Lucas Machado
— Tá na hora de dar um sumiço no Prego. — Falo entrando na boca vendo todos os caras reunidos ali.
— Olha quem finalmente apareceu, depois do dia inteiro sumido. — Duca diz com ironia enquanto me encarava.
— Tô sentindo que tem alguma coisa em mim que te incomoda demais. — Cruzo os braços encarando o cara que estava uns quatro passos de distância. — Um dia você vem com a historinha de irmandade e que tem uma mina pra me apresentar, no outro tá com o cú virado?
— Não tô aqui pra brigar contigo Cobra, não mesmo. — Se encostou na parede.
— Primeira coisa sensata que sai da sua boca. — Me sentei e antes que eu pudesse falar qualquer outra coisa, meu celular tocou fazendo todo mundo ali ficar em um silêncio total. — alô?
— Sujou mano! A Luana sumiu.
— Como assim sumiu porra? Ela não na casa da amiga dela? — Me levantei com tudo da cadeira em que estava sentado.
— A amiga dela mesmo que veio aqui no beco da 8 porque não te achou e disse que a garota sumiu tem umas 2 horas.
— Foi o filha da puta do Sensei. — Desliguei o celular e passei a mão na cabeça sentindo meu sangue inteiro ferver.
— Que foi porra? — Duca pergunta e eu o encaro.
— A Luana sumiu. — Eu pude perceber em seu rosto uma feição jamais vista por mim. Eu não consegui decifrar muito bem mas, o jeito em que ele travou o maxilar me fez pensar em inúmeras coisas, afinal, ele não vai nem um pouco com a cara da Luana.
Mais uma vez, antes que qualquer pessoa ali pudesse dizer qualquer coisa, meu celular tocou e eu atendi rapidamente.
— Eu sei que você está com ela seu filho da puta. — Gritei ouvindo uma risadinha do outro lado da linha. O filho da puta está doido pra morrer. — Se você encostar um dedo nela eu acabo com você. — Continuei gritando completamente tomado pela raiva.
— Sim, ela tá sendo muito bem tratada aqui comigo. Fala baixo comigo que eu não sou suas putinhas. — Porra se eu encontro esse desgraçado eu faço questão de cortar pedacinho por pedacinho dele.
— Eu quero falar com ela seu filho da puta e pode ter certeza que eu vou acabar com você quando eu te encontrar. — Ele continuava rindo mas provavelmente colocou o celular no viva-voz já que o ouvi dizer que eu queria falar com ela. — Luana? Luana você está bem?
— Eu tô bem, me tira daqui por favor. Barraco de madeira e parece ser muito distante de tudo. — obviamente não é no morro do Sensei.
— Eu vou te tirar daí Luana.
Eu achei que o desgraçado tinha desligado, mas obviamente ele não iria fazer isso, queria que eu escutasse o que estava fazendo com ela e porra, cada grito que eu ouvia sair de sua boca era pior do que levar um tiro. Pior ainda é saber que isso só está acontecendo com ela por minha culpa!
— Sabemos quais são os morros do Sensei. — Falei chamando os caras pra mais perto. — Ele com certeza não iria levar ela para o morro que mais tem movimento, ele levou ela para o que ele menos frequenta. — Respirei fundo. — E é nele que nós vamos atacar. — Encarei o Duca. — Eu vou trazer minha mulher pra casa, nem que pra isso eu precise morrer. — O cara travou mais uma vez o maxilar e mesmo que eu tentasse não pensar nisso, dava pra ver o quanto o "minha mulher" afetou esse filho da puta. Eu só tô jogando verde pra esse babaca colher maduro.
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Patricinha Do Morro
Fanfiction+ 18 Mesmo sendo criada em uma das favelas mais perigosas da cidade, Luana nunca pensou na hipótese de se envolver com ninguém que fosse do tráfico. Mas, quando Lucas, vulgo cobra, cresce o olho na garota de 20 anos, ela não tem mais pra onde corre...