Capítulo 18

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—Oi...

—Ana. Meu amor, meu Deus. -- Anthony passa as mãos pelos cabelos e todos vêem uma lágrima abandonar seus olhos. Ana abre os braços lentamente para que ele venha lhe abraçar, mas ainda pode sentir um pouco de dor abaixo do abdômen. -- Eu não quero te machucar...

—Venha me abraçar. Eu senti tanta falta de vocês. -- Ela tornou a sorrir.

—Minha querida, que ótimo que está de volta. -- Richard beija sua mão e Charlotte beija seu rosto ainda pálido, enquanto Anthony não sai do lado da esposa.

E assim eles passam a tarde, até o horário de visita acabar. Anthony dormiria com a mulher e no dia seguinte os avós de Bryan o levaria para a visita após a saída da escolinha.

—Estou tão feliz por ter você de volta meu amor. -- Beijando vagarosamente seus lábios, Anthony suspira como se estivesse aliviado.

—Eu também, meu amor. Eu também.

—Vamos descansar, amanhã você verá o quanto nosso filho cresceu. -- Ele a cobre e beija seu rosto.

—Eu te amo... -- diz Ana, bocejando.


***


A manhã estava passando lentamente, Ana estava ansiosa para ver seu menino.

—Tenha calma, cuidado com seus pontos. Logo ele estará aqui, só mais algumas horas. -- Ele dizia enquanto ela tinlintava os dedos na cama hospitalar. Ela estava agitada. -- Mamãe, preciso ir para a empresa, mas voltarei a tarde. Faça ela comer e se precisar, que um médico lhe aplique um sedativo. Eu te amo. -- Ele sorri, zombando da mulher.

Assim que Anthony sai recebe uma ligação de sua secretária pedindo que ele vá logo para a empresa.

Algo não estava certo.


***


—A morte do seu irmão foi planejada por Katherine, e sua filha, Chlóe, foi a cúmplice. -- O investigador fala, sentado no escritório de Anthony.

—Como?! Você não... tem certeza disso? O que Chlóe teria a ganhar com a morte de Cameron e Nicholas? -- Ele pergunta com raiva, andando de um lado para o outro.

Entregando um documento para Anthony, o homem careca o deixa analisar por conta própria e logo começa a falar:

—Chlóe foi usada pela mãe pela incapacidade mental, após "perder" o bebê que esperava. Ela forjou uma gravidez, para tentar lhe convencer a casar. Como não conseguiu, ela usou o filho mais velho depois de desvincular os seus sobrenomes.

—Filho?

—Cameron. Era o filho mais velho da mãe de Chlóe. -- O homem suspirou antes de dar continuidade. -- Algo me diz que ela ainda tem alguma carta na manga. - Completa, deixando Anthony atordoado.


***


Ana Lívia

Ana escuta o som do telefone tocar em seu quarto hospitalar. Sua sogra estava no restaurante do hospital e Richard estava com Anthony na empresa. 

Precisava se esforçar para levantar, poderia ser importante. Seu bebê ainda não havia chegado. Com dificuldade e um pouco de dor, ela se levanta e caminha apoiada pelo soro. Ana suspira antes de atender o telefone.

—Alô.

—Então você ainda está viva, vadia? -- A voz do outro lado a fez se arrepiar, mesmo sendo desconhecida. -- Não se preocupe, vai me conhecer em breve. Isso é claro, se você quiser encontrar o menino. -- Uma risada maligna é escutada e logo o choro que ela reconheceria a qualquer distância. Partia o seu coração saber que o seu filho estava correndo perigo.

Me diga o que você quer... não machuque meu filho! Eu faço tudo o que quiser. -- Seu rosto estava banhado em lágrimas e ela tremia.

—Ótimo! Boa garota. Vou lhe passar o endereço, venha só e sem fazer alarde. Não conte a ninguém ou seu bastardo sujo irá virar comida pra cachorro. -- A voz fria e nojenta fez Ana ficar com muita raiva.

Ninguém poderia tocar em seu filho. Ninguém o machucaria. Ela não iria permitir.

Nunca.

Ela desligou o telefone e logo a mensagem veio. Ela precisava sair logo antes que Charlotte voltasse.

Confusa e trêmula, Ana pegou apenas uma calça e um moletom, se apressando a calçar o tênis. Arrancando o catéter e o soro de sua veia, ela via o sangue escorrer, mas precisava correr.

Pegando sua carteira, colocou o capuz e saiu antes que pudesse cruzar com a mãe de Anthony. Ela estava fraca, não iria conseguir correr tanto então pegou o elevador dos funcionários e foi até a saída do hospital, chamando por um táxi.

—Me leve até este endereço, por favor! -- Disse ríspida mostrando o endereço no GPS. Ela não podia perder tempo, seu anjinho devia estar morrendo de medo. 

O carro percorria rua estreitas e escuras, algumas comunidades, lugares assustadores. Bryan não estava acostumado com essa realidade e se ele estivesse com Chlóe poderia se machucar. Ana Lívia não conseguia nem imaginar o que faria caso encontrasse um só arranhão no corpinho dele.

Enquanto isso no hospital, Charlotte tentava ligar para Ana e a mesma recusava a chamada. Depois de muito insistir ela decide ligar para o filho e avisar sobre o sumiço da nora.

—Ela sumiu? Simplesmente isso? -- Ele pergunta tentando manter a calma. -- Todos, eu quero que revistem todos os andares! Vejam todas as câmeras. Agora! -- Ele se joga na poltrona enquanto vê os seguranças contratados se espalharem.

Calma querido. Ela vai ser encontrada.

Anthony levanta e caminha olhando por todo o quarto, se perguntando por que ela sairia do hospital da maneira que estava.

Um pedacinho de papel estava caído no chão, era tão pequeno que ninguém nunca notaria. Mas Ana reparava tudo fora do lugar, ele ria muito com seu "toc". Por tanto, mesmo durante seu coma, Anthony sempre mandava limpar o quarto da mulher todos os dias.

"Bryan sequestrado, salve-o"

Era tudo o que havia escrito, o suficiente para ele entrar em pânico. O suficiente para ele entender que ela havia ido atrás de seu filho. Seu coração iria sair pela boca.

O que ele faria agora com sua esposa e filho desaparecidos?

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