001 | Luana Paiva

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⚠️ Por favor, leiam os avisos a seguir ⚠️

Esse livro conta com palavras de baixo calão, podendo ser citadas em diversas partes do mesmo capítulo!

Cenas de sexo explícito!

Drogas, álcool e violência!

Nada! Absolutamente NADA do que vai ser escrito aqui está sendo romantizado, leia sabendo que é apenas uma fanfic.

Espero que gostem!
Boa Leitura!

🤍

Luana Paiva

Crescer na favela é lidar com situações que muita gente não suportaria. A maldade está em cada esquina e você deve ter muito cuidado em quem confia. No meu caso, cresci sabendo que nem todo mundo é seu amigo e meu pai precisou morrer pra ter certeza disso. Quando eu tinha 7 anos, vi minha mãe chorando caída no chão ao receber a notícia que meu pai tinha sido morto em uma troca de tiros.

Ele entrou para o mundo do tráfico na esperança de mudar a nossa vida financeira, mas, com a tremenda ilusão de que isso iria dar bom, foi traído pelo cara que ele batia no peito e chamava de amigo/irmão. Infelizmente cresci tendo essa visão e coloquei na minha mente que NUNCA me envolveria com ninguém desse mundo, algo que trago comigo desde sempre.

— Tem certeza que não vai comer nada Luana? — Minha mãe pergunta assim que passo pela cozinha com a mochila em meus ombros.

— Vou comer na lanchonete ali de baixo com a Bianca. — Mandei um beijo no ar pra ela e então saí de casa onde a minha amiga estava me esperando do lado de fora.

— Pensei que não fosse sair mais dessa casa. — A loira diz enquanto se levanta do meio fio.

— Tinha esquecido de arrumar minha mochila, por isso a demora. — Bia e eu fazemos faculdade de fisioterapia, ambas estudamos muito para que assim pudéssemos conseguir a bolsa em uma das melhores faculdades da cidade.

— Ficou sabendo da festa que vão dar no morro? — Minha amiga pergunta enquanto descíamos rumo a melhor lanchonete que esse morro tem.

— Vi umas meninas comentando, mas não dei muita importância. — Dei de ombros.

— É aniversário do cobra, podíamos ir. — Arqueei as sobrancelhas olhando para a minha amiga. — Qual é Lua, vai ser maior festão.

— Você sabe que eu não curto muito essas coisas Bianca, nem vem. — Encerrei a conversa vendo a mesma bufar.

Bianca insiste na ideia de me levar em um baile daqui do morro, mas eu sempre dou pra trás. Não gosto dessas coisas e meu rumo sempre foi: faculdade casa, casa faculdade. Bia sempre foi de ir nessas festas, ama curtir os bailes e ficar de camarote, completamente o oposto de mim.

— Fala tia. — Bia cumprimenta a tia dela, vulgo dona da lanchonete. — Fez aquele misto quente de todas as manhãs?

— Já falei pra você que não é pra se acostumar. — A mulher diz pegando o prato que continha dois sanduíches.

— O seu misto é o melhor do morro, não tem como resistir. — Mandou um beijo para a mulher que deu dedo pra ela e então se sentou na mesa em que eu já estava sentada.

Enquanto comíamos sentadas naquela mesa de plástico antes de terminarmos de descer o morro, dois caras entraram na lanchonete, de início iriam para o balcão de pedidos, mas, quando perceberam nossa presença ali, vieram até a mesa que estávamos.

Patricinha Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora