Lucas Machado
— Fala logo que porra você quer aqui Lorena. — Cruzei os braços encarando a garota que estava em pé na minha frente. Estávamos em um cômodo onde a música não estava tão alta como nos outros.
— Antes quero deixar claro uma coisa. — Me encarou. — Se aquela putinha acha que vai encostar a mão em mim e ficar por isso mesmo, ela está muito enganada, daqui a pouco aparece careca e não sabe o porquê.
— Se você encostar um dedo sequer na Luana, eu acabo com a tua raça. — Disse firme.
— É mesmo? Morro de medo de você.
— Quer que eu acabe agora mesmo? — Peguei a pistola que estava na minha cintura.
— Eu estou grávida Cobra. — Arqueei as duas sobrancelhas deixando uma risada sair enquanto negava com a cabeça. — Não entendi a graça, eu estou grávida e o filho é seu!
— Meu? Tu acha mesmo que é meu Lorena? — Me aproximei dela. — Tem muito tempo que eu não trepo com você ou seja? Esse filho não é meu, se é que você está grávida mesmo.
— Está duvidando da minha gravidez Lucas? — Travei o maxilar. Odeio que me chamem pelo nome sem ter total liberdade pra isso. — Se quiser, pego todos os testes que fiz e trago aqui!
— Não precisa Lorena. — Revirei os olhos. — Porra, tu fez isso achando que iria me fazer querer ficar contigo?
— E não vai? Eu estou grávida de um filho teu. — Ri mais uma vez fazendo agora ela erguer as sobrancelhas.
— Não, eu não vou. — Me afastei. — Eu pago pensão e os caralho a quatro, mas não fico contigo.
— Como não porra? — Se exaltou. — É teu filho Cobra, merece crescer tendo um pai e uma mãe juntos.
— Nos teus sonhos. — Revirei os olhos. — Agora vaza daqui, não quero ver tua cara. — Os olhos dela encheram de lágrimas. — Sem draminha porra, só vaza daqui. — Gritei fazendo-a se assustar e então saiu me fazendo passar a mão na cabeça.
Acabei com o churrasco mais cedo do que o normal, Lorena conseguiu acabar com a minha vontade de festejar qualquer coisa que fosse. Resolvi dar uma volta pelo morro com a moto e, enquanto andava, vi Luana sentada em frente a casa dela com uma cara não muito boa.
— Qual foi morena? — Estacionei a moto descendo da mesma.
— Oi Cobra. — Disse sem ânimo nenhum.
— O que ta pegando? — Parei em sua frente fazendo a morena que estava sentada, levantar a cabeça pra poder me olhar.
— Tô preocupada com a minha mãe, era pra ela ter chegado à três horas atrás e até agora nada. — Tornou a abaixar a cabeça encarando o chão.
— O trânsito não deve estar um dos melhores morena. — Me sentei ao lado dela.
— Mesmo assim, ela nunca atrasou desse jeito. — Continuou encarando o chão.
— Ela ta vindo ali. — Vi a mãe dela se aproximar e pela cara que ela fez ao me ver ali, já sei que vai falar um monte na cabeça da Luana.
— Mãe. — A morena levantou e então foi abraçar a mãe. — Que susto você me deu!
— Tive que passar no mercado. — A coroa estava séria e não parava de me encarar. — O que ele faz aqui? — Luana saiu do abraço e só então se deu conta de que sua mãe não gosta nem um pouquinho de mim.
— Ah. — Coçou a nuca. — Nada mãe, ele já está indo embora.
— Muito melhor, já te disse que não gosto de ver você andando com esse povo. — Ih coroa, ela anda fazendo mais que isso. Nem te conto.
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Patricinha Do Morro
Hayran Kurgu+ 18 Mesmo sendo criada em uma das favelas mais perigosas da cidade, Luana nunca pensou na hipótese de se envolver com ninguém que fosse do tráfico. Mas, quando Lucas, vulgo cobra, cresce o olho na garota de 20 anos, ela não tem mais pra onde corre...