006 | Cobra

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Lucas Machado

Mandei geral ficar ligado sobre o toque de recolher, mas parece que nem todo mundo consegue entender a merda desse aviso.

Sensei tentou mandar alguns caras buscarem o Prego no morro, mas o babaca sabe que sempre que tentar, vai simplesmente falhar. No fim, tudo como sempre e o Prego continua sobre o meu poder até que o próprio Sensei venha buscá-lo.

— Vou descer irmão, marquei de ver a loira. — Duca diz logo após ajeitar o boné. O cara ta gamadão.

— Caralho Duca, já se apegou assim? — Me jogo no sofá.

— Se mete nos meus planos não irmão, vai lá comer a Lorena. — O cara diz antes de sair me fazendo rir.

Eu estava estressado, precisava mesmo aliviar todo esse estresse e nada melhor que uma boa foda. Lorena é como um peão na minha mão, eu posso mandar mensagem às 04:00 da manhã que ela simplesmente sai de casa e aparece no meu portão pronta pra me dar.

Depois que mandei uma mensagem para a garota pedindo para que ela viesse na minha casa, deixei meu celular de lado e fui para o meu quarto. Toda essa troca de tiros me fez querer tomar um banho demorado antes da Lorena chegar.

— Espera porra! — Gritei antes de abrir a porta onde eu usava apenas uma toalha na cintura. — Entra aí. — Abri mais a porta dando passagem para a garota que usava uma micro saia e um cropedd.

Ela não conseguia ao menos disfarçar seus olhos que percorriam todo o meu corpo semi nu, tampado apenas da cintura pra baixo pela toalha branca. Ri fraco negando com a cabeça e então segurei sua cintura puxando-a com força pra perto de mim.

Sem demora alguma, tomei seus lábios em um beijo feroz. Eu não sou muito de fazer preliminares, gosto de chegar e fazer o que logo me interessa. Porra, eu estava mais estressado com o fato da Luana ser uma insuportável do que com o fato de Sensei achar que pode me derrubar.

Aquela garota conseguia me tirar do sério e, quanto mais eu pensava em como ela era insuportável, mais eu sentia os músculos das minhas costas se contraírem a cada estocada que eu dava na buceta da Lorena que gemia sem parar embaixo de mim.

Fechei meus olhos com forçar ao sentir que estava prestes a gozar e, sem que eu pudesse impedir, a imagem daquela garota invadiu mais uma vez a minha mente, me fazendo gozar soltando involuntariamente um gemido rouco que quase escapou o nome daquela desgraçada.

— Estava inspirado hoje. — Lorena comenta enquanto pegava suas roupas vestindo-as novamente. — Todo esse estresse faz você transar ainda melhor. — Se aproxima sorrindo. — Amo quando você pensa em mim enquanto goza, quase gemeu meu nome. — Porra, mal imagina.

— Melhor tu vazar Lorena, vou ter que sair pra resolver mais algumas coisas. — Peguei a toalha que estava no chão.

— Quando estiver estressado de novo, é só chamar. — Me lançou um sorrisinho pervertido e então saiu dali fechando a porta.

Que porra de garota é essa? Invade a minha mente até quando estou transando com outra. É maldição?

Depois de um outro banho, peguei a minha moto e saí em disparada para o barraco da viela 8, tinha um recadinho pra dar ao Prego.

Sensei tá tirando uma de louco pra cima de mim e se ele acha que armar confrontos sem aparecer de fato no morro, ele vai conseguir levar o Prego, ele está muito enganado.

— Cheguei. — Disse abrindo a porta daquele barraco mixuruca. É o barraco onde sempre que tenho que manter alguém preso nesse morro, eu deixo aqui.

— Qual foi Cobra, me deixa ir, eu nunca mais meto o pé nesse morro. — Disse desesperado. — Eu ouvi os tiros, Sensei me quer de volta porra, me deixa ir.

— Você só sai daqui quando Sensei aparecer e só aí, você vai poder viver sua antiga vidinha de merda. — Me sentei na cadeira de plástico que tinha ali deixando minha pistola posicionada na minha perna. — E já ia me esquecendo. — Ri fraco. — Vou precisar da sua outra orelha, quero ver quanto tempo o Sensei vai aguentar ver seus pedacinhos chegando lá.

— Por que não me mata de uma só vez? — Cuspiu na minha direção fazendo acertar o meu rosto. Neguei com a cabeça limpando com a mão e então me levantei.

— Seria fácil demais e eu não curto coisas fáceis. — Destravei a pistola. — Na verdade, eu não vou querer sua orelha e sim seu pau, só pra largar de ser cuzão. — Acertei um tiro no pé do filho da puta que caiu gritando de dor. — Pode amarrar esse desgraçado e cortar o pau dele fora, aquele mesmo esquema de entrega. Se o babaca morrer, só enterrar, não precisa nem me avisar.

Avisei para os caras que estavam tomando conta daquele barraco e então saí dali indo até a minha moto que estava estacionada do lado de fora.

Porra, ser dono de um morro como esse dá muita dor de cabeça. Ainda mais quando diversos outros morros também estão sob o seu comando. A rivalidade cresce a cada dia e confiança é algo que deve ser revisado sempre.

— Aqui tia, o pagamento do mês. — Tirei um bolo de dinheiro do bolso e então entreguei a dona da lanchonete. Abri a um tempinho atrás uma conta com ela, pago todo mês direitinho, calote não é comigo.

— Obrigada meu filho. — Sorriu virando-se para sair.

— Ah, que azar. — Escutei aquela voz feminina conhecida por mim e então me virei vendo Luana revirar os olhos. — Vou ter que ficar batendo de frente contigo toda hora agora?

— Obviamente, ou esqueceu que eu sou dono dessa porra aqui? — Encarei a morena que estava com seu cabelo solto, usando um vestido completamente colado em seu corpo.

— O que fala aqui são os meus lábios e não os meus peitos. — Cruzou os braços me fazendo levantar o olhar e então encarar os olhos dela.

— Você tira nota máxima quando o assunto é ser insuportável Luana, porra, namoral, acho que ainda não estourei sua cabeça por pena da sua mãe. — Ajeitei a correntinha de ouro no pescoço e então andei para a parte de fora da lanchonete.

— Já falei que não tenho medo de você, lembra? — Me virei vendo que ela estava virada para o balcão da lanchonete.

Porra, além de chata é uma puta de uma gostosa. O jeito como a bunda daquela garota estava marcada no vestido, me fez morder meu lábio com força negando com a cabeça. Essa garota fez alguma coisa, não é possível.

Patricinha Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora