021 | Cobra

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Lucas Machado

— Fala logo que porra você quer aqui Lorena. — Cruzei os braços encarando a garota que estava em pé na minha frente. Estávamos em um cômodo onde a música não estava tão alta como nos outros.

— Antes quero deixar claro uma coisa. — Me encarou. — Se aquela putinha acha que vai encostar a mão em mim e ficar por isso mesmo, ela está muito enganada, daqui a pouco aparece careca e não sabe o porquê.

— Se você encostar um dedo sequer na Luana, eu acabo com a tua raça. — Disse firme.

— É mesmo? Morro de medo de você.

— Quer que eu acabe agora mesmo? — Peguei a pistola que estava na minha cintura.

— Eu estou grávida Cobra. — Arqueei as duas sobrancelhas deixando uma risada sair enquanto negava com a cabeça. — Não entendi a graça, eu estou grávida e o filho é seu!

— Meu? Tu acha mesmo que é meu Lorena? — Me aproximei dela. — Tem muito tempo que eu não trepo com você ou seja? Esse filho não é meu, se é que você está grávida mesmo.

— Está duvidando da minha gravidez Lucas? — Travei o maxilar. Odeio que me chamem pelo nome sem ter total liberdade pra isso. — Se quiser, pego todos os testes que fiz e trago aqui!

— Não precisa Lorena. — Revirei os olhos. — Porra, tu fez isso achando que iria me fazer querer ficar contigo?

— E não vai? Eu estou grávida de um filho teu. — Ri mais uma vez fazendo agora ela erguer as sobrancelhas.

— Não, eu não vou. — Me afastei. — Eu pago pensão e os caralho a quatro, mas não fico contigo.

— Como não porra? — Se exaltou. — É teu filho Cobra, merece crescer tendo um pai e uma mãe juntos.

— Nos teus sonhos. — Revirei os olhos. — Agora vaza daqui, não quero ver tua cara. — Os olhos dela encheram de lágrimas. — Sem draminha porra, só vaza daqui. — Gritei fazendo-a se assustar e então saiu me fazendo passar a mão na cabeça.

Acabei com o churrasco mais cedo do que o normal, Lorena conseguiu acabar com a minha vontade de festejar qualquer coisa que fosse. Resolvi dar uma volta pelo morro com a moto e, enquanto andava, vi Luana sentada em frente a casa dela com uma cara não muito boa.

— Qual foi morena? — Estacionei a moto descendo da mesma.

— Oi Cobra. — Disse sem ânimo nenhum.

— O que ta pegando? — Parei em sua frente fazendo a morena que estava sentada, levantar a cabeça pra poder me olhar.

— Tô preocupada com a minha mãe, era pra ela ter chegado à três horas atrás e até agora nada. — Tornou a abaixar a cabeça encarando o chão.

— O trânsito não deve estar um dos melhores morena. — Me sentei ao lado dela.

— Mesmo assim, ela nunca atrasou desse jeito. — Continuou encarando o chão.

— Ela ta vindo ali. — Vi a mãe dela se aproximar e pela cara que ela fez ao me ver ali, já sei que vai falar um monte na cabeça da Luana.

— Mãe. — A morena levantou e então foi abraçar a mãe. — Que susto você me deu!

— Tive que passar no mercado. — A coroa estava séria e não parava de me encarar. — O que ele faz aqui? — Luana saiu do abraço e só então se deu conta de que sua mãe não gosta nem um pouquinho de mim.

— Ah. — Coçou a nuca. — Nada mãe, ele já está indo embora.

— Muito melhor, já te disse que não gosto de ver você andando com esse povo. — Ih coroa, ela anda fazendo mais que isso. Nem te conto.

Patricinha Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora