025 | Cobra

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Lucas Machado

— Tá na hora de dar um sumiço no Prego. — Falo entrando na boca vendo todos os caras reunidos ali.

— Olha quem finalmente apareceu, depois do dia inteiro sumido. — Duca diz com ironia enquanto me encarava.

— Tô sentindo que tem alguma coisa em mim que te incomoda demais. — Cruzo os braços encarando o cara que estava uns quatro passos de distância. — Um dia você vem com a historinha de irmandade e que tem uma mina pra me apresentar, no outro tá com o cú virado?

— Não tô aqui pra brigar contigo Cobra, não mesmo. — Se encostou na parede.

— Primeira coisa sensata que sai da sua boca. — Me sentei e antes que eu pudesse falar qualquer outra coisa, meu celular tocou fazendo todo mundo ali ficar em um silêncio total. — alô?

— Sujou mano! A Luana sumiu.

— Como assim sumiu porra? Ela não na casa da amiga dela? — Me levantei com tudo da cadeira em que estava sentado.

— A amiga dela mesmo que veio aqui no beco da 8 porque não te achou e disse que a garota sumiu tem umas 2 horas.

— Foi o filha da puta do Sensei. — Desliguei o celular e passei a mão na cabeça sentindo meu sangue inteiro ferver.

— Que foi porra? — Duca pergunta e eu o encaro.

— A Luana sumiu. — Eu pude perceber em seu rosto uma feição jamais vista por mim. Eu não consegui decifrar muito bem mas, o jeito em que ele travou o maxilar me fez pensar em inúmeras coisas, afinal, ele não vai nem um pouco com a cara da Luana.

Mais uma vez, antes que qualquer pessoa ali pudesse dizer qualquer coisa, meu celular tocou e eu atendi rapidamente.

Eu sei que você está com ela seu filho da puta. — Gritei ouvindo uma risadinha do outro lado da linha. O filho da puta está doido pra morrer. — Se você encostar um dedo nela eu acabo com você. — Continuei gritando completamente tomado pela raiva.

— Sim, ela tá sendo muito bem tratada aqui comigo. Fala baixo comigo que eu não sou suas putinhas. — Porra se eu encontro esse desgraçado eu faço questão de cortar pedacinho por pedacinho dele.

— Eu quero falar com ela seu filho da puta e pode ter certeza que eu vou acabar com você quando eu te encontrar. — Ele continuava rindo mas provavelmente colocou o celular no viva-voz já que o ouvi dizer que eu queria falar com ela. — Luana? Luana você está bem?

Eu tô bem, me tira daqui por favor. Barraco de madeira e parece ser muito distante de tudo. — obviamente não é no morro do Sensei.

— Eu vou te tirar daí Luana.

Eu achei que o desgraçado tinha desligado, mas obviamente ele não iria fazer isso, queria que eu escutasse o que estava fazendo com ela e porra, cada grito que eu ouvia sair de sua boca era pior do que levar um tiro. Pior ainda é saber que isso só está acontecendo com ela por minha culpa!

— Sabemos quais são os morros do Sensei. — Falei chamando os caras pra mais perto. — Ele com certeza não iria levar ela para o morro que mais tem movimento, ele levou ela para o que ele menos frequenta. — Respirei fundo. — E é nele que nós vamos atacar. — Encarei o Duca. — Eu vou trazer minha mulher pra casa, nem que pra isso eu precise morrer. — O cara travou mais uma vez o maxilar e mesmo que eu tentasse não pensar nisso, dava pra ver o quanto o "minha mulher" afetou esse filho da puta. Eu só tô jogando verde pra esse babaca colher maduro.

Patricinha Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora