Capítulo 51

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JEON JUNGKOOK

_Quem foram os abençoados que deixaram minha pequena florzinha assistir a um filme de terror?- perguntei assim que entrei no refeitório.

Todos me olhavam com receio e medo de falarem algo, ficavam se entreolhando com medo de acabarem levando um tiro ou algo do tipo. Fiquei os observando durante alguns minutos, esperando que alguém se manifestasse.

_Eu falei grego?

_Na... não senhor!- Telles disse gaguejando._Eu e o novato estávamos assistindo senhor!

_Novato? E temos um?- perguntei rindo._Desde quando?

_Ele chegou a três dias, senhor!- Telles respondeu.

_Chegou a três dias e já aterrorizou a minha filha?- perguntei incrédulo._Inacreditável!- suspirei profundamente procurando qualquer resquício de calma que havia em mim, desejando mentalmente que quando eu o visse, não o matasse._Apareça, novato!

Vi um adolescente de no máximo dezesseis anos vir de cabeça abaixada entre meus homens, parecia até que estava tremendo. Ele não levantou o olhar em nenhum momento, encarava seus próprios pés. Ele parou em minha frente, mas não me olhou.

_Como quer fazer parte de uma máfia como a minha, se anda de cabeça baixa pelos cantos? Eu não admito fracos!- disse cruzando os braços.

Ele suspirou fundo e engoliu seco. Levantou seu olhar e me olhou nos olhos.

_Deculpe, senhor Jeon!- disse com timidez.

_Qual o seu nome, novato?

_Luke, senhor Jeon!- ele parecia ser realmente muito jovem, o que me deixava incomodado. Por que uma pessoa tão jovem pararia em uma máfia?

_Por que se juntou a máfia?- perguntei ainda o analisando dos pés a cabeça.

_Ah...meu pai...ele...eu..- disse com a voz embargada pelo próprio choro. Quando você é da máfia, você acaba aprendendo diversas coisas e vivenciando situações inacreditáveis para pessoas que levam uma vida pacata. Pouquíssimas palavras são entendidas nas entrelinhas em momentos assim, de fato, não precisa de muito para saber o que aconteceu.

_Tudo bem, não precisa falar!- disse relaxando os ombros._Venha!- disse me virando. Vi todos me encararem com certa confusão, mas apenas andei para fora do refeitório indo em direção ao jardim.

_Eu...me desculpe...eu não sabia que ela veria...eu...sinto muito...desculpe!

_Você pede muitas desculpas.- disse me sentando em um dos bancos._Sente-se!

Ele me olhou meio receoso de que ao se sentar, ele leve o maior esporro da sua vida, mas apenas dei um meio sorriso e o encarei firme. Ele se sentou e colocou as mãos entre as pernas, estava tenso.

Na mesma hora, vi Jimin passar com Lisa e os trigêmeos em um carrinho do outro lado do jardim, provavelmente estavam indo brincar um pouco.

_Olhe!- disse apontando na direção do Jimin._Aquele é o meu ômega com meus filhotes!

_O senhor tem uma família linda!- disse com um sorriso fraco.

_Sim, mas foi necessário uma quase cadeirada, várias idas ao hospital, uns dois comas, uns socos e chutes entre diversas outras coisas para que eu conseguisse aquele ômega!- disse rindo, ao me recordar de tudo que já havia vivido ao lado de Park Jimin._O que estou tentando lhe dizer é que, as vezes um capítulo ruim não significa que tudo será ruim! As vezes, você só precisa ter esperança!

_Por que está me dizendo isso?-disse envergonhado.

_Somos uma máfia muito unida, entende?- disse suspirando._Faz pouquíssimo tempo que tivemos que enterrar um amigo muito querido, não foi nada fácil! Nós damos a vida uns pelos outros, espero que você entenda onde está se metendo!

• O ÚLTIMO DE DRAGAMM I - ABO - JIKOOK •Onde histórias criam vida. Descubra agora