016 | Luana Paiva

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Luana Paiva

— Eu preciso de alguma coisa pra dormir, é impossível dormir de calça jeans. — Disse parada em frente a porta do quarto dele.

— Não tem nenhuma roupa de mulher aqui. — Se aproximou ficando completamente perto de mim.

— Uma camisa sua já serve. — Sugeri me afastando um pouco e ele se manteve na mesma posição com um sorrisinho nos lábios. — Vai me emprestar ou não?

— Dorme sem roupa, eu não vou te espionar. — Arqueei as sobrancelhas o encarando. — Tô zoando. — Disse rindo e então se afastou sumindo da minha visão por alguns segundos até finalmente voltar com uma camisa nas mãos. — Acho que essa serve.

— Obrigada. — Peguei a camisa da sua mão e então me afastei indo para o quarto que ficava no final do corredor.

Eu não gostava da hipótese de estar na casa do Cobra, usando uma camisa do Cobra e ainda ter que esbarrar com o Cobra. Mas, como podemos notar, ultimamente tudo tem girado em torno do Cobra e eu não posso fazer nada pra mudar isso.

Fiquei um bom tempo no quarto que estava sendo meu por essa noite, pensando que, quanto mais tarde eu fosse na cozinha comer alguma coisa, menos seria a chance de esbarrar com o cara. Desci para o andar de baixo da casa e fui até a cozinha procurando alguma coisa. O biscoito que comi mais cedo não foi o suficiente para que eu pudesse ficar satisfeita.

— Com fome? — Escutei a voz atrás de mim e senti meu corpo inteiro congelar por alguns segundos por me assustar.

— Muita. — Me virei o olhando e pude reparar que seus olhos se esforçavam para não pararem na minha perna. Droga! Esqueci de colocar a calça antes de descer e por esse motivo estava usando apenas a camisa que ele me emprestou e uma calcinha por baixo. A sorte é que eu sempre ando com uma calcinha reserva na bolsa.

— Quer que eu peça alguma coisa pra você? — Se aproximou me fazendo chegar pra trás até ficar sem saída por estar encostada na pia.

— Está tarde. — Mordi o lábio inferior enquanto o observava se aproximar ainda mais.

— Conheço uma que me fortalece nessas horas. — Ele estava ainda próximo e quando me dei conta, apenas alguns centímetros nos separava.

— Se não for muito incômodo. — Senti meu coração dar uma leve acelerada e ele apenas sorriu se afastando. Ele estava apenas pegando o celular que estava atrás de mim e eu não tinha visto.

— O que tu quer? — Perguntou enquanto encarava a tela do celular.

— Qualquer coisa. — Me virei para a pia reparando que tinha algumas louças ali. O cara me ofereceu a casa dele por essa noite, não custa nada lavar o que tinha ali.

— Pedi pizza. — Assenti com a cabeça ainda de costas e cogitei a ideia de que ele tivesse saído da cozinha mas para a minha surpresa, senti suas mãos segurarem de forma firme a minha cintura o que me fez fechar os olhos respirando pesadamente. — Deixa isso ai. — Falou quase em um sussurro fazendo com que eu me arrepiasse.

— Eu não me importo de lavar. — Abri os olhos novamente tornando a lavar a louça, mas ele pelo visto não estava muito afim de me deixar fazer isso.

— Mas eu me importo. — Senti um beijo no meu ombro e puta que pariu, dessa forma fica difícil me controlar.

— Estou quase terminando. — Tentei resistir me distraindo com a louça a minha frente. Quando por fim terminei, senti suas mãos me virarem fazendo com que eu ficasse de frente pra ele.

— Nervosa morena? — Ele parecia estar se divertindo por me ver praticamente rendida e quando escutei a buzina da moto, me esquivei fazendo-o soltar uma risada e simplesmente sair da cozinha.

Salva por um motoboy, graças aos céus. Sentei no sofá da sala esperando Cobra voltar e por pura prevenção do olhar dele, coloquei uma almofada grande em cima das minhas pernas. Ele simplesmente não comeu, ficou praticamente jogado no sofá enquanto mexia no celular completamente focado.

Meus olhos percorreram seus braços cheios de tatuagens e enquanto subia o olhar, acabei por parar em seu abdômen definido. Um pouco mais à cima, pude observar também suas outras tatuagens e puta que pariu, por que ele tem que ser tão gostoso assim? Neguei com a cabeça desviando o olhar e então terminei de comer o pedaço de pizza que estava na minha mão.

— Valeu pela pizza. — Me levantei puxando um pouco a blusa pra baixo enquanto atraía a atenção dele. — Vou dormir, estou cansada. — Amanhã não tenho aula mas mesmo assim preciso dormir pra acordar cedo.

Meus olhos ficaram fixados nos dele por alguns segundos até que eu tomei coragem de me virar e começar a andar em direção a escada que dava para o andar de cima. Eu queria subir, meu corpo tentava, mas minha mente me fazia querer voltar. Porra, que loucura eu estou fazendo da minha vida.

— Perdeu o rumo do quarto? — Escutei a voz dele já que eu estava simplesmente parada no meio da sala.

— Cala a boca. — Foi a única coisa que eu consegui dizer enquanto escutava uma risadinha vindo dele que provavelmente ainda estava sentado no sofá.

Respirei fundo por saber que iria me arrepender do que estava prestes a fazer e me virei vendo que ele estava mexendo no celular novamente. Me aproximei com cautela e quando seus olhos perceberam a minha presença tão perto, ele deixou o celular de lado e se ajeitou no sofá enquanto me encarava.

É uma droga quando acabamos por ceder aos desejos que nosso corpo insiste em querer começar e, quando me dei conta, já estava sentada no colo dele, com uma perna de cada lado do seu corpo e minhas mãos apoiadas em seu ombro. Ele mantinha aquele sorrisinho cafajeste nos lábios e foi simplesmente o ponto final para que devorasse seus lábios em um beijo cheio de desejo.

Suas mãos foram rapidamente de encontro com a minha bunda e ele fez questão de me ajeitar em seu colo me deixando posicionada em cima do seu membro. Subi minha mão que estava em seu ombro até a sua nuca passando de leve a ponta das unhas nessa região. Acabei por suspirar pesadamente ao sentir uma de suas mãos subir até as minhas costas enquanto a outra, ele fazia questão de manter na minha bunda dando alguns apertões.

Eu não iria dar pra ele, isso é fato, mas porque não o deixar com tesão e depois simplesmente sair como se nada tivesse acontecido? Separei meus lábios dos dele e fiz questão de encarar seus olhos começando a mexer suavemente meu quadril em seu colo. O cara se ajeitou no sofá encostando sua cabeça no encosto e novamente, aquele maldito sorriso surgiu em seus lábios. Meus movimentos eram sutis mas suas mãos que agora estavam na minha cintura, apertavam com uma certa força a região. Eu podia sentir seu membro endurecer embaixo de mim enquanto eu fazia questão de mordiscar meu lábio inferior.

— Preciso dormir. — Sussurrei me levantando do seu colo ouvindo um suspiro de frustração vindo da parte dele. Dei um sorrisinho para o mesmo e me virei pronta para subir até o quarto.

— Uma hora ou outra isso vai pra outro nível. — Escutei a voz dele e neguei com a cabeça enquanto ria até finalmente sair daquele andar.

Eu não posso jamais me deixar ser levada pra cama do Cobra. O cara tem a maior fama de que come e esquece, eu não sou esse tipo de mulher.

Patricinha Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora