entrar.

— Certo. — Respondi tentando ser o menos ríspida quanto possível, interações humanas não é meu ponto forte.

— Você já está bem, e não corre perigo de desmaiar por aí, então estarei te dando alta — pegou um papel assinou e me entregou — entregue isso na recepção e você já poderá sair.

— Ok, tudo bem muito obrigada.

Ele sorriu e me olhou um pouco estranho, como se algo em mim, estivesse o incomodando, mas saiu sem dizer nada me deixando sozinha com meus pés sementes mórbidos, me levantei da cama e fui atrás de alguma roupa, já que a minha esta provavelmente coberta de sangue, achei uma calça e uma blusa que definitivamente não combinavam, mas da pro gasto, fui em direção ao pequeno banheiro que tinha ali, tomei banho e vesti a roupa.

Assim que pisei os pés fora do hospital fiquei estática, apreciando e me deleitando na beleza da penumbra, me sentia livre era a primeira vez em muito tempo, a sensação de sentir o anoitecer de fora da cúpula era inexplicável.

Fiquei vagando pelas ruas até, mas um grito me parou.

— O que você está fazendo aqui? Sua assassina!

Ela me olhou com ódio nos olhos, e eu me perguntei se ela sabia do meu passado, penso que no fim, realmente não existe perdão ou esperanças para mim.

— Você mata pessoas a sangue-frio, como se fossem baratas e depois vem se prestigiar do hospital na alcateia da família deles? Sua vadia nojenta, quero que você morra e pague por seus pecados.

— Eu não queria eu juro, eu fui enganada, pensei que eles fossem de alcateias do norte, e quem iria para lá eram os delinquentes.

Gritei com uma súplica silenciosa por perdão, mas sabia ser totalmente em vão.

— Cale a boca sua bastarda, nada justifica você ter tirado a vida de pessoas que você não conhecia.

Ela se transformou e se preparou para atacar, eu não ousei me mover, não tinha esse direito as coisas que eu fiz não tem perdão, eu matei inocentes, e isso jamais será justificado. Ela ganhou poder assim que alua de sangue chegado ao seu ápice tingiu o céu. E eu senti o ataque, as mordidas, fui derrubada no chão e continuei sendo atacada, mas não me defendi. Ela tinha esse direito.

Julgo que esse é fim, já sinto um cheiro incrível, semelhante morangos e chocolate, eu adorava quando um curandeiro de lá, trazia para mim escondido dos guardas, talvez não seja um jeito tão ruim de morrer afinal, melhor do que viver e correr o risco de encontrar meu companheiro e sentir a dor da rejeição, melhor do que aguentar os olhares, melhor do que lavar as mãos diariamente e perceber que o sangue não se vai. O cheiro se intensifica e uma voz bradou.

— Luna!

Meu companheiro, ele me achou infelizmente, viveria melhor sem me ter como decepção em sua vida, má estou perto da morte, porém, por algum motivo a loba descontrolada parou de atacar, e eu quis morrer.

E com uma voz incontrolável de Isis eu soltei como um grunhido estridente me causando dor:

— Alfa

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