Capítulo 9

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Olá amores, quem já tinha lido essa história antes peço encarecidamente que releiam desde o inicio, a história passou por mudanças radicais, e a compreensão não será possível sem o início, eu sumi mas voltei.
Por favor não sejam leitores fantasmas, votem e comentem que isso me incentiva a escrever e postar os capítulos mais rápido.

Bjs e boa leitura!
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Verônica Exousia 🌙

Não consegui suportar o peso de suas palavras, eu não posso simplesmente morrer, Lucca eu preciso tira-lo de lá, lembro-me de todas às vezes que ele me ajudou,  das cicatrizes  sob minha pele que ele sempre tentava suavizar, a única conversa que eu tinha sem a intenção de me fazer mal. As lágrimas corriam livremente pelo meu rosto, viam a tona com violência, a mesa força das lembranças que me atingiam. 

Hoje quando acordei, olhei para o céu e lá vi o brilho da maior estrela, mas é uma pena que dentro de mim não esteja assim, aqui dentro está uma escuridão profunda e um sentimento horrível. Como não estivesse mais sentindo minha vida, eu estou  sozinha nesse mundo tão cruel há dez anos, e isso é horrível, a comida para mim já não tem mais sabor, eu não sou mais a mesma pessoa, há mais como eu queria voltar no tempo e mudar tudo, tentar de tudo para ser feliz, porém agora tenho que me levantar para voltar a sorrir, pois, essa dor e a solidão que sinto é horrível, elas modificam as pessoas, porém, tem pessoas que eu necessito retribuir.

— Me perdoe, por não trazer ele comigo, eu fui egoísta e não pensei nele quando fugi. — Não sei em qual momento comecei a soluçar, mas não conseguia parar. 

— Ele está vivo, é isso que importa,  não se preocupe se você fosse pega indo ajudar, ele jamais iria se perdoar. — Ele tocou a minha mão, e seu semblante estava radiante, mas eu sentia uma pontada de tristeza no olhar dele, eu também não gostaria de receber a notícia que meu irmão está preso em um lugar horrível por anos. 

— Eu não quero mais ficar aqui. — Disse emburrada tentando mudar o rumo da cibersegurança. 

— Por favor é só mais uma noite, e depois você pode sair, eu vou te sedar aí você poderá descansar, tudo bem? 

— Tudo bem. 

Os corredores pareciam mais gélidos, na volta do meu quarto, o ar parecia rarefeito, e eu tremia. 

— Você irá para um quarto maior e mais confortável, e não se preocupe pagar foi o supremo que pediu. — Disse uma mulher de aparentemente 40 anos, que esperava na porta do meu antigo quarto. — Ele disse, para falar comigo quando quiser encontrá-lo, enquanto isso não se preocupe e descanse. 

Eu até queria revidar, fazer um escândalo e dizer que não, mas, eu estou triste e não burra, não vou negar um conforto que nem sei por quanto tempo vai durar. Então resolvi apenas concordar e aproveitar. 

— Ficarei aqui no hospital até isso, chame uma enfermeira e peça para me chamarem e eu virei. 

— Certo, obrigada. 

Continuamos andando, subimos as escadas em silêncio, apenas o ruído seco dos passos eram ouvidos no corredor. 

O meu novo quarto era realmente bem maior que o anterior. Mas deve ter custado caro, talvez ele não me rejeite no final, a esperança é a última que morre não é mesmo.

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O alvorecer chegou em grande esplendor, tons de amarelo e laranja tingiam os ares, a luz radiante do sol se misturava ao lindo cerúleo do céu, eu queria ter esperança e eu tinha um pouco, uma pequena brasa escondida em uma montanha de cinzas, teias de aranhas abitavam o paralelo de meus pensamentos, esquecidos pelo tempo. 

Eu começo a lembrar, de tudo que eu passei. 

"— Você tem que aprender de tudo, meus clientes precisam de uma assassina treinada, vá e faça seu trabalho. — Se aproximou com uma faca e passou pelo meu torço nu — É só um baile, mate todos, você foi treinada para isso, não me desaponte ou será castigada. 

[...]

Minha roupa estava molhada e eu não sei ao certo se era devido à chuva ou devido ao sangue, que além de minha pele manchava minha alma. Me esgueirei nas sombras, e voltei direto a fortaleza sendo escoltada sorrateiramente pelos guardas de Samael. 

Os grandes portões de prata, se abriram com a minha chegada, meus pés mancham o chão branco de porcelana, pegadas de sangue depositadas ao piso gelado, que me faziam arrepiar, sentia frio eu odeio frio, odeio me sentir sozinha. 

— Você tinha ordens, e um prazo, mas decidiu se demorar com, aquele homem por puro capricho pessoal, colocando em riso a missão. — Samael estava sentado em seu trono de ouro, segurando sua taça de vinho. 

— Mas eu cumpri a missão — Eu tentei desesperadamente me justificar mesmo sabendo ser tudo em vão. 

— Não me importa, você foi avisada, você é meu trunfo Verônica, mas eu aprecio a perfeição, terá uma noite em seu lugar preferido, estava com saudade não é?

Senti um tremor violento de dentro de meu interior, queria implorar odiava a quele lugar, odiava as lembranças que tinha de lá, repudiava tudo que havia lá, senti meus braços sendo presos, e minha roupa sendo rasgada, a ardência dos açoites, e a dor de ser arrastada até o andar mais baixo. 

Lamentei enquanto sentia minhas mãos sendo amarradas, e eu fui presa ao chão, sem a opção de me mover ou me encolher, sentia os pingos gelados da chuva que caia sobre meus ferimentos, olhava pelo canto do olho a água rubra que escorria de minhas costas, eu queria que minhas lamúrias fossem levadas junto a chuva, e lavassem minha alma, retirarem todo resquício de sangue. 

— Ela é mesmo a loba escarlate? Tão nova. 

— Acredito que não, caso contrário não estaria assim, não tem ninguém olhando penso que podemos aproveitar não é?

— Claro que não, se ela for mesmo quem diz ser, vamos estar mortos no momento em que entrar na sela.

Estava deitada na pedra áspera e escura, essa cela era pequena, três metros quadrados seria muito em comparação, as grades de ferro e seiva, é a única entrada e saída. Havia uma abertura singular, no alto, as paredes eram muito altas, não se conseguia ver toda extensão, afinal era tão escuro, um lugar caliginoso que ao sei fim, no ápice das colunas brutas encontra-se um pequeno brilho que refletia a luz da lua, mais grades banhadas em seiva.

Traumas e grilhões, um labirinto mental. Corro do monstro da culpa, nado pelo rio de pensamentos e me afogo em minhas lágrimas."

Continua...

Votem e comentem❤

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