017 | Cobra

7.9K 429 141
                                    

Lucas Machado

Era no máximo 6:30 da manhã e eu já podia ouvir alguns barulhos vindo do andar de baixo. Ontem, depois das provocações vindo da Luana, acabei por me aliviar sozinho mesmo, ou eu seria capaz de cometer uma loucura indo no quarto dela no meio da madrugada.

— O que faz acordada à essa hora? — Percebo que a morena se assustou ao ouvir minha voz e então se virou me fazendo observar seu rosto.

— Só vou comer alguma coisa e vou pra casa.

— Não vai não. — Ela arqueou as sobrancelhas um tanto quanto surpresa com o que eu disse. — Eu ainda não tenho certeza de quem entrou na sua casa, não posso deixar você voltar pra lá e ficar sozinha.

— Quem quer que tenha entrado lá, pode ter certeza que não vai voltar mais. — Deu de ombros. Ô garotinha pra não se deixar intimidar.

— Luana, o bagulho é sério! Casa nenhuma foi invadida no morro antes, tem alguém armando alguma coisa.

— Justo pra cima de mim? Eu nem sou envolvida. — Me encarou. — Pode ter sido alguém na hora do desespero pra tentar fugir da polícia.

— Mesmo assim. — Disse firme encarando a morena na minha frente. — Vai pra casa da Bianca hoje então, mas não ouse voltar pra sua. — Ela revirou os olhos mas pelo visto concordou.

Eu tenho quase certeza que quem entrou na casa da Luana foi a mando do Sensei. Motivo? Descobri que o babaca me viu pela cidade no dia em que fui buscar ela no ponto do ônibus. Com certeza o babaca insinuou que a garota tem alguma coisa comigo e mandou dar um "sustinho" nela achando que iria me atingir.

— O negócio é o seguinte. — Todos os caras me olharam atentos ao que eu iria falar. — Sensei anda achando que tem alguma moral nesse morro e eu não tenho gostado muito disso. — Encarei diretamente meu braço direito que me encarava sério. — Daqui a dois dias nós vamos invadir a porra do morro do Sensei e deixar claro quem manda em tudo isso aqui.

— Isso aí porra. — Os caras começaram a gritar e Duca continuava quieto, apenas me encarando.

— Depois que voltarmos de lá, vai rolar um churrasquinho pra comemorar. — Falei em tom zoeiro e então os caras saíram dali me deixando sozinho com o Duca. — Que cara de cú é essa? — Perguntei direto e reto.

— Tu vai arriscar perder os homens por conta de uma garota? — Levantei a cabeça já que estava bolando um baseado. — A garota nem te deu ainda e você já gamou porra.

— Não fala o que tu não sabe. — Tornei a bolar o baseado, mas, ouvi mais uma vez a voz do cara.

— Luana apareceu na sua vida agora Cobra e pra melhorar, não quer nada contigo. — Continuei bolando o baseado. — Os caras vão arriscar a vida porque alguém invadiu a casinha da gostosinha mais patricinha desse morro? — Foi o cúmulo pra mim. Larguei o baseado em cima da mesa e avancei no Duca segurando em seu pescoço.

— Eu te considero como um irmão aqui Duca. Um irmão que a vida me deu e posso te garantir, que mesmo te considerando desse jeito, eu não te dei liberdade pra falar essas merdas pra cima de mim. — Soltei o pescoço dele. — Eu mando em toda essa porra aqui, por esse motivo, estou falando que vamos invadir sim o morro do Sensei.

Patricinha Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora