036 | Cobra

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Lucas Machado

Acordei bem cedo pra levar a Luana pro estágio dela, enquanto eu não conseguir alguém pra ficar na cola dela, eu não vou sossegar. Depois de deixar a morena no prédio que ela faz estágio, voltei pro morro indo direto no beco da 08 falar com Kelton sobre o irmão da Luana.

— Alguma coisa nova? — Me sento na cadeira que tinha ali e ele me encara.

— A única coisa que o amigo da polícia conseguiu encontrar foi o último local que ele morou. — Arqueei as sobrancelhas. — Parece que o irmão da Luana não quer ser encontrado de jeito nenhum. Ele deve ter amigos lá dentro que simplesmente apagaram todo histórico dele do banco de dados.

— Mas como isso é possível? — Me levantei. — Então o maluco também é envolvido? Pra ter tanto medo assim.

— Isso ai eu já não sei irmão. — Me entregou um papel. — Esse é o nome do último morro que ele morou.

Peguei o pape da mão dele e então li o nome que estava escrito ali. Por coincidência ou não, o morro que esse irmão da Luana morou é o meu morro. O morro que eu moro.

— Mas é aqui porra. — Ele assentiu.

— Ai que entra a maior dúvida, quem é a porra desse irmão dela?

Isso está mais confuso do que outra coisa. Pensei que encontrar o irmão da morena fosse ser mais rápido pra ela finalmente encontrar quem tanto quer, mas pelo visto essa busca vai ter que demorar mais um pouquinho.

— Você viu o que eu te pedi? — Ele assentiu e me entregou outro papel com alguns números de celular. — Esses foram os que eu encontrei. São ex policiais que foram expulsos e agora se aliam ao que a gente faz. O bom é que são treinados.

— Eu queria colocar alguém que eu já conheço. — Coloquei o pape em cima da mesa. — Não é qualquer pessoa que precisa de segurança, é a minha mulher porra. Não vou deixar qualquer um vigiar ela.

— Se tu quiser e confia, posso fazer isso pra você. — Se ofereceu.

— Mas você já estava todo enrolado com a história do irmão dela.

— Consigo fazer os dois sem problema algum, acho até que ela vai gostar de acompanhar de perto. — Pensei por alguns segundos e então assenti com a cabeça. Kelton é um cara de confiança e eu prefiro mil vezes ele sendo segurança da Luana do que qualquer outro cara.

— Fechou então, depois acerto com você os valores. — Saí dali recebendo uma mensagem da Luana que dizia não estar se sentindo muito bem e que se eu poderia ir buscá-la.

Óbvio que eu sequer pensei duas vezes, apenas subi na moto e fui até o prédio buscar ela.

— Ainda bem que foi me buscar. — A morena se jogou na cama do meu quarto de barriga pra baixo.

— O que tu tem? — Me sentei ao seu lado e ela virou o rosto pra me encarar com uma cara não muito boa.

— Acho que foi o que eu comi antes de sair daqui. — Resmungou fechando os olhos.

— Quer que eu compre alguma coisa pra você? — Ela assentiu mas não falou mais nada.

Fui até a farmácia do morro mesmo e comprei um monte de remédio e algumas outras coisas pra levar pra ela. Mas, antes que eu pudesse voltar pra casa Dedeco correu na minha direção me impedindo de fazer isso.

Patricinha Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora