Fomos ao colégio a pé e pelo sedentarismo da Patrícia ela chegou exausta.
Particularmente nunca fui de praticar exercícios por questões relacionadas a saúde, vivia aprisionada a estética e ao conceito do que cresci acreditando ser bonito.
Não pense que deixarei passar despercebido a quantidade de vezes que ouvi que tudo em mim estava errado, sobretudo meu peso.
Lembro-me de uma fase que cheguei pesar cinquenta quilos com uma busca excessiva por o peso ideal e de brinde ganhar uma anemia da qual até nos dias de hoje tenho cuidados específicos para me manter bem.
Quero que você pegue uma caneta e anote, para que sirva de lembrete, pois o peso ideal não existe. Priorize estar bem consigo e com sua saúde, isso é importante. Corpo perfeito é aquele que vive alguém bem dentro dele e do qual é utilizado para correr atrás dos seus sonhos.
Retomemos então ao que concerne a nossa história;
Ao chegar no colégio me deparei com o Bruno.
Um dos artifícios que tornou as cores do amor naquela época, desbotadas.
Se soubesse antes o que sei hoje, teria a certeza de que eu mesma posso ser o amor da minha vida e evitado de um tudo, mas não é necessário reclamar, é aprendizado.
E se me permite lhe dizer algo, antes de tudo, aprenda a viver bem consigo mesmo.
Esse desespero das pessoas por ter alguém me assusta, principalmente dessas que deixam sua felicidade a mercê de outra.
Quando você passa a se amar, outras pessoas em sua vida são só um detalhe.
Fica quem quiser.
O bruno naquele tempo deveria ter seus 18 anos e era quisto por todas.
Inclusive por mim.
Não me julgue.
Eu tinha 13 anos. As ilusões eram muito novas.
Para sair de uma possível situação de o encarar, fui a procura de Ana.
De repente, avistamos-a no portão, conversando com algumas meninas.
Julguei ter acabado de chegar.
Fomos até ela, colocamos as "notícias" em dia e logo a diretora Olivia anunciou todos entrarem para ouvir suas saudações.
Avistei diversas pessoas chegarem, mas no fundo havia uma esperança de ver alguém entrar.
Não foi questão de segundos e o vi.
O David Fernandes.
David foi minha primeira paixão de infância, pode parecer ser algo normal, mas foi por sua causa que tomei grandes escolhas erradas em minha vida.
A mais fútil e imatura de todas elas foi ter me envolvido com o Bruno na crença de que aquilo o afetaria.
Eram amigos.
David sempre foi muito quieto e nunca mostrou verdadeiramente suas intenções.
Já julguei ser timidez, embora não tenha conclusões formadas.
Só sei que aquilo perturbava e para uma adolescente coisas mal resolvidas são de tirar o sono.
Quando muito jovem você quer tudo no seu tempo.
Posso observar isso agora.
Como disse, era um sentimento antigo e desde a infância o conheço.
Eramos grandes amigos e morávamos praticamente na mesma rua, o que me fazia ter mais a proximidade dele.
Patrícia me chamou para irmos ao banheiro e no caminho encontrei a Ana.
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O diário de uma vida.
PoesiaO diário de uma vida conta uma história verídica. Bem, quem sou eu?