Já é tarde da noite e eu estou no mesmo prédio abandonado de sempre, Emma e eu voltamos para casa bem na hora do almoço, foi lindo o almoço em família. — sinta a ironia em minha frase — Meu pai não estava nem um pouco afim de fingir que estava feliz com aquela situação toda, a minha avó estava com um sorriso mais falso do mundo me impressionando com a sua ilustre atuação de trilhões, óbvio que ela estava fazendo isso por Emma. Todos nós sabemos que se ela ficasse com a mesma carranca que o meu progenitor, eles iriam brigar feio e isso só danifica ainda mais o restinho de saúde mental que Emma ainda tem. A minha mãe estava tão emocionada com a sua recente conquista que mal conseguiu conter as lágrimas durante todo o almoço, e a coitada da minha irmã estava mais saltitante que a pipoca na panela quente.
Lógico que apesar dos sorrisos, — nada verdadeiros — estava um clima tão pesado quanto constrangedor, não tínhamos assunto algum para conversar o que resultou em minha mãe e Emma tagarelando sem parar, ela estava contando à menor, as lembranças boas que tem com a família reunida. Eu queria muito que dessa vez desse certo, mas eu sei que não vai ser porque o meu pai não mudou, a minha mãe está mais boba do que nunca, eu estou maduro, portanto, não irei aceitar ouvir as coisas como antes. E a relação do meu progenitor com a minha avó está por um fio, que só existe ainda por mim e por Emma.
Para resumir, está tudo uma droga. Nesse exato momento estou no mesmo lugar em que beijei Elizah pela primeira vez, desejando viver tudo aquilo de novo, e me remoendo um pouco pelo terrível acontecimento de ontem a noite. Minha respiração está pesada devido ao cansaço, tentei descontar toda a infelicidade presente em meu coração praticando alguns exercícios físicos, mas não adiantou de nada então só me restou a automotilação, que também não solucionou os meus problemas. Mas por alguns segundos, parecia que as minhas angústias estavam saindo juntamente com o meu sangue. Só parecia.
Por mais que eu tenha a consciência de que foi o melhor para ela, o meu coração ainda grita por uma atitude minha de correr atrás dela e pedir perdão por tudo. Agora faz exastas vinte e quatro horas desde a nossa briga, não tenho notícias dos Thompson desde a mensagem de lamentação do Andrew, apesar de eu ter feito a filha dele passar por poucas e boas para nada, ele ainda foi gentil. Disse que entende a situação complicada e que se algum dia eu precisar de qualquer ajuda, eu posso ligar para o mesmo sem hesitar.
Também fiquei sabendo por ele mesmo que Elizah está arrasada, está mau humorada e chorosa pelos cantos, disse que mal comeu durante todo o dia. Isso fez com que eu me sinta podre por dentro, me senti um cara horrível, ficou parecendo que eu a usei e a joguei fora quando não me servia mais.
Também perdi toda dignidade que havia me restado, em um dia eu digo que ela é a minha namorada e no outro eu apareço em casa com um semblante amargurado dizendo que tudo acabou. Mas pouco me importo com isso, estou mais triste por saber que Elizah está se sentindo mal, e que a culpa é minha. Mas eu prefiro que ela sofra por alguns dias do que para sempre, sei que ela irá encontrar felicidade em sua própria companhia e me esquecerá, não é tão difícil assim.
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30 razões para viver
RomanceElizah Thompson é uma garota de bem com a vida, mas não pense que foi sempre assim, ela tem um terrível passado que venceu graças ao apoio que recebeu de seu pai que a criou sozinho desde a morte de sua mãe. Mas em uma situação inusitada, ela de dep...